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De todos os roteiristas que trabalharam nas histórias do Hulk, aquele que muitos consideram ter sido o melhor é o talentoso Peter David.
Tendo assumido os roteiros do Incrível Hulk a partir da edição 331, Peter David passou 12 anos escrevendo as histórias do Golias Verde, resgatando vários elementos dos quadrinhos clássicos, ao mesmo tempo introduzindo novos conceitos, como as múltiplas personalidades do Banner.
Como um escritor, Peter David foi um dos mais populares da indústria, responsável por várias trabalhos memoráveis tanto para Marvel quanto a DC. Sua fase no Hulk é um de seus sucessos mais lembrados pelos fãs, que até hoje consideram a fase mais celebrada do personagem, no mesmo patamar que clássicos como o X-men do Chris Claremont e o Lanterna Verde do Geoff Johns.
Visto essa importância,
decidi dedicar esse capitulo da retrospectiva para falar das melhores histórias
na revista do Incrível Hulk nessa fase do Peter David e o motivo de ser considerada um de seus melhores trabalhos.
Vamos começar...
Círculo Vicioso
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº 338 a 345
Um dos aspectos
principais da fase do Peter David no Hulk foi a forma como ele abraçou a narrativa
continua das histórias. A revista tinha um clima de novela mexicana, com cada
edição com a outra, fazendo parte de uma saga maior.
A primeira dessas sagas
foi o Círculo Vicioso, o arco das Bombas Gama. Se trata uma
história “road trip” focada no Hulk,
em companhia do Rick Jones e o agente da SHIELD Clay Quartermain, viajando
pelos Estados Unidos enquanto tentam encontrar bombas gama que o governo tem trabalhado
em segredo.
Durante essa aventura,
Hulk enfrentam vários inimigos, tanto velhos quanto novos e lidam com vários
dilemas de histórias passadas, incluindo os traumas causados por seu pai e seu
relacionamento complicado com a Betty Ross.
Mas o Hulk e seus
amigos não são os únicos interessados nas bombas. Além deles, outro personagem
envolvido nessa busca, é o que rouba cada momento da história quando aparece: o
Líder. Graças ao roteiro de David, o vilão é muito bem retratado como esse o
gênio calculista que está sempre 10 passos à frente do Hulk e seus aliados. No
final, fica claro porque o Líder é um dos, senão o maior inimigo do Golias Esmeralda.
Trabalho
de segurança
Outro destaque da fase
do Peter David foi a forma como ele resgatou o clássico Hulk cinza das
primeiras histórias do Stan Lee e Jack Kirby. Por meio de um retcon, ele
reestabeleceu o personagem como uma personalidade alternativa do Bruce Banner.
Diferente do Hulk verde, o cinza era menos forte, porém era inteligente e tinha
uma personalidade bem fanfarrona, resultando nos momentos mais divertidos da
fase.
Entre suas melhores
histórias, uma das mais lembradas foi quando o gigante cinzento, se
aproveitando que o mundo achava que tinha sido morto numa explosão, se escondeu
em Las Vegas. Adotando a identidade de Joe Fix (conhecido no Brasil, como Joe
Tira-Teima), Hulk passa a trabalhar como segurança no casino Coliseu.
Essas duas histórias
estabeleceram um novo status na fase de David, colocando o Hulk num novo
cenário, com novo elenco de apoio, ao mesmo tempo mostrando ele tendo aventuras
com um clima bem mais urbano e noir, envolvendo gangster e, ocasionalmente,
super vilões, sem nunca perder o humor e diversão dos quadrinhos.
Contagem
* Leitura:The Incredible Hulk vol.1 nº 364 a 367
O Hulk pode até ser um
dos seres mais fortes dos quadrinhos, mas como ele poderia vencer um inimigo
que não pode bater?
Essa é a pergunta feito
pela Contagem, uma quadrologia bem intensa que mostra o protagonista sendo
vítima de um envenenamento, capaz de afeta-lo mesmo em sua forma de Hulk. Com
seu dias contados, Hulk sairia numa corrida contra o tempo para tentar descobrir
um antídoto e quem estaria por trás desse esquema contra sua vida.
É uma história é um
perfeito thriller de suspense, com a narrativa prendendo a atenção do leitor e
fazendo questionar se o Hulk irá sobreviver, ao mesmo tempo em que apresenta um
mistério envolvendo vários personagens da mitologia do Hulk.
Conflito
de personalidades
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº 376 e 377
Como muitas mudanças
nas hqs não duram para sempre, claro que o Banner voltou a se transformar no
Hulk verde selvagem que os fãs conhecem. No entanto seu retorno criou um novo
problema: O Hulk Cinza também vivendo na mente Banner.
Não suportando um ao
outro, os dois Hulk começaram a brigar pelo controle, causando instabilidade
nas transformações do Banner.
Para evitar que a
situação piorasse, o doutor Samson, com a ajuda do Mestre do Picadeiro,
hipnotizou Bruce, permitindo que ele pudesse realizar uma terapia com o
cientista e seus dois alter-egos.
Isso resulta numa
história bem pessoal, que mostra o Banner e os Hulks lidando com suas memórias
traumáticas, vendo os eventos que levaram as criações de cada um deles e no
final encontrando um equilíbrio, resultando numa nova transformação.
Rino
Estampado
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº 378
Confira link da review completa: https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2024/12/rino-estampado-o-especial-de-natal-do.html
Mentira verde
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº 383 e 384
Mais um arco que
destaca um vilão clássico do Hulk: O Abominável.
Diferente de outras
aparições, nessa o brutamontes não está em busca de uma nova revanche com o
Hulk. O interesse dele é com atriz Nadia Dornova, que, na realidade, é sua a
esposa. Percebendo as atividades de seu inimigo, Bruce, com a ajuda do Panteão
(um grupo secreto que busca proteger o mundo) vai atrás de Blonsky, fazendo o
vilão sequestrar Nadia.
Para complicar as
coisas, durante essa história, Hulk é chamado pelo Doutor Estranho para
auxiliar os heróis numa batalha contra o Thanos, onde ele acaba sendo encolhido
pelo Titã Louco. Agora como o Hulk vai confrontar o Abominável e salvar Nadia
com esse tamanho de formiga?
Além da genialidade do
David em fazer essa história se conectar com evento do Desafio do Infinito sem
prejudicar as tramas, o ponto alto é todo desenvolvimento do Abominável. No
lugar do monstrão obcecado em derrotar o Hulk e se provar o mais forte, David
caracteriza Blonsky como uma figura trágica, um homem preso no corpo de um
monstro e forçado a se isolar da sociedade. O dilema dele não saber se deve
revelar para Nadia sua identidade é bem escrito e culmina num dialogo profundo
entre Banner e Blonsky que expõe as semelhanças entre os dois rivais.
Pequeno
Hitler
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº386 e 387
Eis uma pergunta: Se
soubessem que uma criança está destinada a se tornar um ditador no futuro,
vocês seriam capazes de mata-lo para poupar vida de vários inocentes?
Esse é o dilema que
Hulk encara nessa história. O conflito gira em torno de Delphine, do Panteão
(falarei deles no próximo item), tendo uma visão sobre um menino, filho de um
embaixador que, de acordo com a visão dela, se tornar um ditador e dominaria o
mundo no futuro. Sendo um sobrevivente do Holocausto, Aquiles se rebela contra
seu grupo e vai atrás da criança para mata-lo. Sendo avisados por Agamemnon,
Hulk e Rick Jones vão a Israel para tentarem impedir esse assassinato. No
entanto, a presença do gigante verde acaba chamando a atenção de Sabra, que vê
o Hulk como aquele que está tentando matar o garoto.
Como um filme de
Exterminador do Futuro, a trama dessa revista consiste em muitas cenas de perseguição,
lutas e reviravoltas, com a força vindo dos debates éticos sobre os valores
morais dos heróis vs o compromisso deles em fazer o necessário para proteger os
inocentes.
Essa história é também
uma boa evolução do personagem de Aquiles, com o passado dele na Segunda Guerra
criando uma trágica ironia de um personagem invulnerável mas que sofreu tantas
perdas ao seu redor, além de dar uma motivação compreensível para um personagem tão antipático.
Guerras
e pedaços
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº390 a 392
Como citei eles no item
anterior, acho que já pra falar sobre o Pantheon (ou Panteão no português).
Criados por Peter David, eles eram um grupo de super humanos, descendentes do
imortal Agamemnon. Com nomes e habilidades de figuras da mitologia grega, eles
buscavam intervir em problemas no mundo.
No início, eu não era
fãs dos personagens e achava que o papel deles poderia ser assumido pelos
Vingadores ou qualquer outro time da Marvel. Contudo, minha perspectiva mudou ao ler Guerras
e pedaços.
Essa história tem o
Hulk e o Pantheon invadindo a nação de Trans-Sabal para ajudar a resistência a
derrubar um líder opressor. Devido a interferência desses super-humanos, o
ditador pede ajuda ao governo dos EUA, que enviam o X-Factor. No entanto,
enquanto ambos grupos se enfrentam, o ditador sequestra Alex Summers, e
planejando usá-lo para criar uma bomba atômica.
Embora ver Hulk e o
Pantheon interagindo e enfrentando o X-Factor (cuja hq também foi escrita por
Peter David) seja divertido, a força do roteiro se encontra no debate
ideológico entre os dois lados. Enquanto o X-Factor trabalham para o governo,
mesmo sabendo de sua corrupção, Hulk e o Pantheon acreditam que eles devem usar
seus poderes para fazer o ditador responder por seus crimes.
Apesar de poder dizer
que o Hulk e seu grupo estão certos nesse argumento, David dá uns pontos
válidos para o X-Factor, visto que a batalha leva um de seus aliados a cometer
um ato bem questionável, fazendo o Golias Verde entender o que o seus oponentes
estavam tentando avisa-lo, questionando até onde ele e o Pantheon devem
intervir no mundo.
Fechamento do círculo
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1
nº393
Hulk teve vários
inimigos em sua vida, desde militares como General Ross a monstros gama como o
Líder e Abominável. Mas, aquele que lhe causou a maior dor de todas foi uma
figura esquecida por muitos fãs: Seu velho assistente, Igor Drenkov.
Tendo feito sua primeira
aparição na mesma revista que o Golias Esmeralda, Igor era um espião russo que
impediu que a explosão da bomba gama fosse interrompida para que pudesse se
livrar de Banner e roubar sua formula. Sua tentativa de assassinato acabou
saindo pela culatra, com Banner virando o Hulk e confrontando Igor, que acabou
sendo preso pelo exército.
Depois de anos ausente,
Igor faz seu retorno nessa edição, sendo sequestrado pelo Hulk, Por ser o dia
da criação da bomba gama, Hulk começa a forçar Igor a reviver as ações que ele
tomou naquele dia, como forma de se vingar de Igor por ter, indiretamente
criado seu alter-ego. No entanto, o ato do suposto herói acaba chamando a
atenção do governo russo, que enviam o Protetorado do Povo (um grupo de super
humanos russos) para resgatar Igor e confrontar o Hulk e o Pantheon.
Seguindo o modelo de
histórias de figuras como Oppenheimer, essa é uma trama bem reflexiva, que faz
os leitores, assim como os personagens na trama, julgarem Igor e pensar se ele
merece ser punido por ter causado o acidente de Banner.
Fantasmas do passado
Se Circulo vicioso foi sobre o Hulk sofrendo uma derrota nas mãos do Líder, Fantasma do
Passado é sobre ele tendo sua revanche.
Fazendo seu retorno
como antagonista, o líder e seus seguidores invadem a base do Pantheon,
buscando recrutar o grupo para ajudá-lo a proteger um grupo de pessoas, que o
Líder está mantendo numa cidadela sob a promessa de poderem viver livres e
protegidas de agentes da Hydra. Naturalmente o Hulk não confia no Líder, porém
Aggamenon, o lider aceita a oferta, fazendo Hulk sair frustrado, sentindo como
se todos tivessem virado as costas para ele.
Em paralelo a isso,
Rick Jones estaria lidando com luto após sua namorada Marlo ser morta por uma
psicopata. Após todos os heróis se demonstrarem incapaz de revive-la, Rick
acaba sendo abordado pelo Líder, que revela ter meios para ressuscitar Marlo. O
teste é se ele pode ser confiado.
Esse é mais um arco que
prende a atenção do leitor com suas reviravoltas e twists inesperados. Mais uma
vez, o crédito se dá a forma como David escreve o Líder, caracterizando-o como
vilão arrogante mas ardiloso, sabendo como manipular as pessoas para atingir
seus interesses. Seu plano envolvendo ele aparentemente descobrindo "o segredo da ressurreição" é um conceito fascinante e, provavelmente, serviu de inspiração para uma fase que irei falar em um futuro capitulo da retrospectiva.
Outro personagem a se
destacar é o Hulk, que chega no auge de seu drama emocional, se isolando das
pessoas por acreditar que todos com que ele se importam se voltaram contra ele.
É graças a Betty (que também teve lidou com seus dilemas) que ele reconhece seu
erro e voltar a ação, provando que, mesmo um Hulk como o Professor pode ter
histórias pessoais e interessantes.
Tempo
de inatividade
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº405
Um dos desafios que uma
equipe tem que superar não é apenas enfrentar oponentes do exterior, mas sim
resolver conflitos internos entre os membros da equipe.
Isso se torna um tópico
revelante nessa edição, onde Hulk tem que intervir em uma briga entre dois
integrantes do Pantheon, Aquiles e Ajax, cujo coração se partiu após descobrir
que seu companheiro estava envolvido com sua amada Atlana.
A forma como essa briga
termina é um momento bem tocante, que demonstra a compaixão que o Hulk/Banner
consegue ter, assim como uma compreensão de sua dor e sofrimento.
Dia
da liberação
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº410 e 411
É fácil para um herói
enfrentar um criminoso que age contra a lei. Mas, quando se trata de se opor a
um vilão de dentro do sistema, a dificuldade é bem maior.
Nesse arco de duas
partes, o Hulk, ao saber que uma antiga colega de faculdade dele foi presa pelo
governo e estava sofrendo maus-tratos na prisão, decide liberta-la. A única
pessoa ficando entre o Hulk e o Pantheon e a moça que ele vem resgatar, é Nick
Fury e a SHIELD.
Como um filme de fuga
de prisão, a narrativa é composta por várias reviravoltas e momentos bem épicos
do Hulk e seus aliados. Simultaneamente, o roteiro aborda tópicos relacionados
a corrupção no sistema presidiário e político, criticando a forma como aqueles
no poder abusam de sua posição para prejudicar e/ou controlar outros.
Futuro imperfeito
Um tipo de história que
um super herói tem que passar é uma viagem para o futuro onde ele vê o impacto
que suas ações tiveram no mundo, para melhor ou pior.
No caso do Hulk, Futuro Imperfeito o mostra sendo transportado para um mundo distópico,
controlado pelo misterioso Maestro. Ao falar com a resistência que trouxe para
aquela época, Hulk se reencontra com Rick Jones, que revela a identidade do Maestro:
É o próprio Hulk.
Com uma premissa tão
simples, Peter David criou um de seus melhores arcos, colocando Banner contra
um oponente que representa seu maior medo. Além de ser tão forte quanto o Hulk,
o Maestro é inteligente e sabe torturar Banner de várias formas, deixando
marcas profundas no herói que ele teria que lidar nas histórias seguintes.
O
casamento de Rick Jones
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº 418
Pelo visto a regra de
que casamentos em hqs de heróis nunca saem como planejado não se aplica somente
aos super heróis, mas também as pessoas próximas a eles.
Depois de muito drama e
construção nesse periodo, Rick Jones e Marlo finalmente iriam se casar. Por ser
um personagem conhecido por grande parte dos heróis, a cerimônia contou com a
presença de vários convidados especiais, desde os Vingadores, o Quarteto
Fantástico e os Defensores.
Porém a comemoração foi
interrompida por ninguém menos que Mephisto, que tinha secretamente manipulado
a Marlo para captura-la e usa-la como moeda de troca pela alma do Hulk.
Apesar da descrição ser
épica e grandiosa, essa revista foca-se mais na comédia e as divertidas
interações entre os personagens. Até mesmo o conflito do Hulk com Mephisto,
algo que poderia ser longo e cheio de pancadaria, é resolvido de uma forma bem
astuta e, ao mesmo tempo, hilária.
A
última dança
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº419
Quem assistiu o filme da Capitã Marvel,
provavelmente conhecem o Talos como aquele skrul carismático vivido pelo Ben
Mendelsohn. Enquanto aquela versão era um aliado dos heróis, o personagem das
hqs era o completo oposto.
Talos, o Indomável, foi apresentado como um skrull
que nasceu sem a habilidade de metamorfose, o que ele compensou com sua força
bruta e selvageria nas batalhas. Depois de ter sido capturado pelos Kree numa
missão (algo que era considerado desonra no Planeta Skrull) e se recusado a
tirar a própria vida, Talos se tornou alvo de chacota pelos outros Skrulls.
Para reclamar a honra que ele perdeu, Talos vem a
Terra e confronta o Incrível Hulk, na esperança de que ele lhe desse uma morte
honrada.
Embora ache a versão do MCU divertida e um dos
pontos positivos de um filme bem mais ou menos, devo dizer que acho a versão
das hqs bem mais interessante, com motivações bem compreensíveis. A conclusão
de sua busca por sua honra perdida é um dos meus momentos favoritos da fase de
Peter David, demonstrando mais uma vez sendo talento de conseguir dar, a histórias
simples, momentos bem emocionantes para os personagens.
Conceitos
míticos
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº421 a 423
Até agora nessa lista,
o Hulk enfrentou super vilões, monstros, aliens, o governo e outras ameaças
ligadas a ficção cientifica. Em “Conceitos míticos”, Peter David introduz um
novo tipo de oponente para o gigante verde, os asgardianos.
Acontecendo logo após o
arco “Guerra de Troia”, Hulk e o Pantheon, descobrem que Agamemnon mentiu para
eles sobre sua imortalidade. Ele obteve esse poder após ter feito um pacto com
uma raça de aliens, em troca de deixá-los escravizar seus filhos e descendentes.
Sentindo-se traído, os heróis vão atrás de seu traiçoeiro líder. Porém, ao
encontra-lo, eles todos acabam sendo transportados para Asgard, se metendo num
confronto entre Thor (não é o Thor Odison, mas sim Roger Norvell) e os três
guerreiros e os Gigantes de Gelo.
Essa é uma aventura de
pura fantasia e sword &magic,
sendo recheada de interações divertidas dos Pantheon com os guerreiros de
Asgard e cenas de ação épicas, com a melhor sendo Hulk e Agamemnon indo parar
no reino de Hela e tendo que enfrentar seu exército de mortos vivos para
escapar. Como bônus, o Peter David representa a narração como se fosse um
livro, mostrando o talento que ele tinha para escrever personagens desse lado
fantasioso dos quadrinhos, com a mesma qualidade que os do lado sci-fy.
Que
a escuridão venha
* Leitura: The Incredible Hulk vol.1 nº420
Uma dura lição que um
super herói é forçado a encarar, cedo ou tarde, é que, mesmo com seus incríveis
poderes, eles não são deuses e não podem salvar todo mundo, mesmo pessoas com
quem eles se importam.
Sendo um personagem
trágico e marcado por perdas e traumas, o Hulk já passou por várias
experiências, principalmente na fase do Peter David. Porém sua maior perda
envolveria um de seus amigos clássicos, Jim Wilson (sobrinho do Falcão).
Tendo sido vítima de
uma agressão, Jim foi levado para o hospital, onde Bruce descobriu que o rapaz
estava morrendo de aids. Com poucos dias de vida, Jim propôs que Bruce
realiza-se uma transfusão do seu sangue para salva-lo. No entanto, Bruce sabe
essa ideia é arriscada, visto que seu sangue radioativo poderia ter efeitos
colaterais, colocando-o num dilema moral: Ele deve seguir a ideia de seu amigo
ou recusar o pedido, quebrando suas esperanças?
Para um personagem que
não foi tão usado desde os anos 70, Jim Wilson foi muito bem caracterizado, com
o roteiro fazendo o leitor se importar com o personagem e entender melhor o
conflito interno do Hulk. Seu questionamento é interessante e aprofunda como os
heróis tem que lidar suas consequências de suas ações e fracassos.
A
queda do Pantheon
* Leitura:The Incredible Hulk vol.1 nº424 a 426
Depois de muita
construção, a Saga do Pantheon chega a sua conclusão em uma trilogia
emocionante.
Tendo capturado Agamemnon,
Hulk e o Pantheon o colocam em julgamento, fazendo confessar como tem usado o
grupo todo esse tempo para realizar suas ambições. Como um megalomaníaco, o
vilão admite sua culpa, demonstrando sua indiferença em relação a equipe que
ele criou e revela sua arma secreta: Os cavaleiros sem fim, um exército criado
por todos aqueles que se opuseram a Agamemnon e ele fez uma lavagem cerebral. Em
resposta ao despertar desse exército, Hulk lidera o Pantheon contra os
guerreiros de Agamemnon, em uma batalha que resulta na destruição do Monte.
Embora esse arco não
tenha sido o fim de Peter David escrevendo o Hulk, não deixa de ser uma bela
conclusão para a história que ele tem criado não só do Hulk com o Pantheon,
como também para seu drama com seu elenco de apoio. Cada personagem consegue fechar
seu arco, seja Ulisses travando seu duelo decisivo com Aquiles ou Cassiopéia descobrindo
o destino de seu pai Perseu.
Mas, no coração disso
tudo, o foco principal é dado para Hulk e Betty Ross. Desde seu encontro com o
Maestro, Hulk tem criado distância de Betty, temendo envolve-la em sua vida e
isso resultar na morte dela e sua transformação no Maestro. Porém é mostrado no
final não só como Betty é uma badass, mas, assim como ela funciona como ancora
para Hulk e sua humanidade, Bruce é quem lhe dá motivação e força para
continuar a viver. A vida deles pode ser trágica e complicada, mas é o amor que
um sente pelo outro que os incentiva a encarar esses problemas ao invés de
fugir deles.
Questões graves
* Leitura: The
Incredible Hulk vol.1 nº - 1
Hoje em dia, muita
gente conhece as participações que o Stan Lee fazia nos filmes da Marvel.
Entretanto, o que muitos provavelmente não sabem é que, muito antes disso, Stan
Lee tinha participações supresas nos próprios quadrinhos da Marvel, de vez
quando interagindo com os personagens que ele criou.
Em “Questões graves”, o
bigodinho branco faz uma aparição surpreende diante do Hulk, quando este se vê
em um cemitério. Agindo como um Fantasma do Natal, Stan Lee, através de um
teatro de marionetes, faz o Hulk relembrar últimos dias que viu seu pai, Brian
Banner, após esse ter sido liberado do hospício onde ficou internado desde que
matou sua esposa.
A pedido dos médicos, Bruce
fica encarregado de cuidar seu pai, com muitos dizendo que ele tinha mudado,
embora o próprio Bruce tivesse suas dúvidas. Embora, a princípio, parecesse que
os médicos estavam corretos, Brian, no dia do aniversário da morte de Rebecca,
tem um argumento com seu filho.
Tal como mostrado em
histórias anteriores, os dois se encontram no cemitério, onde travam uma briga.
No entanto, ao invés de Brian apenas deixar Bruce sozinho e nunca mais vê-lo,
nessa visão o cientista acaba jogando seu pai contra o túmulo de sua mãe,
acidentalmente matando-o, um evento que causa estranheza no Hulk, que não tinha
recordações. É então revelado por Stan Lee que isso são memórias que Banner trocou
por falsas devido ao colapso que teve durante o incidente.
A edição é um grande
retcon na backstory, porém Peter David executa essa mudança de forma bem
consistente com a caracterização do Banner e o drama psicológico construído em
suas histórias. Como demonstrado, Bruce sempre teve medo de suas emoções,
principalmente sua raiva, por associa-la ao seu pai, apavorado com a ideia dele
poder ser um monstro como o homem que matou sua mãe. Revelar que ele matou
Brian apenas torna mais compreensível essa insegurança Bruce carrega dentro si.
Pode-se argumenta que Brian era um monstro irredimível e mereceu tal destino,
mas, na visão do Bruce, o fato que ele foi capaz de matar uma vida apenas
confirmou seu medo, levando a se desassociar ainda mais das emoções. Bruce
Banner é sem dúvida uma das figuras mais trágicas dos quadrinhos.
Com esse tom sombrio e
tópicos pesados sobre relação abusiva e memórias reprimidas, é possível que
alguns achem que a presença do Stan Lee iria criar uma distração, mas, por
sorte, Peter David soube driblar esse problema, com a revelação sobre quem o Stan
Lee casando com o estilo de “contos de terror” da revista, lembrando clássicos
como o Além da Imaginação.
Então é isso! Quais são suas histórias favoritas do Hulk do Peter David? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.
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