Infelizmente, mais uma vez, volto a escrever um post desta série In Memoriam em razão do falecimento de Luis Fernando Veríssimo, em 30 de agosto, sem dúvida um dos mais populares escritores brasileiros das últimas décadas. É tão popular que furou a bolha literária e se tornou até meme de internet, com suas frases.
Como todo mundo sabe, Luis Fernando é filho de outro Veríssimo famoso, o Érico. Embora talvez a obra de seu pai tenha mais magnitude literária, Luis Fernando foi um escritor que se tornou mais popular em todo o território nacional, uma vez que não tinha as restrições regionalistas de seu pai. Porém, escreveu poucos romances, destacando-se sobretudo por crônicas publicadas em diversos jornais.
Nascido em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936, Veríssimo viveu parte da infância e da adolescência nos EUA, com sua família, na ocasião em que seu pai dava aulas na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Sua vida profissional iniciou-se em 1956, no departamento de arte da Editora Globo. Além do pendor para a escrita, Veríssimo também tinha talento como desenhista e, também, como músico de jazz. Fazia parte do grupo musical Renato e seu Sexteto, considerado o “maior sexteto do mundo”, porque tinha nove membros.
Veríssimo ainda ficou conhecido como cartunista, por ter criado personagens como As Cobras, em uma popular tira de jornal, e, também, a Família Brasil. Outro personagem famoso seu era Ed Mort, paródia de detetive à la Sam Spade, que ganhou HQ desenhada por Miguel Paiva, além de um filme protagonizado por Paulo Betti. E também não podemos nos esquecer da Velhinha de Taubaté, que Veríssimo criou para criticar o regime militar, visto que a personagem era uma velhinha que acreditava em todo que o governo dizia. Veríssimo ressuscitou a Velhinha da Taubaté para criticar os governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, mas no governo Lula ele aposentou a personagem. Apesar de ser um esquerdista moderado, Veríssimo evitava falar mal de Lula, PT e cia.
Nos últimos anos, Veríssimo diminuiu sua produção de crônicas para jornais e revistas, mas tornou-se um escritor muito popular e best seller. Reportagem da Veja o creditou como o escritor que mais vendia livros no Brasil. Infelizmente, ele passou a padecer muito da saúde também, tendo um AVC em 2021, e ainda sofria de Parkinson e problemas cardíacos, até ser internado com pneumonia na UTI do Hospital Moinhos de Vento e vir a falecer.
Em suma, fica aqui meu registro e minha homenagem a este que, sem dúvida, foi um dos escritores mais populares do Brasil nessas últimas décadas. Como Rubem Braga, tornou a crônica, considerada um gênero literário menos relevante, algo digno de nota.










