Eu
sempre acredito no caráter instrutivo
que o xadrez tem, para mim ele não é um mero jogo de tabuleiro como ludo,
dominó, ou outros, é um instrumento demonstrativo em que nos podemos ensinar
desde politica, à existencialismo e
principalmente um controle maior de escolhas mentalmente fortes e calculadas,
que com o passar do tempo vai se ampliando para a nossa vida. É porque tento
todos os dias jogar com as crianças lá no meu trabalho, aprender e passar
alguma coisa a elas, meu tempo pode ser desperdiçado se eu for numa festa, passar
o dia no Facebook, ficar de
conversinha em rodinha no trabalho como se tivesse em um bar (o que sempre
evito, pode me chamar “do contra” se
quiser), mas nunca, treinando xadrez.
Não se prolongando muito, fiz esse texto mais
direcionado aos alunos do meu trabalho, e para os que quiserem, eu deixo aqui
alguns materiais interessantes que eu encontrei nas ultimas semanas,
relacionados ao xadrez:
CAVALEIROS DO SUL
DO BRONX
Filme que eu assisti a primeira vez na Globo de
madrugada a uns anos atrás, n ão é um filme que mude a sua vida, que possua uma
direção que marque na história do cinema, mas é um filme que afirma boa parte do que eu disse no
texto acima, mostrando o aspecto educacional do xadrez, destaque para a cena em
que um dos alunos vai visitar o pai na prisão, e esse lhe ensina uma lição sobre raiva. Bem interessante.
Para ter acesso a ele, clique nesse link:
http://xadrezpirata.blogspot.com.br/2012/05/filme-os-cavaleiros-do-sul-do-bronx.html
,ele te levará ao blog parceiro onde o link para download está hospedado.
Nota: 5.3
BOBBY FISCHER –
CURSO DE XADREZ
Esse vídeo é
excelente. Mostra em pouco mais de 20 minutos uma pequena e impressionante
parcela da genialidade de Fischer no xadrez, antes desse vídeo, o único jogo
que eu havia assistido do Fischer foi a rodada final dele contra Bóris Spassky,
outro excelente jogo. Atente nas jogadas improváveis que ele fazia que
derrubava mestres de xadrez. Vale a pena se inscrever no canal desse cara.
Nota: 8.4
BOBBY FISCHER
CONTRA O MUNDO
“Eu não me considero um gênio do xadrez, eu me considero um gênio que também joga xadrez.”
“A maioria de
nós pensa dentro de limites. Mas ocasionalmente, um pensa “fora da caixa”.
Essas são as pessoas que fazem novas descobertas, que são os criativos, porém
ocasionalmente é difícil voltar para “dentro da caixa”. Essa
afirmação acerca de Bobby Fischer é feita nos 86 minutos de projeção pelo Dr.
Kari Stefansson, um neurologista que
aparece nesse documentário, indignado
com o Bobby Fischer já velho e
supostamente enlouquecido, que passava horas e horas falando sobre “Judeus traidores, EUA ameaçadoramente
imperialistas e holocausto nuclear”. Assisti esse documentário com altas
expectativas de conhecer mais sobre esse que é considerado o “Muhammad Ali do xadrez”, e acabei
surpreendido por uma complexidade ainda maior do que imaginei ser a figura de
Bobby Fischer, afinal: o que leva alguém a dedicar toda a vida para se tornar o
melhor enxadrista do mundo, para desistir de tudo logo após se tornar o campeão
mundial?
O documentário nos faz questionar, se o desenho
de Fischer era superestimado ou realmente se tratava da maior mente que o mundo
do xadrez já conheceu, porque diferente de boa parte dos enxadristas, Fischer
tinha um nível de solidão e egoísmo
ainda superior a essa classe, não tinha relacionamentos amorosos, era
brigado com a mãe (uma ativista comunista que o documentário sugere ter
personalidade espinhenta como ele), além de ser um bastardo, visitado raramente
por um homem amigo de sua mãe, que só quando morreu, sua mãe revelou que se
tratava do pai verdadeiro dele, ele tinha 9 anos...
O comportamento mostrado durante a vida dele leva
a entender duas coisas: Ou ele era um egocêntrico
cruel com complexo de ser um deus, ou a visão que ele tinha da existência
em si era tão ampla como sua visão ao
jogar xadrez, ou quem sabe, para tormento maior, ele fosse essas duas características
demasiadamente combinadas, um Ozymandias
da vida real, que diferente do presente no quadrinho Watchmen, não possuiu frieza e força de vontade para lidar com sua inteligência e percepção sobrehumana da
metafísica. Por isso que eu penso que apenas defini-lo de “louco”, é
subestimar a nossa própria capacidade de raciocínio, apesar é claro, de
atitudes repugnantes dele, como atacar psicologicamente Bóris Spassky com seus caprichos dignos de uma criança de 5 anos,
com exigências totalmente irritantes sobre tudo, se não fosse a vontade de
subjugar Bob Fischer, vindo da parte do da época campeão mundial Bóris,
provavelmente se optarmos pela lógica, Fischer não teria ido tão longe, não
teria sido o campeão mundial e seu
exílio teria sido mais prematuro, ou mesmo ele tivesse ressurgido e aprendido
uma lição de humildade que nunca aprendeu, nunca
saberemos.
Algumas mentes humanas são tão impares, que se
focam em uma espécie de linha reta inabalável a um objetivo, esse enorme poder
mental e físico para se atingir isso, é em contrapartida, como no caso do
Fischer, sua maior fraqueza. Depois da vitória, ele estava pelo menos na mente
dele, invencível, olhou para atrás e percebeu que poderia haver outras coisas
na vida, mas não para ele, a única visão lógica foi o beco sem saída, a
montanha foi escalada e não há mais nada para subir, diferente de Kasparov que enxerga
os desafios como infinitos, Fischer foi afogado pelo vazio emocional que só
conseguia ser combatido com o xadrez. Pink Floyd tem uma música que define bem
tudo isso.
Nota: 10.0
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