TOP 10 - MELHORES HISTÓRIAS DO SURFISTA PRATEADO

 


TOP 10 MELHORES HISTÓRIAS DO SURFISTA PRATEADO

O Surfista Prateado é um personagens mais complexos das HQs. Num ponto de vista superficial, é fácil assumir que ele seja apenas um simples herói cósmico, como Lanterna Verde ou Guardiões da Galáxia, com suas revistas sendo definidas por lutas no espaço, aventuras em outros planetas e nada mais. Mas, quando se lê as HQs, a realidade é outra: As histórias do Surfistas são profundas, abordando temas bem filosóficos sobre o universo e os conflitos morais, lembrando clássicos sci-fy como “Jornada nas Estrelas” do que típico blockbuster de super herói que estamos acostumados.



Por ser um personagem criado nos anos 60, o Surfista Prateado teve várias histórias nos quadrinhos da Marvel, com algumas tendo sido feitas por autores famosos, como a dupla Stan Lee & Jack Kirby, o Jim Starlin, Dan Slott e muitos outros.

Nessa lista, decidi apresentar 10 histórias que eu considero serem as melhores aventuras do Surfista Prateado nos quadrinhos e recomendações para qualquer um que esteja interessado em conhecer mais sobre o Arauto de Galactus.

Vamos lá....

10) A Trilogia de Galactus (Fantastic Four vol 1 nº 48 a 50)



Começando nessa lista, temos a primeira aparição. Nesse arco do Quarteto Fantástico, escrito por Stan Lee e Jack Kirby, o Surfista foi introduzido como um antagonista, guiando o Galactus até a Terra para que seu mestre possa se alimentar da energia do planeta. Enquanto o Quarteto enfrenta Galactus, o Surfista acabaria conhecendo Alicia Master, namorada do Coisa. Movido pela compaixão da terráquea cega, o Surfista decide se rebelar contra Galactus e lutar pelos humanos.



Embora Reed e sua família sejam os protagonistas dessa trilogia, o Surfista também um participante importante, com sua estreia estabelecendo o viajante das estrelas, sua personalidade e evolução de um servo do Devorador de Mundos para um protetor da Terra.



Apesar de existir histórias melhores do personagem, a Trilogia de Galactus continua sendo uma das mais importantes.

9) Aniquilação: Surfista Prateado (Annihilation: Silver Surfer nº01 a 04)



Por ser um dos personagens mais ligados ao lado cósmico da Marvel, é natural que o Surfista teria participação em sagas espaciais da Marvel. Uma delas foi Aniquilação, um evento em que o Aniquilador escapa da Zona Negativa e, liderando seu exército começa uma guerra contra o Universo Marvel.

Durante essa invasão, o Surfista descobre que o Aniquilador enviou seus seguidores para caçar todos os arautos de Galactus, querendo obter o Poder Cósmico deles. Visto o quão poderoso é os guerreiros do Aniquilador, que são energizados pela Essência (uma versão negativa do Poder Cósmico) o Surfista acaba fazendo uma escolha difícil, aceitando receber novo poder do Galactus, se tornando mais uma vez seu arauto.



Esse momento é mais um exemplo dos sacrifícios que o Surfista realiza para poder garantir a segurança do resto do universo.

 

8) Juízo Final (Marvel Graphic Novel nº38)



De todos os personagens ligados ao Surfista, o mais importante de todos é o Galactus.  Desde sua introdução, os dois demonstraram ter uma relação complexa. Em algumas ocasiões, Galactus expressa um certo orgulho e respeito por Norrin Rad, enquanto em outras ficava frustrado com a decisão de arauto em se opor a ele, o que muitas vezes resultava em Galactus punindo por sua desobediência.

“Dia do Julgamento” demonstra um dos grandes teste dessa relação dos dois. Nessa graphic novel, escrita por Stan Lee e com a arte de John Buscema, o diabólico Mephisto manipula um confronto entre o Surfista e a atual arauta do Devorador de Mundos, Nova. Como a briga acaba danificando o planeta que Galactus iria se alimentar, o gigante pune os dois, prendendo-os no planeta. Sabendo que, sem um arauto, Galactus irá se alimentar de planetas habitados por inocentes, o Surfista não tem escolha exceto se render a Mephisto, oferecendo sua alma pela liberdade de Nova. 



O que o demônio não contava era que Galactus, ao ser alertado por sua arauta, viria resgatar o Surfista, resultando num duelo épico entre o Devorador de Mundos e Mephisto.



Apesar de Galactus dizer que suas ações não foram motivadas por aspectos humanos como amizade e compaixão, essa história deixa claro como o Devorador de Mundos, apesar do que diz, enxerga o Surfista como algo mais do que apenas um servo.

7) Seu universo (Silver Surfer v7 nº13 a 15)



Enquanto maioria histórias do Surfista costumam ser bem melodramáticas, a fase do Dan Slott é uma quebra de paradigma. Ao invés de ter o Surfista sozinho e procurando seu lugar no universo, Slott mostrou o viajante cósmico conhecendo uma humana, Dawn, e os dois tendo aventuras juntos no espaço, com uma pegada bem Doctor Who.

De todas as situações que o casal se meteu, uma que demonstra a criatividade de Slott nessa fase foi durante as Guerras Secretas, quando o multiverso foi destruído pelas Incursões e refeito na imagem do Doutor Destino (agora tendo os poderes dos Beyonders). Durante esse evento, o Surfista e Dawn foram tirados da realidade por Glorian, o Criador de Milagres e arauto do Moldador de Mundos, que selecionou o Surfista e sua companheira para criarem um novo universo.  



Porém, conforme o Surfista e Dawn vão criando esse novo universo, não só Goliran vai demonstrando ter motivos secretos por trás de sua decisão, mas os dois vão percebendo que o universo que eles estão criando não é como eles esperavam. Por meio disso, o arco explora a questão de perspectiva, mostrando a diferença de como o casal enxerga o universo ao seu redor (ou seja é um universo que oferece a vida que os dois quiseram) e como o universo realmente é ( a realidade original), com o casal no final que escolher qual dos universos eles irão viver.

6) Réquiem



Se tem algo que sempre acontece em HQs é o super herói ser morto (e depois ressuscitado, mas isso é outro assunto) e o Sufista Prateado não foi exceção a isso. Esse momento veio nessa minissérie isolada, escrita por J. Michael Straczynski , cuja trama envolve o herói cósmico descobrindo que ele tem uma doença terminal.



O que poderia se tornar uma história depressiva, se torna uma linda despedida para a criação de Stan Lee e Jack Kirby, com o Surfista, durante suas últimas viagens, fazendo várias reflexões sobre mortalidade, perda e lamento ao mesmo tempo em que expõe a beleza da vida (tudo bem ilustrado pela arte magnífica de Esad Ribic).



5) Parábola



Com aspectos como seu nível de poder, sua personalidade nobre e sua rivalidade com Mephisto, dá pra notar que o Surfista tem uma inspiração em obras mitológicas e bíblicas. Dá pra dizer que ele e Galactus eram praticamente “Deuses cósmicos” (um conceito que Kirby exploraria em HQs como Eternos e, depois na DC, Os Novos Deuses).

“Parábola” (escrita por Stan Lee e com a arte de Jean Giraud) apresenta uma nova abordagem a esse conceito: A trama da revista envolve Galactus mais uma vez tentando se alimentar da Terra, dessa vez usando uma estratégia diferente: Se aproveitando da forma como as pessoas o enxergam como um “deus”, ele começa manipular os humanos a provocar caos e desordem, fazendo o Surfista ter que não só impedir os planos de seu antigo mestre como também convencer a humanidade a reconhecer a verdade.


Tal como muitas histórias que escreveu do Surfista, Stan Lee aborda o Surfista agindo como um crítico da humanidade, tocando em temas bem complexos como religião e a obsessão da humanidade em procurar por um salvador, com o próprio Surfista rejeitando uma oportunidade de ser “aceito pela humanidade”, se recusando a ser tratado como um deus.



4) Segredos profundamente enterrados (Silver Surfer v3 nº50)



Durante a fase de Jim Starlin, um dos inimigos mais recorrentes do Surfista foi Thanos, com o arco do Surfista envolvendo ele tentando impedir o Titã Louco de eliminar metade dos seres vivos no universo. Após uns encontros construindo a rivalidade entre os dois, o grande conflito aconteceu na edição 50, com o Thanos, energizado pelas joias do infinito, emboscando o Surfista.

Durante a luta, o Titã Louco provoca o herói, apontando o quão semelhantes eles são, como o fato de ambos servirem entidades cósmicas (Galactus e Lady Morte) e estavam disposto a sacrificar vidas para fazer o que julgavam ser certo. Quando o Surfista nega essas acusações, Thanos ataca sua mente, forçando Norrin a relembrar de seu passado com seu pai, um cientista que, após um argumento com seu filho, cometeu suicídio, algo que traumatizou Norrin profundamente, se culpando pela tragédia.



Embora o Surfista consiga no final escapar de Thanos, o vilão é quem riu por último, com Norrin saindo bem abalado, tanto fisicamente quanto mentalmente, assombrando por essas memórias que ele reprimiu.

3) ...E quem vai lamentar por ele (Silver Surfer v1 nº05)



Um aspecto trágico do Surfista presentes histórias é sua solidão. Não importa quantas pessoas o Surfista conheça, sempre ocorre uma tragédia que o afasta de volta para sua vida isolada.  Uma dessas pessoas que desenvolveu uma forte amizade com o Surfista foi Al B. Harper, um físico que encontrou o Surfista, após esse ter falhado em quebrar a Barreira de Galactus (um campo de energia que impedia o Surfista de deixar a Terra). Após cuidar de seus ferimentos, os dois se tornaram amigos, com Harper trabalhando num dispositivo que pudesse ajudar o Surfista a escapar de sua prisão.



No entanto, o Surfista foi forçado a desistir dessa oportunidade quando Estranho atacou a Terra, plantando uma bomba que iria destruir toda humanidade. Com Norrin ocupado enfrentando o vilão cósmico, Harper foi desativar a bomba, mas acaba sendo pego por uma armadilha, perdendo sua vida para salvar o mundo.

Dá pra notar que essa história é um comentário no preconceito nos anos 60, com Harper (um afro-americano) também vivendo sozinho e tem que lidar com desconfiança de outros, o que torna sua dinâmica com o Surfista (que também sofre rejeição) bem emocionante.



2) Eterno/Um poder maior que o Cosmos (Silver Surfer v8 nº13 e 14)



Embora tivesse um tom mais light e foco em aventuras surreais do Surfista, o grande destaque da fase do Dan Slott era o romance entre Norrin e Dawn. Desde o primeiro arco, os dois foram de companheiros para um casal, com o Surfista inspirando a jovem a explorar o universo e aceitar novas experiências, enquanto ela ensinou Norrin a valorizar o lado bom da vida e se divertir.

Mas, como típico em histórias em quadrinhos dessas grandes editoras, cedo ou tarde, o status quo teria que voltar ao que era antes. Contudo, Slott não ia encerrar a história de Norrin e Dawn de uma forma preguiçosa. Ao invés disso ele mostrou o casal tendo uma última aventura, onde os dois, durante uma viagem no tempo, acabam indo parar em Taa (o planeta natal de Galactus), antes do Big Bang. Enquanto aguardam uma oportunidade para voltar a sua época, os dois passam um tempo em Taa, adotando novas identidades e curtindo uma vida como um casal feliz.



Sem dar spoiler, a forma como essa história termina é um dos melhores encerramentos de fases de HQs, tornando o que poderia ser uma história depressiva numa obra de derramar lágrimas de emoção.

 

1) Inquisição/ Perdão (Silver Surfer v3 nº57 e 58)



O que torna o Surfista um personagem tão complexo são suas contradições.  Ele é um homem bom mas cometeu vários atos questionáveis, como, por exemplo, servir Galactus para salvar seu mundo, mas sacrificando outros planetas no processo. Depois de tantas experiências assim, é natural que o Surfista seria uma pessoa tão reflexiva, sempre questionando a moralidade não são daqueles a sua volta mas também de si mesmo.

Enquanto a fase de Starlin abordou esses questionamentos, com o Surfista lidando com essas revelações e tendo que aceita-las Ron Marz foi quem levou esse dilema para o próximo nivel. Nessa história de duas partes, Norrin, durante a luta contra Thanos (Obs: Essa história se passa durante o Desafio do Infinito), é transportando para um lugar desconhecido, controlado por uma inteligência artificial. 



Enquanto tenta encontrar uma forma de sair desse lugar, Norrin vai sendo guiado pela I.A e se deparando com várias imagens de seu passado, forçando a confrontar os traumas que ele tem carregado dentro de seu interior.




É evidente que esse lugar que o Sufista se encontra é uma representação do Purgatório. Cada obstáculo que o Surfista se encontra sendo uma representação de suas memórias e dos sentimentos que ele carregou dentro de si, da culpa que ele sente por todas essas tragédias. Para conseguir sua liberdade (tanto desses traumas quanto desse lugar), o Surfista acaba tendo superar esses “fantasmas de seu passado” não com força e poder, mas sim com perdão, com ele fazendo as pazes com essas memórias e com si mesmo.

É esse desenvolvimento permite o arco capturar o principal conflito Surfista, que é sua busca por redenção. Norrin pode ser um alien viajando pelo cosmos, mas, em sua essência, ele é apenas um homem lidando com seus pecados e tentando ser uma pessoa melhor. 



Então é isso! Para vocês, quais são as melhores histórias do Surfista Prateado? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.




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