Sou muito fã de O Corvo original, estrelado por Brandon Lee e, também, da HQ de James o'Barr, e deve dizer que remake não me desceu. Sinto por Bill Skargard, que é um bom ator, mas que topou fazer essa bosta. Se o primeiro Corvo era um misto de filme de ação com terror, esse remake não é de terror nem de ação. O Corvo de 2024 é um filme bem esquisito.
Diferentemente do primeiro filme, que se inicia com Eric
já saindo da cova e iniciando sua vingança contra seus assassinos e de sua
amada Shelly, optaram por, no primeiro ato do filme, desenvolverem o romance
entre Eric e Shelly, que no longa é interpretada por FKA Twigs, que pode até
ser uma boa cantora, mas como atriz é sofrível.
Eric e Shelley se conhecem em um centro de reabilitação, e Shelley foge para lá porque está fugindo do vilão Vicent Roeg, interpretado por Danny Huston, que faz sempre o mesmo tipo de vilão. No caso, é um vilão com poderes sobrenaturais, que faz inocentes cometerem crimes, para suas almas irem para o Inferno, e ele ter a vida eterna. Primeiro ato do filme é o desenvolvimento do romance dos dois, que não convence. Uma completa falta de química.
Quando ocorre o assassinato do casal, Eric fica ainda por um
bom tempo no longa indeciso, hesitante na vingança, ao contrário do filme
original, que é basicamente uma história de amor e vingança. No filme original,
já começa com Eric ressuscitando e se lembrando de Shelly sendo estuprada e
assassinada na sua frente. Uma motivação bem mais básica.
A ação mesmo só acontece a partir do terceiro ato, e é até
bem gore. Na verdade, há apenas duas cenas de ação no filme. A primeira, que é
quando Eric volta ao limbo e decide pela vingança sangrenta, para que sua amada
não padeça no Inferno. E há a cena de ação mais longa, no teatro, em que Eric
vai atrás de Marion, a braço-direito de Vincent, interpretada por Laura Birn, em
um balé sangrento em que Eric mata e esquarteja seus inimigos com uma katana.
O confronto de Eric e Roeg, na cena final, é bem fraco e anticlimático, com diálogos ruins. A resolução é bem rápida e até um tanto ex machina, quando ambos vão parar no limbo. Eric garante o retorno de sua amada Shelly à vida, por meio de seu sacrifício. Acredito que seria melhor que, em vez de um remake, esse fosse só mais um filme com outro protagonista como o Corvo, algo que já é recorrente nas sequências e nas HQs de O Corvo.
Para não dizer que só
tem coisa ruim, a trilha sonora é boa, rock new age tecno industrial e
Enya, mas nem isso salva o filme do fracasso. Outra oportunidade desperdiçada,
provavelmente O Corvo de Jason Momoa tinha potencial para ser melhor. O diretor
desse remake de O Corvo, Rupert Sanders, fez um trabalho bem aquém do
que se esperava. Nota 4 de 10.
0 Comentários