Estreou recentemente, nas últimas semanas, a
nova animação do Homem-Aranha, Seu Amigão da Vizinhança, o Homem-Aranha,
e já veio carregada de controvérsia. A série animada tem conteúdo woke
até o talo e está sendo comparada com porcarias como Velma e The
Acolyte. Assisti aos dois primeiros episódios disponíveis no Disney Plus, e
pelo menos esses episódios são sim uma bela de uma bosta, e duvido que melhore
daqui para a frente.
Pior que declararam que os characters designs dessa animação seriam inspirados nos desenhos de Steve Ditko, mas ele com certeza estaria se revirando e vomitando no túmulo se escutasse isso. Ditko era um cara conservador, de direita, admirador do objetivismo de Ayn Rand, e não iria gostar de usarem seu nome em um produto para agradar os identitários.
A primeira coisa que se
tem de esclarecer que essa animação é sim fortemente inspirada no Aranha do
MCU, interpretado por Tom Holland (apelidado de Tom Rola por alguns), mas não é
o mesmo Aranha. Vou dizer por que acho isso mais à frente. Tem até a tia May milf
gostosa que lembra a feita por Marisa Tomei nos filmes do MCU. O desenho
começa com Peter Parker sem poderes e de luto pelo tio Ben. Mas aí que tá,
nessa realidade, tio Ben não foi assassinado por um ladrão que o Aranha deixou
de prender. Então, não tem motivação para Peter se tornar um combatente do
crime e nem para aquela lenga lenga de “poder e responsabilidade”.
Também mudaram a origem
do Aranha como a conhecemos. Nessa versão, Peter não é picado por uma aranha
radioativa, mas sim por uma aranha mística de outra dimensão, quando o Doutor
Estranho surge de um portal enfrentando um Venom trans. Peter é picado enquanto
está defendendo sua amiguinha lésbica asiática Nico Minoru do ataque do Venom
trans. Essa Nico Minoru faz parte da equipe da HQ Runaways da Marvel,
mas confesso que não lembro de nenhum dos membros dessa equipe, apesar de já
ter lido o quadrinho.
Completando o staff dos
colegas de Peter na animação, temos Harry Osborn, mas Harry está meio
diferente, tomou sol demais e está carregado na melanina. Até entendo essa
questão de diversidade, mas Peter tem outros amigos negros nos quadrinhos, como
Randy Robertson, filho de Robbie Robertson, e Glory Grant. Se ele tivesse
apenas amigos brancos, eu até entenderia a mudança de etnia de Harry, mas não é
o caso. Peter tem amigos latinos, como Hector Ayala, o Tigre Branco, que foi
colega de faculdade dele. E, também,
amigos asiáticos, como a Sha Sham. Está certo que nenhum deles tem a
importância de Harry nos quadrinhos. Bem sei que Harry também mudou de
personalidade nas HQs. O Harry clássico era mais do tipo esquisitinho. A versão
ultimate de Harry é mais galã e playboy, que inclusive foi a
versão que inspirou a do Harry Osborn dos filmes de Sam Raimi, interpretado por
James Franco.
E se Harry é negro, obviamente Norman Osborn também é. Na animação, Osborn torna-se uma espécie de mentor de Peter, e ele até descobre é o Aranha, pois essa versão do Peter é burra o bastante para trocar de roupa na Oscorp, enquanto é flagrado pela câmera de segurança. Vale dizer que o uniforme do Aranha nessa animação é muito feio. Até entendo que seria um uniforme protótipo, mas mesmo assim. Ele inclusive tem um cilindro de fluído de teia.
Os demais colegas de
Peter no desenho são Pearl, que é meio que o “crush” do Peter na animação, e
Lonnie Lincoln, sim, ele mesmo o Lápide, que é um baita de um vilão nas HQs. No
entanto, no desenho, Lonnie é um cara gente boa, quarterback do colégio
Midtown, mas também muito inteligente, e que também está pegando a Pearl. Claro
que em determinado momento da animação ele deve se tornar um vilão, e a culpa
será do racismo, provavelmente, uma vez que Lonnie sofre racismo em alguns
momentos do primeiro episódio. Coisa que não faz muito sentido, pois o Lápide é
um vilão que sempre foi ruim nos HQs, é mau porque é mau. Ele praticava
bullying contra Robbie Robertson no colégio e quase aleijou Robbie depois.
Sem contar que o Lápide é originalmente albino nas HQs.
Outro personagem que
também sofreu alteração foi o doutor Curt Connors, que agora virou a doutora
Carla Connors. Isso mesmo, fizeram
uma cirurgia de troca de sexo no doutor Connors. E claro que ele não é mais branco, e sim
negra. É tipo a superiora de Peter no laboratório da Oscorp.
Digo que a animação é inspirada no Aranha do MCU, mas não é o mesmo Aranha porque há uns furos, como a presença de Norman Osborn e de Harry, uma vez que o Aranha do MCU não sabia quem era Osborn, e só o conhece em Sem Volta para Casa, quando encontra o Osborn do universo do Aranha de Tobey Maguire, interpretado por Willem Dafoe. E na lista de alguns dos vilões que irão participar do desenho, há uns que também não poderiam aparecer, como o Doutor Octopus.
A explicação oficial é a de que o Peter Parker dessa animação seria o mesmo do MCU, mas por algum motivo a continuidade foi alterada, e ele foi parar no colégio Midtown para gênios. Aí, ele conheceu novos colegas, em vez do Ned e da MJ nos filmes de Tom Holland.
O roteiro da animação é
muito mal escrito e cheio de conteúdo woke, como na cena em que o Aranha
fica com pena de uma assaltante e pede para o dono do mercadinho a deixar ir. O
Aranha nesse desenho é filiado ao PT e ao PSOL e fez o L. Está certo que o
cabeça de teia é sim um super-herói “bonzinho” e que tem empatia até por seus
vilões, mas tudo tem um limite. Esse é o Aranha que está esperando a picanha,
mas, em vez da picanha, levou foi uma pica na bunda, sem o sufixo “nha”.
A animação é podre. É
de um 3D que dá vergonha. Tem uma cena em que os colegas do Peter estão
comemorando e ficam parecendo até aqueles bonequinhos do jogo The Sims. E,
apesar do desenho ser em 3D, há uns personagens figurantes em 2D que ficam
parados, em JPG. Ridículo. E pensar que esse é um desenho da Disney, o maior
estúdio de animação do Ocidente. A qualidade da animação fica semelhante à da
propaganda da Magalu. Sem zoeira.
Enfim, os dois
primeiros episódios de Seu Amigão da Vizinhança, o Homem-Aranha são uma
bosta de dar vergonha alheia. Pode melhorar nos outros episódios? Até pode, mas
sinceramente duvido muito. Para não dizer que não há nada que preste, eu gostei
da dublagem brasileira do desenho. O dublador de Peter/Aranha é o mesmo do Tom
Holland, e manda muito bem. Há abertura do desenho também é legal, mas
infelizmente misturam a música clássica do desenho do Aranha dos anos 60 com um
rap. Dá para dizer que esse é a pior animação já feita do Aranha, pior
que Homem-Aranha Unlimited.
Bob Iger declarou que a
Disney iria tratar menos de conteúdo woke em suas futuras produções, mas
de Seu Amigão da Vizinhança, o Homem-Aranha é puro suco woke. Não
me animo muito, pois a Netflix também fez a mesma declaração uns dois anos
atrás.
No entanto, posso me
sacrificar e fazer um apanhado de toda a primeira temporada depois. Falem aí se
querem isso nos comentários. Inacreditável que fizeram isso com o Aranha, um
personagem que se vende sozinho e que, sozinho, já salvou a Marvel da falência
mais de uma vez. A Marvel odeia mesmo o Aranha hoje em dia.
