Olá, pessoal! Após considerável demora, eu consegui terminar esse apanhado de análises das histórias do Thor pelo desenhista e escritor WALT SIMONSON! A série é consagrada como uma das melhores que o personagem já teve! Vocês vão perceber que podia ter sido um post só, mas aí teria demorado até agora, portanto dividimos em dois rounds. O Simonson foi um quadrinista com moral, utilizou ideias boas e foi bem distinto, de forma que sempre acontece alguma coisa nas HQs que você não espera. Segue abaixo o final da fase dele.
POST ANTERIOR: http://ozymandiasrealista.blogspot.com/2018/06/colecao-thor-de-walt-simonson-round-1.html
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"Não deveríamos nos referir a Thor, daqui por diante, como O Poderoso Sapo do Trovão?"
De volta ao cenário urbano, o filho de Odin tem que enfrentar um velho inimigo que retornou, unindo forças ao Quarteto Futuro e o Bill Raio Beta. Beyonder, personagem das Guerras Secretas, também participa. Por fim, Simonson usa seu estilo despreocupado de mudanças truculentas e transforma o protagonista em um sapo! O engraçado é como na edição 364 a ideia é levada mais a sério do que a maior parte dos leitores iria esperar, mas não entro em detalhes por spoilers. Enquanto isso, em Asgard, as crianças descobrem que a espada de Surtur está caída após a guerra e pode trazer problemas. Também rola um evento político importante, o "Alpingi", onde todos os personagens se esforçam dentro de uma tramoia para defender seus interesses. É curioso como, mesmo sendo o vilão mais famoso, depois da fase do Surtur o Loki não faz nada muito além do que bruxos/feiticeiros costumam fazer sempre em histórias.
Assim que o herói volta ao normal, o autor vai deixando mais claro sua intenção de mostrá-lo mais fiel aos mitos nórdicos originais, o deixando com um visual barbudo. Infelizmente, em algumas histórias há um tom repetitivo, com mulheres que usam feitiços de sedução e outros personagens mágicos que mudam a própria aparência para realizar seus planos. Na edição #368, Sal Buscema assume os desenhos e o Simonson fica só com os roteiros.
Justiça na Terra (#371-373)
"Ainda sou o mesmo Balder que sempre fui... E isso, nem todos os diademas e cetros dos nove mundos poderão modificar."
Ao mesmo tempo que estava explorando mais o lado de conto de fadas e da mitologia antiga, aqui são trazidos de volta alguns elementos de histórias antigas do personagem. O sinistro Thatcher Trambiqueiro retorna da prisão querendo vingança contra Thor, tomando controle de uma casa onde moram sua pobre ex-mulher com dois filhos pequenos. O tom fica estranhamente pesado de repente. Um cara que parece o Juiz Dredd, o chamado Judicante Peace, vem do futuro como um anti-herói que não tolera sequer que as pessoas atravessem fora da faixa, um tipo de mistura entre o Robocop e o Justiceiro. Chega a ser esquisito, porque destoa completamente do que vinha acontecendo até então. Claro que Peace e Thor não conseguem se entender de primeira e trocam muita porrada antes disso acontecer.
Há o perigo de outro vilão esquisito, Zaniac, um serial killer fascinado por matar mulheres. Com viagens no tempo e um tom bem mais dramático, é difícil não ter a impressão que Simonson ficou inspirado por filmes que estavam estourando naquela época, como De Volta Para o Futuro, Exterminador do Futuro e Robocop, então resolveu trabalhar algo do tipo com o Poderoso Thor. E voltando aos personagens antigos, o autor também lembra da antiga mocinha, Jane Foster, que tem outro parceiro.
Hela declara que quer vingança contra o deus do trovão, e em "A Dádiva da Morte", a subjetividade do personagem é bem trabalhada, com várias reflexões que ligam elementos do início da série até alguns mais recentes, ficando claro que o autor esqueceu de nada e está tentando abordar o personagem de forma mais profunda.
A Maldição de Hela (#374-378)
"Ele deu tudo de si em combate e Valhalla seria sua recompensa em meu mundo. Devo negar-lhe seu desejo final?"
Thor encontra com alguns membros do X-Factor e os morlocks nos esgotos. Durante a aventura o plano de Hela vai ficando claro, até que ao final a deusa da morte surge revelando tudo. Loki retorna pra participar e deixa de parecer tão bobo, com um posicionamento mais rancoroso e cruel. O pior é que realmente não dá pra imaginar como o herói vai conseguir se salvar! Inicialmente, ele vai ao encontro de Tony Stark, em uma sequência divertida. Depois começa a localizar vários inimigos antigos que estão causando destruição em áreas habitadas sem qualquer razão aparente. O último que ele acha é o Homem-Absorvente, o mais desafiador. Na edição #377, os elfos negros de Svartalfheim estão tendo problemas e temem um ataque do Thor, resolvendo que invocarão um velho e poderoso monstro para salvá-los (mais um problema...).
Tudo acaba levando ao Loki, que enfim antagoniza uma aventura mais impactante. Thor entra no que foi provavelmente uma de suas maiores provações, com desafios cada vez maiores entrando em seu caminho. O leitor chega a ficar realmente convencido que se trata do fim do Thor. Mais um mutante participa, dessa vez o Homem de Gelo. Passa a impressão que Simonson fez crossover com esses personagens por influência de sua esposa, a roteirista Louise Simonson, que estava trabalhando na revista do X-Factor e do Quarteto Futuro na época.
A Balada de Mjolnir (#379-#382)
"O martelo canta a morte de Jormungand!"
Após quatro anos de histórias, chegamos ao final da saga. Realmente parece ser o maior desafio de toda a carreira do deus, continua sendo difícil para o leitor imaginar como o herói vai conseguir sair vivo. Ele encontra com o dragão ancestral Fing Fang Foom, que foi invocado pelos gigantes de gelo. A batalha contra o grande dragão já era narrada em profecias mortais como o derradeiro combate da vida de Thor prestes ao fim do mundo, resultando na morte dos dois oponentes. Com isso, na edição #380 toda a aventura é dedicada à luta, com quase todas as páginas tendo painéis únicos, como você pode perceber na página dupla abaixo.
Nas últimas duas edições temos Thor com um destino realmente incerto. Simonson desvia de clichês e traz soluções realmente imprevisíveis, com um desfecho grandioso onde o herói vai resolver as contas de uma vez com Loki e Hela. Há um último confronto com a deusa da morte que marca como o anterior. Hela consegue ser a melhor antagonista da série, superando seu próprio pai, Loki, que com uma ou duas exceções aparece na maior parte das vezes como um vilão bobo, estilo o Charada e o Coringa das histórias antigas do Batman, parece que só quer encher o saco. Enquanto isso, em Asgard os deuses sofrem de um feitiço e os gigantes de gelo se aproveitam disso para tentar destruí-la, ainda mais com a ausência do Thor, o que traz mais um grande desafio.
Apesar de haver algumas fases mais fracas e as histórias mais marcantes serem as do início, como a guerra contra Surtur e a balada do Bill Raio Beta, o autor consegue fazer mais algumas realmente interessantes e ir embora com um diferencial nessas últimas três edições. Devo dizer que dessa trilogia que contaria com o Demolidor do Frank Miller e o Quarteto Fantástico do John Byrne, o Thor do Simonson sai como o mais fraco, mas continua sendo uma grande série de histórias que valem a pena ser conferidas. Não só não ficaram ultrapassadas como contam com muitos elementos que marcaram uma época. Agora uma surpresinha que eu guardei pra vocês...
Ragnarök: O Último Deus
"Minha esposa e filhos estão mortos. Meus irmãos e irmãs estão mortos. Meus pais estão mortos. Os grandes inimigos ainda vivem. Mas eu juro sobre os ossos quebrados de meus parentes... Eles não viverão para sempre."
Em 2015, Simonson retornou aos quadrinhos e aos Nove Mundos!!! Na série Ragnarök ele roteiriza uma aventura inédita se passando em uma Asgard pós-apocalíptica. Não é o mesmo Thor da Marvel, mas achei que valia a pena colocar como parte do especial. A história começa com uma breve narração do fim de tudo, mostrando a batalha final de Thor contra Jormungand no Ragnarok. Depois vemos uma elfa negra chamada Brynja deixando sua família para realizar um serviço mercenário: matar um deus de pedra. Logo o deus se revela um zumbi quando surge chamando bastante atenção, e ele é ninguém menos do que Thor. Alcançando status Chuck Norris de fodalhagem, mesmo MORTO o deus do trovão ainda consegue chutar bundas, e agora ainda com um visual Iron Maiden.
Simonson parece um pouco mais à vontade, mostrando o lado de viking bebum e violento do personagem que não aparecia na Marvel. Como é uma inédita versão pós-apocalíptica dos Nove Mundos, você não tem a mínima ideia do que vai acontecer, acompanhando a história do deus zumbi com verdadeira curiosidade, pois tudo tem um tom realmente original. Nem o próprio protagonista tem a mínima ideia do que está acontecendo, de forma que você vai descobrindo tudo junto com ele. O primeiro volume, que contém seis histórias, termina justamente com o anti-herói conseguindo um melhor esclarecimento sobre o que aconteceu com Asgard e tomando seu caminho, um bom cliffhanger que dá a impressão que ainda há muito por acontecer e inimigos bem fortes que estão de olho nele.
Incrivelmente, os desenhos do Simonson parecem só ter evoluído e as cores da Laura Martin casam perfeitamente. O cara perdeu NADA em narrativa, apesar daqui ele não apresentar nada que soe como um clássico moderno, há vários momentos que são bem bacanas, ainda mais com a novidade de estarmos acompanhando um Thor esqueleto, hehe. Prova disso é que ao final do primeiro volume você não sente que passou por uma grande enrolação, como acontece com muitas séries de fantasia modernas. Introdução bem eficiente.
Ragnarök: O Senhor dos Mortos
"Oh, pai Odin. Você sabia que eu seria o único entre os deuses a sobreviver além da batalha final?"
Os atuais lordes dos Nove Mundos descobriram que Thor retornou e querem que ele volte a ficar morto. Eles são vilões manipuladores e nada confiáveis, em pouco tempo há uma passagem bem mais pesada do que o leitor espera e Simonson ilustra algumas páginas com efeitos bem exagerados. Envolvendo um deus com cara de caveira e um monte de raios, me sinto obrigado a citar o gênero de música heavy metal novamente, pois algumas páginas têm artes que lembram álbuns do Iron Maiden ou do Megadeth. Simonson fecha um arco mais uma vez, com uma bela arte e um roteiro que não chega a explodir sua cabeça, mas pelo menos foge do óbvio. Há um humor bem particular em alguns momentos, mas há bem mais morbidez. Nos EUA a série foi publicada pela IDW, aqui no Brasil quem tá publicando é a Mythos, com preços altos, como sempre. Mas pegando promoções na Internet você consegue cada volume por uns 50 reais, sei que não é barato, mas pelo menos as histórias são boas. Agora é aguardar para ver se vai sair sequência, Walt havia anunciado que continuava trabalhando na série ano passado. No aspecto de amadurecimento como artista, Simonson sai vencendo de Miller e Byrne com enorme facilidade.
Pseudo-despedida de Douglas Joker: Então pessoal, como alguns já devem ter notado, eu não estou mais conseguindo colaborar como em outrora. Estou muito atarefado, então achei melhor anunciar logo que vou dar uma afastada por um bom tempo. É uma pseudo-despedida porque na verdade eu vou continuar afiliado com o blog, e logo que eu possa, volto a postar aqui. Eu não me despeço porque já anuncio o provável fim do blog desde 2012, quando eu estava no último ano do colégio e acreditava que não ia dar pra manter. Desde então eu fui escrevendo cada vez mais e com um feedback sempre melhor. Mas infelizmente, não ganhamos um centavo por postar aqui, a gente só faz pelo prazer mesmo. Isso traz duas consequências: a gente continua escrevendo, porque nos sentimos bem, mas por outro lado não podemos priorizar esse hobby porque temos outras tarefas nas nossas vidas.
Vou conversar um pouco sobre mim aqui. Há uns cinco anos atrás eu comecei a estudar Jornalismo, sabe? Eu gostava muito de escrever e quem sabe um dia eu podia fazer isso que tanto curto oficialmente, como minha profissão. O contexto não parecia muito bom... Revistas cada vez menos compradas, programas de TV de cultura pop quase não existem, jornais fechando as portas com pessoas com anos de experiência ficando desempregadas... Eu não era apaixonado pela profissão em geral, a única coisa que me parecia interessante era escrever sobre entretenimento. Eis que alguns anos depois temos aí tantos vlogs, pessoas ficando ricas simplesmente falando besteira na webcam. Caramba! Como fui burro, eu tava comentando esses dias. A gente devia ter feito um bendito vlog, eu tava até falando isso com o Ozy esses dias. Vi esses dias uma professora de Inglês que tinha um vlog onde comentava sobre os livros que lia e ela largou o emprego e passou a viver só disso! Mano, imagina que coisa boa! Mas a gente tem esse nosso espacinho, eu vou escrever sempre que puder, só queria avisar vocês que me apoiaram por taaaaaanto tempo, que minha pouca presença será inevitável por um tempo daqui pra frente. Espero que tenham gostado desse especial, como sempre, agradeço pelo apoio e... cabeça pra frente!
De volta ao cenário urbano, o filho de Odin tem que enfrentar um velho inimigo que retornou, unindo forças ao Quarteto Futuro e o Bill Raio Beta. Beyonder, personagem das Guerras Secretas, também participa. Por fim, Simonson usa seu estilo despreocupado de mudanças truculentas e transforma o protagonista em um sapo! O engraçado é como na edição 364 a ideia é levada mais a sério do que a maior parte dos leitores iria esperar, mas não entro em detalhes por spoilers. Enquanto isso, em Asgard, as crianças descobrem que a espada de Surtur está caída após a guerra e pode trazer problemas. Também rola um evento político importante, o "Alpingi", onde todos os personagens se esforçam dentro de uma tramoia para defender seus interesses. É curioso como, mesmo sendo o vilão mais famoso, depois da fase do Surtur o Loki não faz nada muito além do que bruxos/feiticeiros costumam fazer sempre em histórias.
Assim que o herói volta ao normal, o autor vai deixando mais claro sua intenção de mostrá-lo mais fiel aos mitos nórdicos originais, o deixando com um visual barbudo. Infelizmente, em algumas histórias há um tom repetitivo, com mulheres que usam feitiços de sedução e outros personagens mágicos que mudam a própria aparência para realizar seus planos. Na edição #368, Sal Buscema assume os desenhos e o Simonson fica só com os roteiros.
Justiça na Terra (#371-373)
"Ainda sou o mesmo Balder que sempre fui... E isso, nem todos os diademas e cetros dos nove mundos poderão modificar."
Ao mesmo tempo que estava explorando mais o lado de conto de fadas e da mitologia antiga, aqui são trazidos de volta alguns elementos de histórias antigas do personagem. O sinistro Thatcher Trambiqueiro retorna da prisão querendo vingança contra Thor, tomando controle de uma casa onde moram sua pobre ex-mulher com dois filhos pequenos. O tom fica estranhamente pesado de repente. Um cara que parece o Juiz Dredd, o chamado Judicante Peace, vem do futuro como um anti-herói que não tolera sequer que as pessoas atravessem fora da faixa, um tipo de mistura entre o Robocop e o Justiceiro. Chega a ser esquisito, porque destoa completamente do que vinha acontecendo até então. Claro que Peace e Thor não conseguem se entender de primeira e trocam muita porrada antes disso acontecer.
Há o perigo de outro vilão esquisito, Zaniac, um serial killer fascinado por matar mulheres. Com viagens no tempo e um tom bem mais dramático, é difícil não ter a impressão que Simonson ficou inspirado por filmes que estavam estourando naquela época, como De Volta Para o Futuro, Exterminador do Futuro e Robocop, então resolveu trabalhar algo do tipo com o Poderoso Thor. E voltando aos personagens antigos, o autor também lembra da antiga mocinha, Jane Foster, que tem outro parceiro.
A suposição faz bastante sentido, visto que Simonson foi desenhista da HQ que tem o crossover entre o Robocop e o Exterminador do Futuro. |
Hela declara que quer vingança contra o deus do trovão, e em "A Dádiva da Morte", a subjetividade do personagem é bem trabalhada, com várias reflexões que ligam elementos do início da série até alguns mais recentes, ficando claro que o autor esqueceu de nada e está tentando abordar o personagem de forma mais profunda.
A Maldição de Hela (#374-378)
"Ele deu tudo de si em combate e Valhalla seria sua recompensa em meu mundo. Devo negar-lhe seu desejo final?"
Thor encontra com alguns membros do X-Factor e os morlocks nos esgotos. Durante a aventura o plano de Hela vai ficando claro, até que ao final a deusa da morte surge revelando tudo. Loki retorna pra participar e deixa de parecer tão bobo, com um posicionamento mais rancoroso e cruel. O pior é que realmente não dá pra imaginar como o herói vai conseguir se salvar! Inicialmente, ele vai ao encontro de Tony Stark, em uma sequência divertida. Depois começa a localizar vários inimigos antigos que estão causando destruição em áreas habitadas sem qualquer razão aparente. O último que ele acha é o Homem-Absorvente, o mais desafiador. Na edição #377, os elfos negros de Svartalfheim estão tendo problemas e temem um ataque do Thor, resolvendo que invocarão um velho e poderoso monstro para salvá-los (mais um problema...).
Tudo acaba levando ao Loki, que enfim antagoniza uma aventura mais impactante. Thor entra no que foi provavelmente uma de suas maiores provações, com desafios cada vez maiores entrando em seu caminho. O leitor chega a ficar realmente convencido que se trata do fim do Thor. Mais um mutante participa, dessa vez o Homem de Gelo. Passa a impressão que Simonson fez crossover com esses personagens por influência de sua esposa, a roteirista Louise Simonson, que estava trabalhando na revista do X-Factor e do Quarteto Futuro na época.
A Balada de Mjolnir (#379-#382)
"O martelo canta a morte de Jormungand!"
Após quatro anos de histórias, chegamos ao final da saga. Realmente parece ser o maior desafio de toda a carreira do deus, continua sendo difícil para o leitor imaginar como o herói vai conseguir sair vivo. Ele encontra com o dragão ancestral Fing Fang Foom, que foi invocado pelos gigantes de gelo. A batalha contra o grande dragão já era narrada em profecias mortais como o derradeiro combate da vida de Thor prestes ao fim do mundo, resultando na morte dos dois oponentes. Com isso, na edição #380 toda a aventura é dedicada à luta, com quase todas as páginas tendo painéis únicos, como você pode perceber na página dupla abaixo.
Nas últimas duas edições temos Thor com um destino realmente incerto. Simonson desvia de clichês e traz soluções realmente imprevisíveis, com um desfecho grandioso onde o herói vai resolver as contas de uma vez com Loki e Hela. Há um último confronto com a deusa da morte que marca como o anterior. Hela consegue ser a melhor antagonista da série, superando seu próprio pai, Loki, que com uma ou duas exceções aparece na maior parte das vezes como um vilão bobo, estilo o Charada e o Coringa das histórias antigas do Batman, parece que só quer encher o saco. Enquanto isso, em Asgard os deuses sofrem de um feitiço e os gigantes de gelo se aproveitam disso para tentar destruí-la, ainda mais com a ausência do Thor, o que traz mais um grande desafio.
Apesar de haver algumas fases mais fracas e as histórias mais marcantes serem as do início, como a guerra contra Surtur e a balada do Bill Raio Beta, o autor consegue fazer mais algumas realmente interessantes e ir embora com um diferencial nessas últimas três edições. Devo dizer que dessa trilogia que contaria com o Demolidor do Frank Miller e o Quarteto Fantástico do John Byrne, o Thor do Simonson sai como o mais fraco, mas continua sendo uma grande série de histórias que valem a pena ser conferidas. Não só não ficaram ultrapassadas como contam com muitos elementos que marcaram uma época. Agora uma surpresinha que eu guardei pra vocês...
Ragnarök: O Último Deus
"Minha esposa e filhos estão mortos. Meus irmãos e irmãs estão mortos. Meus pais estão mortos. Os grandes inimigos ainda vivem. Mas eu juro sobre os ossos quebrados de meus parentes... Eles não viverão para sempre."
Em 2015, Simonson retornou aos quadrinhos e aos Nove Mundos!!! Na série Ragnarök ele roteiriza uma aventura inédita se passando em uma Asgard pós-apocalíptica. Não é o mesmo Thor da Marvel, mas achei que valia a pena colocar como parte do especial. A história começa com uma breve narração do fim de tudo, mostrando a batalha final de Thor contra Jormungand no Ragnarok. Depois vemos uma elfa negra chamada Brynja deixando sua família para realizar um serviço mercenário: matar um deus de pedra. Logo o deus se revela um zumbi quando surge chamando bastante atenção, e ele é ninguém menos do que Thor. Alcançando status Chuck Norris de fodalhagem, mesmo MORTO o deus do trovão ainda consegue chutar bundas, e agora ainda com um visual Iron Maiden.
Simonson parece um pouco mais à vontade, mostrando o lado de viking bebum e violento do personagem que não aparecia na Marvel. Como é uma inédita versão pós-apocalíptica dos Nove Mundos, você não tem a mínima ideia do que vai acontecer, acompanhando a história do deus zumbi com verdadeira curiosidade, pois tudo tem um tom realmente original. Nem o próprio protagonista tem a mínima ideia do que está acontecendo, de forma que você vai descobrindo tudo junto com ele. O primeiro volume, que contém seis histórias, termina justamente com o anti-herói conseguindo um melhor esclarecimento sobre o que aconteceu com Asgard e tomando seu caminho, um bom cliffhanger que dá a impressão que ainda há muito por acontecer e inimigos bem fortes que estão de olho nele.
Incrivelmente, os desenhos do Simonson parecem só ter evoluído e as cores da Laura Martin casam perfeitamente. O cara perdeu NADA em narrativa, apesar daqui ele não apresentar nada que soe como um clássico moderno, há vários momentos que são bem bacanas, ainda mais com a novidade de estarmos acompanhando um Thor esqueleto, hehe. Prova disso é que ao final do primeiro volume você não sente que passou por uma grande enrolação, como acontece com muitas séries de fantasia modernas. Introdução bem eficiente.
Ragnarök: O Senhor dos Mortos
"Oh, pai Odin. Você sabia que eu seria o único entre os deuses a sobreviver além da batalha final?"
Os atuais lordes dos Nove Mundos descobriram que Thor retornou e querem que ele volte a ficar morto. Eles são vilões manipuladores e nada confiáveis, em pouco tempo há uma passagem bem mais pesada do que o leitor espera e Simonson ilustra algumas páginas com efeitos bem exagerados. Envolvendo um deus com cara de caveira e um monte de raios, me sinto obrigado a citar o gênero de música heavy metal novamente, pois algumas páginas têm artes que lembram álbuns do Iron Maiden ou do Megadeth. Simonson fecha um arco mais uma vez, com uma bela arte e um roteiro que não chega a explodir sua cabeça, mas pelo menos foge do óbvio. Há um humor bem particular em alguns momentos, mas há bem mais morbidez. Nos EUA a série foi publicada pela IDW, aqui no Brasil quem tá publicando é a Mythos, com preços altos, como sempre. Mas pegando promoções na Internet você consegue cada volume por uns 50 reais, sei que não é barato, mas pelo menos as histórias são boas. Agora é aguardar para ver se vai sair sequência, Walt havia anunciado que continuava trabalhando na série ano passado. No aspecto de amadurecimento como artista, Simonson sai vencendo de Miller e Byrne com enorme facilidade.
Fatores como drama, porrada e magia não faltam |
Pseudo-despedida de Douglas Joker: Então pessoal, como alguns já devem ter notado, eu não estou mais conseguindo colaborar como em outrora. Estou muito atarefado, então achei melhor anunciar logo que vou dar uma afastada por um bom tempo. É uma pseudo-despedida porque na verdade eu vou continuar afiliado com o blog, e logo que eu possa, volto a postar aqui. Eu não me despeço porque já anuncio o provável fim do blog desde 2012, quando eu estava no último ano do colégio e acreditava que não ia dar pra manter. Desde então eu fui escrevendo cada vez mais e com um feedback sempre melhor. Mas infelizmente, não ganhamos um centavo por postar aqui, a gente só faz pelo prazer mesmo. Isso traz duas consequências: a gente continua escrevendo, porque nos sentimos bem, mas por outro lado não podemos priorizar esse hobby porque temos outras tarefas nas nossas vidas.
Vou conversar um pouco sobre mim aqui. Há uns cinco anos atrás eu comecei a estudar Jornalismo, sabe? Eu gostava muito de escrever e quem sabe um dia eu podia fazer isso que tanto curto oficialmente, como minha profissão. O contexto não parecia muito bom... Revistas cada vez menos compradas, programas de TV de cultura pop quase não existem, jornais fechando as portas com pessoas com anos de experiência ficando desempregadas... Eu não era apaixonado pela profissão em geral, a única coisa que me parecia interessante era escrever sobre entretenimento. Eis que alguns anos depois temos aí tantos vlogs, pessoas ficando ricas simplesmente falando besteira na webcam. Caramba! Como fui burro, eu tava comentando esses dias. A gente devia ter feito um bendito vlog, eu tava até falando isso com o Ozy esses dias. Vi esses dias uma professora de Inglês que tinha um vlog onde comentava sobre os livros que lia e ela largou o emprego e passou a viver só disso! Mano, imagina que coisa boa! Mas a gente tem esse nosso espacinho, eu vou escrever sempre que puder, só queria avisar vocês que me apoiaram por taaaaaanto tempo, que minha pouca presença será inevitável por um tempo daqui pra frente. Espero que tenham gostado desse especial, como sempre, agradeço pelo apoio e... cabeça pra frente!
"Nada tema! Sempre haverá heróis e tolos!"
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