E vamos dar sequência à lista da semana passada com mais 17 ideias geniais. Confira!
Avião de anão – numa cena de Casablanca, enquanto os atores
principais conversam em primeiro plano, no fundo há um avião e homens trabalhando
durante um nevoeiro. Acontece que o avião foi feito com um tronco de árvore cortado,
pintado e iluminado. Anões foram usados para fazer a equipe que trabalhava no
aeroporto ao fundo, dando a impressão de que o avião era gigante e fumaça falsa
de gelo seco foi usada para disfarçar e distorcer tudo. Mais barato do que
alugar uma pista de aeroporto com um avião real, não é?
Vidro falso – pular por janelas de vidro, cair sobre
redomas inteiras de vidro e quebrar garrafas na cabeça são algumas das cenas
que você já deve ter visto em muito filme por aí. Mas como fazer a tal cena com
um material tão letal como o vidro? Basta uma lasquinha para fazer um corte
profundo. A solução é água, glicose de milho e açúcar. Basta ferver um pouco,
colocar num molde e pronto! Você terá uma janela ou uma garrafa perfeita e
transparente que deliciosamente irá estilhaçar sem machucar ninguém. Os cacos
dessa mistura não são cortantes, por isso é seguro (e também muito gostoso, se
você for amante de doces).
Vômito de sopa – em uma cena do filme “O exorcista”, a garota possuída vomita uma coisa verde e nojenta. Aquilo nada mais era do que a sopa de ervilhas da esposa do diretor (link). Curiosamente a esposa nunca soube que ele achava a sopa nojenta a ponto de transformá-la em vômito de demônio. No filme “Eu te amo, cara”, um dos atores jorra um jato de vômito na cara do outro. A cena foi feita bombeando sopa de tomate por uma mangueira escondida na boca do ator (link).
Portal tóxico – o filme Orpheus de 1950 contava a história
de um homem que atravessava um espelho mágico e chegava ao submundo. Para
conseguir o efeito do portal do espelho, o diretor usou mercúrio líquido. Bem,
hoje seria uma péssima ideia porque sabe-se que mercúrio é um dos materiais
mais tóxicos do planeta. Já em 1950 eles não tinham esse conhecimento. Sorte
que o ator usava luvas de borracha e mangas compridas.
Perdendo a cabeça – no filme "Scanners, sua mente pode destruir" uma cabeça de mentirinha foi enchida com comida de cachorro e fígados de coelho. Bastou apenas um tiro de uma espingarda calibre 12 para que a coisa toda fosse pelos ares e desse um efeito visual incrível! Veja neste link.
Guerra dos amputados – alguns filmes de guerra não usam
efeitos especiais para sumir com membros de figurantes. É muito mais fácil usar
figurantes amputados, ou seja, que já não tenham um braço ou uma perna. Um
pouco de sangue falso e voilá! Um soldado brutalmente ferido surge.
O que os olhos não vêem, os ouvidos não detectam – o som das pistolas de Star Wars foi feito batendo-se com um martelo em uma torre de rádio. Já o “hum” dos sabres de luz foi feito com o zumbido de um projetor 35mm em marcha lenta e com interferência em um microfone causada por uma TV de tubo. Em outros filmes os tiros geralmente são feitos com fogos de artifício e às vezes o som de ossos quebrando ou carne sendo devorada é feito com salgadinhos de saquinho ou frutas.
Melancia de mil e uma utilidades – a melancia é uma fruta
pesada e deliciosa, mas também uma ótima opção para a criação de efeitos
sonoros precisamente grotescos como cabeças sendo esmagadas, socos na cara ou
um ovo de dinossauro chocando.
Nuvens lácteas – e quando um diretor precisa de uma cena com tempestades e tufões? Tem que esperar um furacão passar pra conseguir as cenas? Claro que não, basta apenas um tanque cheio de água. Para dar o efeito de nuvem, eles jogam leite ou tinta branca e mexem. O efeito é bem semelhante ao das nuvens. Às vezes usam um frisbee para dar um efeito mais dramático e uma forma mais concreta e bizarra às nuvens. Luzes também podem imitar relâmpagos. Confira um vídeo demonstrando várias técnicas: link.
Baba viscosa – a baba do monstro Alien era bastante
nojenta, certo? Mas nada mais era do que gel KY. Simples, barato e perfeito!
Água de aviso – lembra no filme Jurassic Park quando uns copos começam a ter o líquido, água provavelmente, se mexendo em ondinhas? Era um aviso claro de que algo estava muito errado. O efeito, porém, não foi criado por um dinossauro gigante e sim por uma corda de guitarra que ao ser tocada próxima do copo, criou as ondinhas e deu um efeito visualmente perfeito.
Dinossauros modernos – ainda sobre o filme Jurassic Park, os sons dos dinossauros menores foram na verdade feitos por golfinhos, leões marinhos e botos.
Vidro mágico – antes do CGI, os diretores usavam vidros pintados com as paisagens dos cenários. Isso poupava espaço e dava um efeito mais realista, além de, claro, ser uma alternativa mais barata do que cenários construídos em detalhes
Carros em movimento – tomadas feitas mostrando a frente do
carro em movimento são outra cena comum em filmes. Os carros estão realmente em
movimento e não há uma tela atrás se movendo. A questão é que é necessário um
“process trailer”, um caminhão com um trailer que leva o carro e toda a equipe
de filmagem atrás. Desta forma, o carro realmente fica em movimento, mas os
atores podem conversar e atuar sem ter que se preocupar com o trânsito ou a
estrada à frente e ainda por cima a câmera pode gravar o motorista e passageiro
de uma visão bastante privilegiada, quase como se o espectador estivesse sobre
o capô ou de um dos lados do carro. Por isso não fique agoniado se o personagem não fica olhando muito pra estrada. Ele não está dirigindo de verdade.
Doce sangue – hoje existem misturas diversas para fazer sangue artificial. Inclusive qualquer um pode comprar um potinho por poucos reais em alguma loja de fantasias. Geralmente a mistura básica se limita a glicose de milho e corante vermelho. Entretanto, décadas atrás era necessário ser mais criativo no cinema. Geralmente o sangue em filmes em preto e branco era feito com chocolate. Uma alternativa deliciosa e que dava um aspecto bem realístico. Aliás, só pra constar, foram necessários mais de 1700 litros de sangue falso para os dois filmes “Kill Bill”.
Drogas legalizadas – alguns filmes precisam de cenas em que os atores cheirem pó ou fumem, mas como fazer isso sem ter que usar as drogas verdadeiras? Para os cigarros geralmente é usado tabaco herbal que não tem nicotina em sua composição, é feito com algumas ervas e é totalmente legal. Há também os cigarros sem nicotina, que é a opção mais viável e preferida. Para a maconha é utilizado o “Wizard Weed” que não causa efeito ou maconha sem o ativo Tetraidrocanabinol (THC), que seria o composto que dá propriedades narcóticas à maconha. Para as cenas em que os cigarros são enrolados, é usada sálvia e nicotina para dar o efeito da maconha. Os saquinhos da erva geralmente são feitos com orégano para dar a impressão de serem cheios de maconha também. Pedras de crack são feitas pingando gotas de super cola (vulgo Super Bonder) em um montinho de bicarbonato de sódio.
Para a cocaína há diversas alternativas e o pó branco pode ser substituído por: Inositol (vitamina em pó) que dá até um pouco de energia ao usuário, leite em pó, açúcar, vitamina B pulverizada, farinha de trigo peneirada, frutose, fermento químico, talco, soro fisiológico em pó ou laxantes de bebê. Claro que cheirar essas coisas pode não te prejudicar como a cocaína, mas ainda assim pode ser perigoso, então alguns estúdios preferem besuntar o interior do canudo com vaselina para agarrar a maior parte do pó ou mudar os ângulos das câmeras afim de dar a impressão de que o ator está inalando o pó quando na verdade está soprando-o e fazendo desaparecer da mesa. O mesmo se aplica à heroína, já que seu pó é bem parecido com o da cocaína e quando está na forma líquida, geralmente é usado açúcar e bicarbonato de sódio. Talvez a parte mais fácil seja uma cena com cogumelos alucinógenos. Alguns estúdios compram cogumelos com aparência semelhante aos venenosos, geralmente congelados, e depois usam nas cenas. Eles podem ser consumidos sem problemas, já que são cogumelos comestíveis e vendidos em qualquer mercado. Por fim há o álcool, que também é outro item fácil de substituir: basta água e corante ou um suco da mesma cor. A cerveja pode até ser trocada por cerveja sem álcool, chá-mate vira uísque e vodca é na verdade água. A única bebida que não tem substituto é o champanhe, mas uma taça não deixa ninguém bêbado, não é mesmo?
Para a cocaína há diversas alternativas e o pó branco pode ser substituído por: Inositol (vitamina em pó) que dá até um pouco de energia ao usuário, leite em pó, açúcar, vitamina B pulverizada, farinha de trigo peneirada, frutose, fermento químico, talco, soro fisiológico em pó ou laxantes de bebê. Claro que cheirar essas coisas pode não te prejudicar como a cocaína, mas ainda assim pode ser perigoso, então alguns estúdios preferem besuntar o interior do canudo com vaselina para agarrar a maior parte do pó ou mudar os ângulos das câmeras afim de dar a impressão de que o ator está inalando o pó quando na verdade está soprando-o e fazendo desaparecer da mesa. O mesmo se aplica à heroína, já que seu pó é bem parecido com o da cocaína e quando está na forma líquida, geralmente é usado açúcar e bicarbonato de sódio. Talvez a parte mais fácil seja uma cena com cogumelos alucinógenos. Alguns estúdios compram cogumelos com aparência semelhante aos venenosos, geralmente congelados, e depois usam nas cenas. Eles podem ser consumidos sem problemas, já que são cogumelos comestíveis e vendidos em qualquer mercado. Por fim há o álcool, que também é outro item fácil de substituir: basta água e corante ou um suco da mesma cor. A cerveja pode até ser trocada por cerveja sem álcool, chá-mate vira uísque e vodca é na verdade água. A única bebida que não tem substituto é o champanhe, mas uma taça não deixa ninguém bêbado, não é mesmo?
Montanha de madeira – como fazer uma montanha para um
cenário? No filme de Chaplin “Em busca do ouro” a montanha de uma cena foi
feita com serragem que sobrava de serralherias do estúdio e de outros lugares.
Mais barato do que mover terra.
OUTRAS CURIOSIDADES
Confira mais curiosidades de filmes épicos:
Os pioneiros – “Metropolis” de 1926 é considerado um dos
primeiros filmes de ficção científica do mundo. Como pioneiros, eles tiveram
que inventar muita gambiarra pras gravações acontecerem, mas nem tudo eram
flores. O traje de robô, por exemplo, era um verdadeiro pesadelo! Além de ser
bem difícil se mover nele, a atriz Bridgette Helm frequentemente sofria cortes
e contusões cada vez que o vestia, sem contar que certa vez desmaiou porque não
conseguia respirar durante a gravação de uma cena em que o robô virava sua
personagem Maria. Para a cena em que a cidade dos operários era inundada e seus
filhos acabavam em perigo, o diretor contratou 500 crianças das áreas mais
pobres de Berlim para fazer os papéis e os deixou em uma piscina com água fria
por horas para fazer as filmagens por 14 dias. A temperatura da água foi
proposital para que atuassem de forma mais realista. Tempos difíceis aqueles!
Mundo real vs cinematográfico – durante as filmagens do
longa “A Batalha do Neretva” de 1969, havia uma cena em que uma ponte era
destruída com uma mega explosão. Os produtores então foram para a Iugoslávia,
construíram uma ponte de verdade e a explodiram. Entretanto, a primeira
tentativa não deu certo e eles reconstruíram a ponte. Explodiram mais uma vez e
falharam novamente. O problema é que a explosão resultava em tanta fumaça que
não dava pra ver absolutamente nada na cena. O jeito foi criar um modelo em
escala, explodir, filmar e integrar ao filme. Parece que explosões no mundo
real não são tão belas quanto no mundo cinematográfico.
Dia ou noite? Noite ou dia? – no filme “Mad Max: Estrada da
Fúria” todas as cenas foram gravadas de dia, até as noturnas. O que o diretor
fez foi modificar o filme com efeitos especiais e colorização durante a edição
para escurecer as cenas e fazê-las parecer que tinham sido filmadas à noite.
Essa cena é noturna, mas foi gravada de dia. |
Vilões angulados – para dar mais ênfase a vilões, os diretores geralmente inclinam as câmeras e dão um zoom. Por algum motivo isso nos dá impressão de que o cara é muito malvado. A técnica surgiu com o filme alemão “O gabinete do Dr. Caligari” de 1920 e tem o nome de “dutch angle”. Outra técnica bem famosa para tornar o vilão mais perverso é filmá-lo com a cabeça um pouco abaixada, de forma que ele olhe com certa malícia para a câmera. Essa técnica surgiu depois do filme Psicose de 1960 de Hitchcock.
Ângulos diversos – para capturar toda a cena são usados
vários ângulos. O problema é que nenhuma câmera pode capturar a outra. Uma
técnica comum é manter as câmeras em ângulos de 30 graus, assim elas não se
encontram.
VEJA MAIS:
Parte 1
Sobre Metropolis - SOCKS (em inglês) - tem várias fotos dos bastidores, revelando todas as gambiarras do filme
Revista de 1927 examina Metropolis, "Um filme baseado na ciência" - Smithsonian (em inglês) - o mesmo de cima, mas com alguns outros detalhes
Fuck Yeah Behind The Scenes (em inglês) - Tumblr dedicado a mostrar curiosidades sobre o mundo do cinema, principalmente efeitos especiais. Vale a pena dar uma conferida!
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