In Memoriam | HERMETO PASCOAL (1936-2025)


Infelizmente, mais uma vez venho escrever um post sobre uma personalidade famosa do mundo das artes que veio a falecer. Dessa vez, foi o “bruxo” Hermeto Pascoal, na longeva idade de 89 anos, no dia 13. Considerado uma figura excêntrica da música, era conhecido por tirar sonoridades de objetos pouco convencionais, como bules, brinquedos e animais. Porém, também era um notório multi-instrumentista, tendo obtido reconhecimento internacional.

Nascido em 22 de junho de 1936, em Arapiraca, Alagoas, teve uma infância difícil, pois nasceu com estrabismo e, também, tinha albinismo. De família humilde, não pode trabalhar na roça, em razão de sua condição. Porém, despertou sua vocação inata para a música desde muito jovem também. Criança, já tinha se apoderado do acordeão de seu pai. Mais crescido, passou a tocar em bailes com seu irmão mais velho.

Mudou-se então para Recife, para tocar nas rádios, e, com o acordeonista Sivuca e seu irmão, formou um trio de sucesso por lá. Em 1958, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou em conjuntos como acordeonista e pianista. Destaque para o período em que trabalhou no conjunto do maestro Copinha.

Nos anos 60, Hermeto transferiu-se para São Paulo e tornou-se um instrumentista famoso. É dessa época sua parceria com nomes conhecidos da MPB, como Elis Regina. Hermeto chamou atenção até fora do Brasil, e a lenda do jazz, Miles Davis, fez parceria com ele nas músicas Nem Um Talvez e Igrejinha.


Sem dúvida, o álbum mais importante de sua carreira foi A Música Livre de Hermeto Pascoal, de 1973, do qual faz partes pérolas como Bebê e outras.

Uma curiosidade, que também ajudou Hermeto a ser mais conhecido nos EUA, foi o “plágio” de uma música sua que se tornou o tema da animação dos X-Men dos anos 90. A influência ficou tão evidente que, na versão do tema de X-Men 97, alteraram um pouco o tema, para que não ficasse tão descarado.



Enfim, fica aqui minha reverência a esse gênio inato da música, que se tornou referência até internacional do melhor da música instrumental brasileira. Adeus, Bruxo. Descanse em paz. R.I.P.