[Texto
da tag “Escritor Convidado”, escrito POR:
King, publicado originalmente
em: https://disqus.com/home/discussion/channel-familiamarvel/dica_de_animacao_stretch_armstrong_e_os_flex_fighters_2017/]
“Stretch
Armstrong e os Flex Fighters” é uma animação produzida pela Hasbro Studios,
tendo estreado em novembro de 2017 como uma série original da Netflix. Possui
duas temporadas até o momento, com um total de 23 episódios, mais um episódio
especial interativo (algo no estilo de Black Mirror Bandersnatch). Como não
poderia deixar de ser, a animação é baseada em uma linha de brinquedos de mesmo
nome, de propriedade da Hasbro, mas foi totalmente repaginada nesta versão:
Na
trama, Jake, Ricardo e Nathan eram três adolescentes que praticavam Parkour
pela cidade quando acidentalmente caem dentro de um laboratório secreto e
acabam sendo expostos ao Flexarium, uma substância experimental que pode ser
flexível como a borracha ou resistente como o aço. O incidente acaba
concedendo-lhes superpoderes relacionados à maleabilidade do material, e,
depois do susto inicial, eles decidem usar essas habilidades para proteger sua
cidade do crime, sob o codinome de Flex Fighters.
Nisso,
o rico e genial empresário Jonathan Rook, ao ver o potencial latente nos
garotos, decide recrutá-los para serem os super-heróis oficiais da sua
companhia, a Rook Unlimited, uma gigante no ramo da tecnologia que basicamente
transformou a cidade num paraíso futurista graças às suas inovações. Rook
fornece trajes especiais e novas identidades ao trio, bem como os coloca sob
treinamento de seu chefe de segurança, o severo Malcolm Kane, para aperfeiçoar
suas capacidades.
E
isso não poderia vir em melhor hora: diversos supervilões vêm surgindo na
cidade, utilizando variantes do Flexarium para cometer crimes. Entre os mais
recorrentes, estão o Monstro Stretch, uma criatura meio humana, meio peixe, com
poderes similares aos Flex Fighters; Blindstrike, um habilidoso ninja
(pleonasmo?) que utiliza armas baseadas em Flexarium para praticar sabotagem
industrial; e a misteriosa Dra. C, uma cientista que já trabalhou com Rook no
passado e agora procura arruinar sua empresa.
Os
roteiros da série são coordenados por Victor Cook, Chris “Doc” Wyatt e Kevin
Burke, com direção de arte de Joey Mason, nomes que me motivaram a assistir a
série, por também estarem envolvidos em produções aclamadas como Scooby-Doo
Mistério S/A, Vingadores: Os Super-Heróis mais Poderosos da Terra e O
Espetacular Homem-Aranha. Aliás, este último é o que mais se aproxima de
Stretch Armstrong, inclusive por compartilharem esse conceito de jovens
super-heróis equilibrando suas vidas escolares e familiares com suas
identidades secretas, e toda a responsabilidade que isso traz consigo.
No
início, tudo parece mais simples, com o trio principal enfrentando os “vilões
da semana”, enquanto vão se acostumando com seus recém-adquiridos poderes e
suas próprias personalidades fortes. Jake/Stretch é o mais responsável e
“certinho”, enquanto Ricardo/Omni-Mass age de forma despreocupada e até meio
imatura. O tímido Nathan/Wingspan acaba sendo o meio-termo, e precisa colocar
os dois nos eixos para focarem nos reais problemas. Com o tempo, vemos os três
evoluírem e se tornarem amigos e combatentes do crime cada vez melhores, e a
própria narrativa da série vai acompanhando essa evolução, ficando mais
complexa e ventilando diversos mistérios para serem resolvidos.
O
tom da série é algo bem aventuresco, com leves pitadas de humor - geralmente
vindas dos comentários sarcásticos dos garotos -, drama escolar e momentos mais
sérios. A narrativa é conduzida de forma dinâmica, sem enrolações, mas dedica o
tempo necessário para desenvolver seus personagens (embora certos membros do
elenco de apoio, como o pai de Jake e alguns colegas de escola do trio poderiam
ter recebido mais atenção). Devo destacar também a importância dada à
identidade secreta dos heróis e como as consequências de seus atos refletem na
vida da cidade e daqueles ao seu redor.
A
animação tem um traço simples e até infantil, mas acaba sendo muito bem
utilizada nas cenas de ação, onde os heróis esbanjam criatividade no uso de
seus poderes, os quais podem não ser tão maleáveis quanto um Homem-Borracha da
DC, ou um Sr. Fantástico da Marvel, mas têm diversas aplicações interessantes.
A trilha sonora é OK, nada muito marcante. Quanto à tradução e dublagem, pode
assistir à versão brasileira sem medo, pois está bem realizada – a entrega de alguns
dubladores poderia ser mais inspirada, mas no geral é competente.
Em
suma, Stretch Armstrong e os Flex Fighters é uma animação de destaque, que
merecia bem mais reconhecimento do grande público, pois não vejo quase ninguém
falando dela - talvez sofra um certo preconceito por ser baseada em uma linha
de brinquedos, além do traço simplificado. Eu diria que é como um sucessor
espiritual de O Espetacular Homem-Aranha, sendo tranquilo afirmar que quem
gostava desta série irá se sentir em casa aqui. É o tipo de desenho de ação com
bons roteiros e animação de qualidade que está rareando cada vez mais nos
tempos atuais.
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conhecia a série? Se sim, o que acha dela? Pretende conferir? Deixe seus
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