UM BREVE RECORTE DE XADREZ?



Acho que eu para notar duas coisas aqui. Tenho me tornado "um pouco perfeccionista" e "UM SOCO NO EGO" foi um dos poucos posts que fiz e gostei muito do resultado final. Bem, não era bem assim. Eu já o havia relido cinco vezes, e sempre achava algo errado, que tava desconexo. E bem, estava, era o final dele. Ele se entendia demais. A história resumida dos campeonatos mundiais ficava estranha nele, artificial, era um post por cima do outro. Portanto minha "visão de pretenso diretor de cinema" me impeliu a recortar fora, todo o "acréscimo" e colar aqui como um novo post. Simples. Pode ser que não consiga nem 20 views isso aqui, mas minha consciência fica tranquila. Em compensação, o pobre e dispensável post "Extras de Um Soco no Ego" FOI APAGADO. Não acrescentava em nada, e já estou há alguns meses formulando mentalmente "UM SOCO NO EGO II", que naturalmente tem que superar a primeira sequencia, concluindo o épico em Fevereiro do próximo ano com uma parte III devastadora, concluindo minha jornada que começou em 2006.


 1.  O primeiro campeão mundial foi Steinitz, controverso ou não, ele foi um dos maiores teóricos de sua época, apesar de muitas das suas comuns jogadas não serem muito usadas hoje em dia (a exemplo do Gambito de Rei), ele seria o lado mais científico do xadrez.

2.  Que foi derrotado por Lasker, alguém que trabalhava na filosofia de “o segredo de um bom jogador, é não deixar que o outro consiga mostrar o quanto sabe jogar”. Além de ser descrito como alguém que “atacava psicológica mente os adversários”. Independente disso, seu jogo era imprevisível a maioria por Lasker ter um dos maiores poderes de cálculo entre outros enxadristas. Um mínimo exemplo, é o passeio que ele faz o Rei dá aqui.

3.  Que não resistiu ao cubano Capablanca, até então, o mais notório enxadrista com talento natural. Capablanca só veio estudar xadrez, em especial aberturas, que diziam ser seu fraco, já aos seus vinte e tantos, porque viu que seus oponentes estavam quase lhe acompanhando. Seu jogo era lógico e objetivo, de uma maneira clara, vencendo os constructos complexos de Lasker. O dia mundial do xadrez é comemorado em sua data de nascimento...





4.  Após 6 anos como campeão, foi derrotado por Alexander Alekhine, descrito como dono de uma tática perigosa e psicodélica pelo mestre Julio Lapertosa. E de fato, veja esse vídeo abaixo para ver o raciocínio complicado que o cara tinha:


5.  Logo depois veio Max Euwe, a quem eu ainda não conheço nenhuma partida. Pode ser que ele tenha sido excelente, mas após míseros dois anos como campeão, Alekhine retornou e venceu. Ficando campeão de 1937 á 1946.



6.  Daqui se iniciou a era russa, em ordem:

I.      Mikhail Botvinnik (1948–1957)
II.     Vasily Smyslov (1957–1958)

III.   Mikhail Botvinnik (1958–1960)

IV.     Mikhail Tal (1960–1961)

V.      Mikhail Botvinnik (1961–1963)

VI.     Tigran Petrosian (1963–1969)

VII.   Boris Spassky (1969–1972)

O importante vem aqui, alguns não sabem, mas o curso da história poderia ter mudado bem aqui. Conhecidamente, que apesar de todos os jogos psicológicos, Bobby Fischer foi o campeão, mas houve alguém que chegou bem perto. Seu nome era “Mequinho”. E por que o brasileiro não chegou lá e ganhou? É algo que recomendo pesquisar, porque excelente ele era:




Caso ainda em dúvida, “ah, é só um velho derrotado que vem com desculpa”, acompanhe então essa partida dele com o próprio Bobby Fischer.




https://pt.lichess.org/study/jloHlry6


  Falando em Fischer, é sempre mostrado apenas um lado da história, no qual ele chega como um cavaleiro solitário, vence todos os campeões acima e vira o melhor jogador de todos os tempos. Existem dois fatos que devem ser considerados. Enquanto no auge, todos os campeões russos já haviam vencido ou empatado com Fischer, a maioria, havia realmente o aniquilado. Fischer, antes dos 30, já estava considerando se aposentar, quando o governo dos EUA interveio para que ele se reergue-se.



Nem os maiores eram invencíveis. E Fischer, não só tomado pela paranoia e psicose, percebeu que entre 1 á 3 anos, a frieza de Karpov iria o obliterar. Por tal procurou motivos para “sumir”, querendo levar tudo para “apenas não acataram minhas terroristas exigências”.

Ah vida é um jogo de xadrez...

Anatoly Karpov, permaneceu o melhor jogador do mundo, lutando o máximo que podia, por uma década, até seu nêmesis Gary Kasparov ter mais frieza que ele, e o derrotar. Kasparov, que foi tido como o ápice do intelecto no xadrez, teve sua frieza superada pela máquina Deep Blue, em um caso que rendeu até um documentário (Kasparov e a Máquina), e até hoje gera discussões. Isso o abalou profundamente, o que ainda facilitou para que outro monstro tático, chamado Kramnik. Que perdeu para Anand, que foi derrotado por Magnus Carlsen, atual campeão, e levado como “o próximo nível do xadrez”.



Complicado?


É só o começo...

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