OBS.: Este post originalmente foi escrito e publicado em agosto de 2014. Ele foi migrado pra cá com pouquíssimas alterações, apenas para se adequar à época.
Demon Knights se trata de uma das séries mais diferenciadas que surgiu com os Novos 52. Assim como existe a mitologia futurista e a de Velho Oeste da DC, Demon Knights explora a medieval. A história passa longe das exageradamente interligadas histórias do Aquaman, Liga da Justiça e afins, sendo que você pode entender a série toda por si só. Porém, o interessante é como mesmo sendo assim autossuficiente, a história tem algumas leve ligações com o universo moderno dos heróis da DC.
Desde a primeira história (e como também fica claro pelo título da série) se nota como são as aventuras de um grupo de personagens. Mas longe de serem a Liga da Justiça, eles confiam nem um pouco um nos outros, só estando unidos mesmo pela força em números. Alguns até tem objetivos comuns, mas seus porquês variam por vingança, obrigação, destino e afins. É uma química parecida com a vista no recente filme "Guardiões da Galáxia", só que com um humor diferente e personagens que beiram mais pra vilania. A ligação com o tempo presente da DC acontece por causa dos personagens. Principalmente os dois que são mais famosos entre quem curte os gibis: o imortal Vandal Savage e o demônio Etrigan. No mesmo grupo. Exatamente: não são o que nós chamamos de heróis. E assim a aventura evolui.
O insensível Vandal Savage é hilário com a indiferença que a sua imortalidade já trouxe com o passar dos séculos. É constantemente imprevisível se ele vai ajudar o grupo ou se tornar o principal inimigo da situação. Etrigan como sempre, divide a atuação com seu alter-ego Jason Blood. Acontece que nesse tempo ele namorava a também imortal Madame Xanadu(nome lindo...), que por razões misteriosas mantém uma relação amorosa com ambas as contrapartes. Há também duas amazonas (sim, da terra da Mulher-Maravilha, mas muito antes dela existir); Exoristos é meio masculinizada e misteriosa(e também tem um nome horrível), enquanto a outra é paraplégica, usando magia para poder se comunicar telepaticamente com o seu cavalo, tentando compensar a inutilidade de suas duas pernas. Há Sir Ystin, um cavaleiro de Camelot que não dá pra dizer se é homem ou mulher e por fim Al Jabr, o humano sábio da ciência e matemática que se encontra desacreditado com o que encara em sua aventura.
Savage e Etrigan são personagens recorrentes na mitologia da DC e Madame Xanadu é coadjuvante constante das HQs da Dark Justice League. É uma forma bem curiosa que Paul Cornell ligou vários pontos distantes e nem tão populares da mitologia da editora. Os ilustradores variaram bastante e chegando um ponto o roteiro cai nas mãos de Robert Venditti, mas curiosamente a qualidade e carisma da trama se mantém. Outra ligação com o presente, é que o grupo é às vezes chamado de Stormwatch, sendo a versão ancestral do time que há um tempo atrás incluía o Caçador de Marte, mas não fica muito claro como isso se deu com o passar do tempo.
Além de sempre haver surpresas em cada edição, o enredo foca bastante no relacionamento dos personagens que acabam sempre se reencontrando pelo destino (às vezes se passam anos entre uma edição e outra). A ambientação brinca não só com elementos da DC, mas também de outras mitologias, sendo personagens vitais pra trama Merlin, Lúcifer e Cain.
A IGN avaliou a história com notas altíssimas como 8 e 9, sendo que a primeira edição ficou como septuagésimo segundo gibi mais vendido em setembro de 2011, quando a série começou. Continuou até agosto de 2013. Infelizmente uma coisa não vai mudar e séries como essa nunca conseguirão reconhecimento muito grande sob a sombra daqueles títulos mais populares de sempre, mesmo que sejam melhores. Porém, Demon Knights são apenas 23 edições, fáceis e bem satisfatórias de serem lidas, já que você tem que ter nenhum conhecimento prévio ou paralelo de outras histórias para poder entender. Aprovado e recomendado!
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