Só vim fazer uma observação:
será impossível que o Sr concorde com 100% do que eu digo abaixo, leia com o
espirito de ao menos 1% valerá o seu tempo.
Afinal é para isso
que servem as “listas”. Para a gente se questionar e trocar pontos de vista. Se
sua ideia é ter uma lista na mente, e querer que todas as listas sejam seu
pressupostos...
Acho que o Sr me
entendeu.
Esse ano, eu
resolvi ampliar as escolhas, colocando mais de um vencedor em cada categoria,
respectivamente “ouro”, “prata” e “bronze”, com um pequeno comentário sobre.
Foram árduas escolhas em alguns casos pelo “concorrente” ter entrado na lista
já em dezembro. Agora vamos
para a distribuição de medalhas virtuais:
MELHOR FILME
1º
RELATOS SELVAGENS (2014, ...?)
“Bombinha! Bombinha! Bombinha!”
Ano passado,
enquanto atendia um cliente no trabalho, surgiu o assunto de cinema. Começamos
a trocar alguns pontos de vista, e logo o cara me disparou “já vi muita coisa
interessante, mas o que tem me fascinado cada vez mais é o cinema argentino, em
especial os filmes em que o Ricardo Darin participa.” Logo após esse
comentário, ele me recomendou veemente três filmes com o dito cujo: “Relatos
Selvagens”, “O Segredo de Seus Olhos” e “Histórias Para Boi Dormir (???)”.
Ainda não assisti os outros dois (?!), mas ao assistir em janeiro de 2015 a
este, eu já estava convicto de nenhum filme que eu visse no decorrer do ano
iria superá-lo. E acertei. O filme é tão cínico, realista e incômodo sobre a
natureza selvagem da sociedade em geral, - oculta sobre uma superfície de
civilidade – que eu não ousaria chama-lo de “ficção”.
A abertura do longa
metragem (dividido em cinco história curtas) já expõe diferentes fotos de
animais, cada qual com uma expressão facial relativa a seu habitat. No decorrer
de cada conto, freios morais são destruídos em pró de melhores posições, sejam
elas por desejo de ascensão ou pura vingança. O chavão “Não provoque alguém,
porque você não sabe o limite dessa pessoa” é mais que adequado como ponto
similar entre as narrativas. Além da criatividade com que tudo é conduzido,
fazendo com que o telespectador gargalhe da tragédia alheia, ao tempo em que se
identifica por vezes com as agressões feitas e revidadas.
2° QUERIDA, VOU
COMPRAR CIGARROS E JÁ VOLTO (...?)
“Para mim, cada aniversário que fazemos é uma
linha de arame farpado, fazendo uma cerca. Quando completamos 30, já pode ser
considerado um verdadeiro Auswitch.”
Outro exemplo de
humor extremamente elaborado e inteligente do cinema argentino, apesar desse tender
para uma autobiográfica com lampejos de fantasia. O filme versa sem pudor sobre
a predestinação para a derrota que um individuo pode ser capaz de ter, a ponto
de nem uma viagem no tempo ser capaz de remediar a incompetência de alguém. “O que Ernesto não sabe é que não adianta ir
para um lugar brilhante se você é um merda. Porque se você é um merda, todo
lugar que você vá, será um lugar de merda.”
3° UM DIA DE FÚRIA
(..., Joel Schumacher)
Filme cativante,
não genial como os acima, mas cativante, eu já falei sobre ele AQUI.
Menção Honrosa: Watchmen
na versão sem cortes. É pretendido haver um longo post sobre entre Fevereiro e
Março desse ano.
PIOR FILME:
O Dig é um produtor de cinema. O pombo, é a representação do seu senso crítico... |
1º JURASSIC WORLD
Filme inferior em
quase todos os aspectos ao Jurassic Park. Simples assim, não dá para ver como
um “filme isolado”, visto que isso é uma continuação mesclada com reboot do que
seria Jurassic Park para essa nova geração. Foi um estrondo em bilheteria por
cumprir roboticamente o que blockbuster
atual necessita para arrecadar: 3D, ótimos efeitos especiais, roteiro fraco,
fazer parte de uma franquia, pesada divulgação promocional e um ator do
momento. Se eu fosse um dos produtores do filme, que receberam imenso retorno
financeiro, eu aplaudiria ele de pé como investimento, apesar de ainda acha-lo
uma porcaria.
2° 007 SPECTRE
Filme a qual eu
tinha muita expectativa. Em uma retrospectiva rápida, Sam Mendes é alguém a
quem eu tenho um certo respeito, apesar de não ter sempre seu nome mencionado
como mais famosos como Kubrick ou Nolan, Sam Mendes como diretor é excepcional,
ou ao menos foi. Scorcese uma vez declarou em uma entrevista “primeiro eu faço
filmes que sou pago para fazer, para arrecadar dinheiro, e com ele fazer os
filmes que eu gosto de fazer.” Isso porque é cada vez mais difícil se produzir
algo de sua maneira particular, e consegue lucrar com isso.
No final dos anos
90, Sam deu uma aula de como se fazer um filme ao dirigir “Beleza Americana”. Simples
assim. Seu sucesso e oportunidades de mais trabalhos foi proporcional ao seu
feito, porém não se entregam obras raras como “Beleza Americana” de tempos em
tempos, o que fez Sam nunca mais fazer um filme daquele nível, embora tenha
feito ótimos filmes, nesses eu escalaria “Estrada Para Perdição” e “007 Cassino
Royale”. A Sequencia, “007 Quatum of Solace” foi um meio termo, mas eu ainda
apoio a iniciativa dele ter apostado em um roteiro que desse sequencia a um
filme anterior do 007, ainda mais tornando o motivo pessoal, e é esse ponto uma
das maiores sacadas do 007 interpretado por Daniel Craig.
Não mais um acúmulo
de estereótipos, são definidas razões e motivações a 007 que esmagam a ação
desenfreada, maniqueísta e caricata dos filmes anteriores. A “bondgirl” Eva
Green não era apenas mais uma mulher sensual, era um páreo intelectual ao
protagonista. O vilão não era mais algum cientista maluco que parecia haver
saído de algum quadrinho dos anos 40, e sim alguém cruel, cujas ações promovem
questionamentos.
“Skyfall” já foi
uma tentativa de conciliação com o antigo público do personagem. Foi um sucesso
de crítica e bilheteria, particularmente eu o vejo mais como um excelente filme
naufragado nas próprias pretensões na metade de sua projeção. Isso porque o
imparável vilão vivido por Javier Barden (?) (sempre excelente) primeiro é
retratado como uma poderosa força, para logo depois ser desconstruído de
maneira simplória pelo roteiro. O mesmo dos conflitos internos de James Bond.
Apesar dos pesares, seria um ótimo fechamento de trilogia, logo Sam Mendes,
agora mais do que munido de dinheiro, poderia investir em algo autoral...
Duas coisas são
visíveis em 007 Spectre: A necessidade de fechar a conta, junto com todas as
“pontas soltas” e um certo pedido de desculpas. “Pedido de desculpas?” Isso,
porque tudo é tão simplificado com uma forçada “teia de interligação” ao
público, junto com os apetrechos tecnológicos, que o filme inteiro soou como
“lamentamos ter brincado com o ícone pop de vocês, aqui está ele certinho, da
mesma maneira que eu peguei”. Uns definiriam isso como um “retorno elegante ao
mito original”, sou mais ousado, sem meias palavras, isso me cheira mais a
retrocesso. Seria como Nolan fechar sua trilogia emulando Tim Burton, por temer
os saudosistas, ou mesmo Garth Ennis pegar sua versão Max no final, e tentar
fazer histórias mais super-heroícas com Frank Castle, como feito na época
desenhada por Jim Lee.
3° QUARTETO FANTÁSTICO?
Um exemplo de
empreendimento onde tudo seria dito como errado, e que daria errado. Um
verdadeiro atropelo de equívocos, ninguém está sem culpa nessa. Vamos
distribuir os carimbos de culpa:
1° “Fãs” retardados
que xingavam o filme antes mesmo de anunciarem qualquer coisa do roteiro ou
imagem. Só a simples associação do nome “Quarteto Fantástico” com a Fox, já fez
tudo soar como profano.
2º Os produtores.
Não há nada mais desestimulante, em qualquer atividade profissional que se
dedicar e vim seu chefe e ferrar o seu trabalho, deturpando o que foi feito,
ainda mais em algo como um filme, onde sua “falha” é exibida ao mundo inteiro,
fazendo um belo você acordar com um alvo em cada parte do corpo, manchando
quase irremediavelmente sua carreira, o que nos leva ao terceiro ponto:
3° Sua frustração
transborda para os seus subordinados, no caso os atores, editores, figurinistas
e etc. Criando rixas que só fazem a dedicação deles ser nula, tudo ser algo que
nem mesmo eles acreditem.
4º Uma diluição,
improviso e porrada de recortes no filme para supostamente agradar a massa contestadora
que irá assistir ao resultado final, e advinha o que ocorre:
5º O resultado
“aprimorado” acaba se mostrando um produto ainda inferior ao bruto, e o filme
acaba sendo um fracasso em todos os sentidos, eleito pela maioria das pessoas
como o pior filme do ano.
E essa é a parte da
polêmica, ao menos para mim, uma boa parte do filme é sim interessante, embora
do meio para o final seja o lixo tóxico que dizem ser. É extremamente visível o
ponto até qual a proposta bem trabalha original é levada, e onde tudo começa
com o improviso imbecil. Inicialmente o filme lembra bastante a versão Ultimate
escrita por Mark Millar, mesmo que de maneira ligeiramente inferior. Não há a
“inocência” em se fazer uma exploração cientifica, ganhar poderes e combater o
mal, as consequências e ponderações sobre quem faz uma invenção, e quem de fato
leva os créditos é um ótimo ponto. As reações adversas, e separações dos integrantes
de acordo com seus poderes e necessidades psicológicas é outra boa trama. Mas
para por ai, o resto, com a vaga motivação do “Doutor Destino” à improvisada e
ridícula batalha final é a assinatura explicita do que produtores débeis,
ignorantes sobre a 7º arte, são capazes de fazer pensando ganhar mais dinheiro.
FILME QUE SUPEROU AS ALTAS EXPECTATIVAS NO CINEMA
Menção honrosa: Homem-Formiga. Não foi brilhante, mas foi
mais criativo do que eu aguardava.
FILME QUE DECEPCIONOU AS
ALTAS EXPECTATIVAS:
1° Exterminador do
Futuro: Gênesis
Continuação +
remake da obra-prima do cinema de ação feito por Cameron em Exterminador do
Futuro 2. Em uma analogia: é como pegar uma piada muito boa e engraçada, e
querer recontar ela para a mesma pessoa, mudando apenas algumas palavras.
2º Black Mass
3º Pawn Sacrifice
P.S: Peter Sarsgaard com
ótimas atuações nesses dois últimos filmes da lista, fazendo papeis bem antagônicos.
FILME QUE TODO MUNDO VIU E
EU NÃO
Birdman
Trapaça
Elenco muito bom,
premissa interessante e um porém: 30 minutos iniciais ao colocar para assistir,
eu já desisti. Não me convenceu, não deu a sensação de estar levando a algum
lugar, nem mesmo o humor pode ser chamado de atrativo.
MELHOR FILME REVISTO
Todos terão texto
sobre ao decorrer do ano, apenas digo isso: Se há algum na lista que não tenha
visto, pare para assistir agora, já o que eu vi menos vezes da lista foi três
vezes.
1° Rocky – Um
Lutador (1979)
2° Touro Indomável
3° Gladiador
4º Mr. Nobody
5º Malena
6º A Vida de David
Gale
7º Old Boy
MELHOR ANIMAÇÃO
PIOR ANIMAÇÃO
Liga da Justiça:
Trono de Atlântis
O antigo postador, Floyd Banner, falou dela AQUI.
Ela é de 2014, mas chega a ser tão ruim, que não há problema em ser a pior
animação por dois anos seguidos. Alguém trate de fazer algo pior, ou ela será
reeleita esse ano. Há uma tão ruim quanto, da Marvel, protagonizada pelo
Justiceiro e Viuva-Negra. Se visualizar uma dessas capas, apenas fuja e me
agradeça depois. Um exemplo rápido do nível intelectual dessa animação da
Marvel, em uma aparição de Amadeus Cho (ótimo personagem nos quadrinhos, vale
mencionar) ele usa sua mente brilhante em uma partida de xadrez contra a
Viúva-negra, e sua espetacular jogada de vitória é um xeque-pastor!!! Tá bom,
vou parar, se não vou acabar citando o plano maligno do “ex da Natasha”...
MELHORES TRILHAS SONORAS
1° Drive
Em sua época de
lançamento em dvd, Drive foi um filme
muito positivamente comentado. Quando eu o assisti a primeira vez, não vi nada
que sobressaísse a um roteiro regular, nem mesmo sua trilha me chamou atenção.
Um tio meu, ainda mais aficionado por cinema, me pedira para gravar a trilha em
um cd para ele, e dos últimos anos
para cá, confesso que vou vendo certo charme no filme, e ainda mais em sua
trilha, composta por Kavinsky, nome que vim conhecer um pouco mais esse ano. O
cara não é um Hans Zimmer, mas é provável que se conheça ao menos um som dele,
sem saber que é dele. Uma boa surpresa foi um som chamado “Rampage” tocado nas batalhas de “Dragon Ball Z”.
2º O Lobo de Wall Street
Assisti a esse
filme poucos meses atrás, não digo que ele foi ruim, mas abaixo das minhas
expectativas, não tem o mesmo poder de “Os Infiltrados” ou “Gangues de Nova
York”, mas a trilha é uma ótima peça.
3º Candyman
Filme que eu nem
sabia que existia, tomei conhecimento pelo game “TERROR DROME”, escrito por Clive Baker,
fica bem abaixo do seu trabalho mais famoso – que também não é grande coisa –
Hellraiser. Porém a trilha sonora, é uma composição altamente inspirada de Philip
Glass, é dela que advém o temor que quem assiste pode sentir.
4° 007 Spectre
A quem tenha ficado
nervoso com Spectre antes do Quarteto, a trilha composta é um show a
parte.
5° Segundas Intenções (Indicação da minha
mulher)
Filme que revi com
a minha mulher, pelo motivo de ser um dos vários filmes que víamos no mesmo
horário pela madrugada -- enquanto não nos conhecíamos – na Globo. É o clichê
de “você está sozinho agora, mas em algum lugar, há uma pessoa fazendo o mesmo
que você, e que deve lhe completar de alguma forma.” Ela os assistia por
insônia, e eu pelo mesmo motivo, além de que eu passava as madrugadas
desenhando, a TV era uma companhia. Eu não lembrava quase nada desse filme, e
de fato, é um filme fraco, as únicas coisas dignas nele são algumas canções da
trilha sonora e o final da sociopata gostosa, que casou com ótimo sincronia ao
som de “14 - The Verve - Bitter Sweet
Symphony”.
Continua...
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Até o próximo.
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