Feliz Natal, ho ho ho! Você foi um bom menino? Porque, se não foi, e dependendo do que tenha feito, pode acordar no Inferno com a boca cheia de formiga, como essa história natalina estrelada pelo glorioso Frank Castle, o Justiceiro, prova.
Essa
história foi publicada originalmente em Punisher Silent Night, em 2006,
escrita por Andy Diggle e desenhada por Kyle Hotz. Nela, o Justiceiro está em
um caís, posicionado para meter bela em bandido vagabundo, quando reconhece
capangas do mafioso Júnior Calvani, que estava sumido há muito tempo, depois
que seu pai foi traído e entregado aos federais. Percebendo que enfim poderia descobrir
o paradeiro do carcamano, Castle resolve deixar pelo menos um dos bandidos
vivos, para que ele pudesse falar. O Justiceiro abate dos dos criminosos com um
único tiro, e o terceiro sai correndo e atirando a esmo, porém acaba com uma
faca no bucho. O meliante diz para Castle que Júnior estará em um orfanato à
meia-noite de Natal, porque o traidor, o consiglieri que delatou seu pai
para os federais estará lá. Como agradecimento, o Justiceiro deixa a faca no
bucho do bandido enquanto o faz mergulhar no lago, para que ele se refrescasse.
Depois disso, livra-se da cocaína, um “Natal branco”.
Na
sequência, um Papai Noel meio estranho está com uma criança no colo quando o
Justiceiro aparece querendo uma conversa particular. Na verdade, o Papai Noel é
um ex-criminoso conhecido como Pequeno Tim, e ele tinha sido o responsável por
delatar Gerardo Falsetti, o consiglieri que entregou o velho Calvani
para os federais. O Pequeno Tim revelou que Falsetti o tinha contratado para trabalhar
como Papai Noel para animar as festas das crianças do orfanato em que tinha
crescido, Tim então não perdeu tempo e entregou a localização de Falsetti para
Júnior. Como Castle não poderia deixar o Pequeno Tim livre, dá uma porrada nele
e o leva consigo, deixando algumas crianças traumatizadas ao testemunharem a
cena.
No
orfanato, Falsetti está se confessando para o padre, se sentindo culpado por ter
sido obrigado a entregar o Calvani, mas o padre diz que ele fez bem em agir assim
porque deu as costas para a maldade. Eis que chegam no orfanato o Justiceiro disfarçado
como Papai Noel acompanhando do Pequeno Tim, que se identificam para os
capangas de Falsetti. Castle logo manda as crianças fazerem barricadas com
bonecos de neves para receberem os homens do Júnior. Enquanto isso, o
Justiceiro aproveita para quebrar o pescoço de um dos capangas de Falsetti.
Na
ceia de Natal, Castle não titubeia e quebra o nariz de Falsetti diante das
crianças e do padre, e o amarra e amordaça na lareira. Entrementes, Júnior
Calvati chega com seus capangas para assassinar Falsetti e ele está “sangue nos
olhos”. O Justiceiro diz para o padre se esconder com as crianças e dá uma espingarda
para ele; o padre diz que não pode pegar em uma arma porque é um “homem de Deus”,
mas Castle diz que qualquer um que entrar lá vai querer assassinar toda
testemunha que encontrar.
Por
sua vez, os homens de Júnior chegam atirando e matando os capangas de Falsetti.
Porém, o Justiceiro não é bobo e botou explosivos nos bonecos de neves,
mandando vários dos capangas do Júnior para o Inferno. Júnior consegue alcançar
seu carro, mas Castle não está disposto a deixá-lo escapar com vida depois de ter
tido tanto trabalho. O Justiceiro apodera-se do trenó do Papai Noel e parte
atrás de Júnior. Ele consegue alcançar o mafioso, atira no pneu de seu carro e
devolve sua faca, o fazendo afundar no lago.
Nesse
meio tempo, o Pequeno Tim resolve ser ganancioso e sugere que pode libertar
Falsetti, em troca de dinheiro. Falsetti concorda, mas tudo o que Tim consegue
ganhar de presente de Natal é uma facada no bucho. Falsetti corre para escapar
do orfanado, mas topa com o Justiceiro. Ele implora por sua vida, dizendo que é
um homem mudado, que se entregou aos federais e tudo, mas, como dizem, quem tem
pena é galinha, e Castle não tem pena e dá de presente a Falsetti uma bala na
cabeça. Depois, o padre e as crianças traumatizadas encontram o corpo do bandido.
E todos os caras maus morreram.
E
assim termina mais um conto de Natal da Marvel. Não é o conto de Natal mais bonito,
mas nem todo conto de Natal é bonito ou necessariamente edificante. Esse pelo menos
tem o humor negro que algumas das histórias antigas do Justiceiro apresentavam.
O personagem tinha histórias mais sérias, mas algumas eram mais escrachadas. E
é sempre bom lembrar do Justiceiro “raiz” porque a coisa só tem ficado preta
para o personagem nos últimos tempos. Então, é bom lembrar das histórias mais
antigas, antes de a Marvel ter sido comprada pela Disney e da época em que havia
menos “mi mi mi”. Feliz Natal, ho ho ho.
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