Seabra por Seabra

Há alguns meses, lembro de ter compartilhado uma postagem do desenhista Sebastião Seabra na extinta comunidade do Google Plus de Quadrinhos do Judão. É bem possível que muita gente tenha se perguntado: Quem é esse cara? Eu só passei a ter conhecimento de sua sua arte no começo dos anos 2000, quando me aventurava em variar meus traços do estilo cartoon para algo mais estilizado. Tive a oportunidade de conhecer seu estilo e aprender um pouco sobre anatomia ao comprar uma revista da série Curso Prático de Desenho. Segue abaixo um pouco da sua trajetória contada pelo próprio desenhista:




 “Eram meados da década de 60 e meu irmão mais velho apareceu com um exemplar do nº 1 do Almanaque do Tio Patinhas. Foi meu primeiro contato com as histórias em quadrinhos. Mas Disney não era minha praia. Logo em seguida me caíram às mãos exemplares de O fantasma, da Rio Gráfica Editora. O Zorro e Sangrento Rock, da Ebal. O primeiro tinha uns desenhos duros e chatos, mas que atraíam à primeira vista (eram HQs feitas especialmente para comic book, produzidos pela Dell Comics); o segundo trazia tiras diárias remontadas, desenhadas por John Flanders, e o terceiro o traço genial de Joe Kubert. Fui Fisgado!


 Comecei meus rabiscos. Em 69 mudo com a família, de Araraquara para São Paulo. Coleciono Capitão Z, Super X, Homem-Aranha e Demolidor, da Ebal. Em 1972 compro meu primeiro e único livro de anatomia: Desenho e Anatomia, de Victor Perard e Neal Adams – o famoso e reverberante desenhista do Batman nos anos 70 – são meus únicos professores. Copio até o osso (literalmente). 


 Em 1974, Franco de Rosa e eu desenhamos às duras penas uns dois meses de tiras diárias (não sabíamos que material usar e tampouco como proceder) para o jornal Notícias Populares. Depois de publicar em vários jornais, começo a trabalhar para várias editoras de quadrinhos – quase todas de São Paulo e algumas de outros estados. Ilustro vários livros didáticos; faço quadrinhos e ilustrações para publicidade; participo de várias exposições e congressos, aqui e no exterior.


  Em 1983, casado, volto para Araraquara. Continuo trabalhando para o mercado paulista (e outros) até que, em 1989, começo a trabalhar para uma agência de quadrinhos belga: a Commu. Em 1995, passo a editar uma página semanal sobre quadrinhos para um jornal local, o ‘Folha da Cidade’. Dois anos mais tarde, colaborei com charges para o jornal ‘O Carro’. Viro cartunista e sigo fazendo charges para três jornais locais. Em 1996, fui eleito pela AQC – Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas como melhor desenhista de quadrinhos nacionais do ano.”


Fonte: Curso Prático de Desenho n°:25


Editora: Escala

Aproveitando, deixo aqui também um link de uma entrevista feita com o artista em 2010 do blog Aline Andrade Arts: http://alinelopesdesenho.blogspot.com/2013/12/entrevista-com-sebastiao-seabra-essa.html






Postar um comentário

0 Comentários