Editora: DC
Número
de edições: 31 (contando a
#0)
Tamanho: 480 mb (#01 – 20) e 226 mb (#21 – 30)
Roteiros: Adam Glass
Desenhos: artistas
váriados que não tenho paciência de sair citando.
Mais um vídeo game
de ação do que um quadrinho? Personagens muitas vezes rasos, que mais parecem
lutadores de arcade? Não que arcade de luta seja ruim, é só uma velha teimosia
minha de querer a mínima dose de conteúdo reflexivo em uma obra, e não apenas uma
sequencia de missões com morre / substitui / revivi. Nesse Esquadrão, Pistoleiro
que não é o Will Smith é o mais próximo de protagonista que o leitor vai
ter em meio a explosões, dilacerações e gente caindo como moscas, sua maneira
de guiar é por meio de recordatórios por vezes... Didáticos demais, bem como o
tom das histórias com referências excessivas as que passaram, não sei se para
alavancar as vendas ou falta de fé em quem lê traçar uma mínima ligação
coerente entre os eventos.
De sua maneira
imoral, sacrificando qualquer um em seu caminho –- ou lado –- Pistoleiro ainda é
o mais “lúcido” dos envolvidos, quase todas as suas ações extremas acabam
evitando um mal maior, ele é o puro espirito do propósito do time, não se trata
de fazer um salvamento heroico e memorável, trata-se de tentar salvar uma
fagulha que não foi corrompida, e isso pode indignar leitores acostumados com o maniqueísmo do vilão sempre ser derrotado e o bem vencer no final, o “tudo fica
bem, quando acaba bem” é uma frase no mínimo que estuprada visualmente com o
passar das edições. Em segundo lugar fica Arlequina –- personagem de longe com
maior popularidade em ascensão – se encarregando do humor e do apelo sexual, –-
coisa que produção estilo anos 90 como essa não podia largar – ela chega até a
ter um arco “sobre ela”, apesar do desfecho um tanto previsível, mostrando uma
mudança de comportamento dela como mulher independente, e não mais uma
“bobinha” ajudante do “Sr. C”, uma posição mais que merecida, como eu
mencionei, a personagem tá crescendo e “mitando por ai” como dizem os
adolescentes.
El Diablo e Aranha
Negra são – por boa parte do tempo – a dupla mais funcional nas missões, ambos
criminosos que acreditam serem heróis em busca de “redenção”, ao contrário dos
demais sádicos convictos. Não sei se a intenção do roteirista era essa, mas Aranha-Negra
parece um exercício de criação de um “Batman do gueto”, assassino e com uma
vulnerabilidade bem maior contra os oponentes, foda-se o preparo seriam
eles os mais letais, se não fosse pelo mais carniceiro –- e um dos mais cruéis que eu vi nos quadrinhos – Tubarão Rei. Inimigo do Aquaman (?), ele consegue
ser mais brutal que o Venom (Mac Gargan) nos Thunderbolts, a definição de
“monstro” é transposta com gosto por esse “cara”, cada aparição dele resulta em
alguém desmembrado, devorado, rasgado, e por ai vai. A fome insaciável que o
desgraçado sente não dispensa nem zumbis, seu estilo poucas palavras e de
raciocínio lento torna tudo mais cômico. É difícil segurar o riso com o slongar
“Carne! Carne! Carne!” ou “Aproxime-se. Aproxime-se.”
Aqui prova-se que o licor de cair pinto do Feira da Fruta foi integrado ao universo tradicional da DC. |
Juntos, eles são controlados
coordenados obviamente por Amanda Waller, versão diet e prima do Nick Fury Ultimate o tipo mais maléfico de criatura: a burocrata
protegida por lei, o tipo de ruindade permitida e paga com nossos impostos, sem
dúvida ela é uma das poucas personagens aqui que existem no nosso “mundo real”.
É importante mencionar que apesar do Esquadrão transitar entre lugares comuns
da DC como Gotham – sempre ela... – e Metrópoles, os guardiões delas são
citados como forças que cobrem o território, mas não aparecem, o que descarta o
chato recurso de ter que se apoiar só em outros títulos conhecidos para manter
as vendas, ao contrário, Adam Glass sente-se bem a vontade em trazer os vilões
mais buchas e dar algum brilho neles.
Uma participação já
esperada – e mal desenvolvida – é a do Coringa. Aqui sim é retratado como um deus,
faz muito barulho por nada (A desculpa da Amanda Waller em não pegar o Coringa
fica entre cretina em excesso e forçação de barra total), além das ilustrações
ficarem muito aquém das imponentes do Greg Capullo. Após isso, vem o retorno de
um cara que tava na cara que voltaria, uma separação – violenta – entre um
casal que nem mesmo começou um romance, século XXI, parceiro confrontos
onde centenas são massacrados em minutos, membros reservas que duram duas ou
três edições até a “dissolução final” que findará em outro grupo no Vol. 5...
Não sei por quê, mas outro grupo com arquétipos bem parecidos com esse, além da
permanência de alguns membros. Não me digam que uma série tão “radical” como
essa, tão “imprevisível” tem um status quo tão preservado...
Nota: 6.2
#01 ao 20:
#21 ao 30:
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