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10 MELHORES HISTÓRIAS DO FLASH (BARRY ALLEN)
Uma das histórias mais populares do Flash (Barry Allen) é Ponto de Ignição. Escrita por Geoff Johns, esse arco mostrou o Barry Allen voltando no tempo e impedindo o Flash Reverso de matar sua mãe, criando uma realidade alternativa onde ela sobrevive, mas o mundo está um caos: Barry não tem mais seus poderes, Thomas Wayne virou o Batman após a morte de seu filho Bruce, o bebê Kal-El caiu em Metrópolis e foi capturado pelo governo e o mundo está ameaçado por uma guerra entre Aquaman e a Mulher Maravilha. Diante dessa confusão, Barry tentaria encontrar uma forma de recuperar seus poderes e restaurar a realidade de volta ao normal.
O arco, embora não
tenha sido um reboot tão bom quanto Crise nas Infinitas Terras, foi uma boa
história do Flash, explorando a relação do Barry com sua mãe e como é difícil
para ele ter que aceitar a morte dela.
Porém o sucesso dessa
história parece que se tornou muito superestimado, criando uma ideia errada
entre os fãs de que é a única história boa do Barry Allen, o que ficou mais
evidente pela forma como Ponto de Ignição foi adaptado em várias mídias como a
série do Arrowverse, os filmes
animados e o recente filme do Ezra Miller.
Uma desculpa usada para
justificar essa visão é que Barry Allen não tem histórias boas, que ele era um
personagem chato comparado com o Flash mais popular Wally West, e que só se
tornou legal após Johns tê-lo ressuscitado. Apesar de eu concorda com alguns
pontos desse argumento acho ele um pouco exagerado. Barry pode não ser um
personagem complexo e não ter tido fases icônicas como Wally West (meu flash
favorito) mas ele teve histórias boas, que representavam bem a essência surreal
e criativa da Era de Prata.
Que histórias foram
essas?
Eu vou exemplificar... Esse
é o meu top 10 melhores histórias do Flash (Barry Allen)...
10)
NOSSO INIMIGO, O FLASH/O SOCO MAIS FORTE DE TODOS OS TEMPOS (THE FLASH v1 nº 147
e 153)
De todos os vilões do
Flash, o mais cruel de todos é Eobard Thawne, o Flash Reverso. Tendo os mesmo
poderes de Barry, esse psicopata do século XXV em muitas ocasiões voltou no
tempo para atormentar seu herói, ameaçando não só Barry, mas pessoas próximas a
ele.
Uma delas foi Albert
Desmond, alter ego do vilão Sr. Elemento. Apesar de ter enfrentado o Flash no
passado, foi revelado que ele sofria de dupla personalidade, um homem dividido entre o bem e mal. Com sua
personalidade boa aparentemente tendo assumido de vez o controle, Desmond estava recomeçando sua
vida e ficando amigo do Barry. Porém, o Flash Reverso interveio e manipulou
Desmond a voltar para o crime e ajudá-lo num plano para se vingar do Flash.
Mesmo sendo uma
história da Era de Prata (um período em que HQs eram conhecidas por um tom mais
campy e inocente), é trágico ver
Desmond voltando a ser um criminoso depois de parecer ter conseguindo sua
redenção. Ambas histórias destacam a insanidade do Flash Reverso, com sua
interação com Desmond sendo o oposto da interação dele com Barry: Enquanto
Barry tenta ajudar seu amigo a não voltar a ser um vilão, Flash Reverso apenas
quebra a confiança de Desmond e tenta convence-lo a ser um criminoso.
9)
O REINO DO SUPER GORILA (THE FLASH v1 nº 127)
Não tem como falar no
Flash sem pelo menos citar o Gorila Grodd. Só a ideia do Flash lutar contra um
gorila falante já é um aspecto divertido nas HQs do velocista escarlate. Porém,
Grodd está longe de ser um brutamontes com zero de inteligência, sabendo adotar
estratégias diferentes contra o Flash.
No caso do Reino do Super Gorila, Grodd usa seus
equipamentos científicos para receber uma aura que faz todos próximos a ele
passarem a admirá-lo. Com essa nova habilidade, ele facilmente domina Gorila
City e depois começa a fazer o mesmo com Central City, com Flash tendo que
encontrar uma forma de escapar da influência da aura de Grodd.
Normalmente, Grodd é retratado
como um tirano obcecado por poder e controle, mas essa história é uma das
poucas que mostra Grodd de uma forma meio “simpática”, com ele buscando
adoração dos outros e como seus planos o levam a ser isolado, rejeitado tanto
pelos humanos quanto pelos gorilas de sua cidade natal.
8)
O HOMEM MAIS FRIO DA TERRA (SHOWCASE nº 8)
Um assunto discutido em
certas histórias de super herói é a ideia dos heróis e vilões serem resposta a
ação um do outro. Tal como a existência de vilões inspira a criação de super
heróis, a existência de heróis levam criminosos a virarem super vilões.
Um personagem a
representar essa ideia é Leonard Snart, o Capitão Frio. Nessa primeira
aparição, ele foi introduzido apenas como um simples ladrão que rouba uma arma
de gelo após saber que ela poderia ser usada para combater a velocidade do
Flash, virando um dos primeiros vilões do Velocista Escarlate.
Embora o personagem, em
suas aparições seguintes, passaria um bom tempo sendo um vilão bem galhofa até
ser reinventado por Geoff Johns, sua primeira aparição já apresentou aspecto
que viriam a fazer parte da versão que todos os fãs conhecem hoje em dia, dele
ser um criminoso subestimado e astuto, sabendo criar estratégias diferentes
para combater o Flash. O fato do Snart ter virado um super vilão devido à
existência do Flash ajuda a demonstra como as ações heroicas, embora garantam a
segurança dos inocentes, acabam motivando criminosos e se tornarem adversários
mais poderosos.
7)
O TRAPACEIRO CONTRA ATACA (THE FLASH v1 nº 121)
O Trapaceiro é um
personagem bem incompreendido pelos leitores. Muita gente pensa nele como um
“Coringa 2.0” mas na verdade ele é diferente: ao invés de um psicopata
assassino, James Jesse é mais um ladrão astuto e brincalhão, que gosta de
desafiar o Flash a deter seus crimes.
Um de seus esquemas
mais astutos aconteceu nessa história, onde o Trapaceiro decide roubar os
criminosos que o Flash prende, aproveitando-se quando o velocista está ocupado
com os criminosos para poder pegar o que eles roubaram, forçando o Barry a
pensar numa forma de poder pegar esse ladrão astuto.
É uma história bem
simples porém representa bem o Trapaceiro e sua dinâmica com o Flash, com o
vilão demonstrando se divertir desafiando o herói e chegando expressar incomodo
ao achar que conseguiu matar o herói, ao invés de celebrar sua vitória como
muitos criminosos fariam.
6)
O JOGO TRIPLO DA PATINADORA DOURADA (THE FLASH v1 nº 257)
Apesar de ser um
inimigo do Flash, o Capitão Frio demonstra ter um certo respeito pelo herói,
assim como um certo código moral, nunca machucando civis, mulheres e crianças
durante seus crimes. Infelizmente, sua irmã, Lisa Snart, a Patinadora Dourada,
é o oposto.
Já de cara nessa sua
primeira aparição, ela é estabelecida não como uma criminosa buscando dinheiro
e joias, mas sim vingança contra o Flash, culpando-o pela morte de seu namorado
Roscoe Neyle Dillon (o alter ego do vilão Pião). Tendo deduzido a identidade secreta do Flash,
Lisa se aproveita quando o Barry está visitando seus pais, e usa umas joias
para envenenar o casal e Íris West, colocando o Flash numa corrida contra tempo
para poder salvar seus pais e sua esposa.
Infelizmente para
Barry, essa não seria a primeira nem última vez que pessoas próximas a ele se
tornam alvo de um de seus inimigos.
5)
CORRIDA ATÉ O FIM DO UNIVERSO (THE FLASH v1 nº 175)
Uma das imagens mais
icônicas das histórias do Flash é ele competindo uma corrida com o Superman. Os
dois já foram assunto discutido entre os fãs, se perguntando qual deles é o
mais rápido. Isso levou a DC a fazer várias histórias que essa disputa entre o
Velocista Escarlate e o Homem de Aço.
A diferença da Corrida até o fim do universo para as
outras corridas é o que está em jogo. Ao invés de uma corrida amigável entre os
dois, os heróis são forçados a correrem por dois aliens, que ameaçam a destruir Metrópolis e Central City caso eles se recusem. O percurso da
corrida é o espaço, com Flash recebendo uma aura de energia para permitir ele
sobreviver no vácuo. Para piorar as coisas os dois aliens plantaram armadilhas, com um buscando impedir a vitória do
herói escolhido pelo outro, colocando tanto a vida do Superman quanto a do Flash em perigo.
De todas as corridas do
Flash com o Superman, esta é com certeza uma das mais surreais, abraçando a
criatividade das hqs ao mesmo tempo em que apresenta uma história cheia de
suspense e twists.
4)
A MORTE DE ÍRIS WEST (THE FLASH nº 275 a 284)
Ser um super herói não
é nada fácil. Cedo ou tarde ele tem que encarar a realidade e aprender a lidar
com derrotas e fracassos. No caso de Barry Allen, seu maior fracasso veio nesse
arco em que o herói e sua esposa Íris vão a uma festa a fantasia, um evento que
termina em tragédia com Barry encontrando Íris morta. Cheio de tristeza e
raiva, Barry começa a investigar o assassinato, jurando encontrar o responsável
pela morte de sua esposa.
Tal como a Morte da Gwen Stacy, esse arco
representa o ponto de virada das histórias do Flash, com o tom light e campy da Era de Prata sendo substituído por drama mais sombrio e o
Barry passando as histórias seguintes lidando com essa perda em sua vida.
3)
FLASH DE DOIS MUNDOS/PERIGO DUPLO PARA TERRA/A VINGANÇA DO VILÃO IMORTAL (THE
FLASH v1 n° 123, 129 e 137)
Hoje em dia, o
Multiverso é um conceito bem popular na cultura pop, sendo usado em várias
formas de mídia, sejam HQs, filmes, séries ou vídeo games. No universo DC, a
ideia de terras paralelas surgiu na HQ do Flash, na icônica história do Flash de Dois Mundos, em que Barry
acidentalmente acaba indo parar na Terra 2, um mundo habitado pelos heróis da
Era de Ouro, e conhece seu herói de infância, Jay Garrick, o Flash original.
Após trabalhar junto do velocista veterano para capturar uns criminosos (o
Violinista, o Pensador e o Sombra), Barry consegue voltar para seu mundo, mas
essa não seria a última vez que Jay daria as caras na vida de Barry.
Os Flashes se
reencontrariam em outras ocasiões nas histórias seguintes: em sua segunda
aparição, Jay é quem vem a Terra de Barry (conhecida como Terra 1) e o ajuda a
derrotar a dupla do Capitão Frio e o Trapaceiro. Já no terceiro encontro, os
dois se unem para libertar os membros da SJA, que foram capturados pelo Vandal
Savage.
Tiveram mais encontros
entre eles, tanto nas HQs do Flash quanto nas HQs da Liga da Justiça, porém os
três primeiros formam uma perfeita trilogia, com Barry conhecendo seu ídolo e
seu mundo e o ajudando a voltar à ativa e, eventualmente, os dois conseguem
fazer o mesmo para os membros da SJA. É emocionante ver Barry, que cresceu
lendo as histórias do Jay e da Sociedade da Justiça, sendo responsável por
inspirar o retorno de seus heróis, além de ser bem simbólico, visto que foi a
aparição de Barry que marcou o início da Era de Prata e a volta da popularidade
das HQs de super herói.
2)
FLASH ANO UM (FLASH v5 nº 70 a 75)
Após seu retorno e
Ponto de Ignição, Barry teve dificuldade de recuperar sua popularidade. Os fãs
ainda estavam insatisfeitos por ele tomar o lugar do Wally West e os
roteiristas pareciam não saber fazer histórias interessantes com o personagem.
Isso mudou em 2016, quando a HQ foi assumida por Joshua Williamson. A fase dele,
embora tendo uns altos e baixos, conseguiu representar bem o Barry Allen e
explora sua dinâmica com seu elenco de apoio.
Das histórias que
Williamson escreveu, a melhor foi Flash Ano Um, uma versão modernizada da
origem de Barry, mostrando seu primeiro ano dele como o Velocista Escarlate, o início
de seu relacionamento com a Íris West e seu primeiro conflito com o Tartaruga.
Ao invés de mostrar Barry como um cientista que decide de cara ser um herói
após ganhar seus poderes, Williamson retratou o Barry como um cara mais
inexperiente, isolado e um pouco pessimista, que de início tem dúvidas sobre
ser um herói. Porém, conforme a trama vai se desenvolvendo, Barry, com a ajuda de
Íris vai aos poucos ficando mais confiante e otimista, aprendendo a encarar
seus problemas ao invés de fugir deles.
Williamson também faz
uma boa reinvenção do Tartaruga, o primeiro inimigo do Flash nas HQs. Ao invés
de um bandido que fala lentamente, o Tartaruga é retratado como um cientista louco
e usuário da Força Inércia, um poder de roubar a velocidade dos objetos,
tornando-o um perfeito contraste ao Flash (usuário da Força de Aceleração).
1)
A ODISSEIA DO FLASH (THE FLASH v1 nº 300)
Já imaginaram o que
seria acordar num mundo diferente, onde todo mundo diz que você teve uma vida
diferente do que você se lembra? Essa é a sensação que Barry teve nessa
aventura.
A história mostra o
protagonista despertando numa cama de hospital, com o corpo todo enfaixado e
tendo dificuldade de falar. Ele receberia uma visita de um médico psiquiatra
que explica não só que Barry está lá desde seu acidente no laboratório (o evento
que lhe deu poderes) mas revela que a vida do Barry como Flash foi apenas uma
invenção de sua imaginação. Barry se recusa a acreditar nisso, porém ele começa
a receber visitas de amigos que contam versões diferentes dos eventos que ele
se lembra, deixando-o mais confuso. Será que a vida dele como Flash não foi
real?
Para alguns essa
história é apenas uma retrospectiva chata porque Barry passa a maior parte do
tempo relembrando (seja sozinho ou falando com outro personagem) eventos de sua
vida. Mas para mim, é o contexto que esses flashbacks são apresentados que
importa. Após tudo que passou, é compreensível a reação de Barry ao receber
essa revelação do doutor, assim como seu desespero em procurar alguém que
acredite nele apenas para receber uma informação nova atrás da outra que
contradiz suas memórias, quebrando cada vez mais seu otimismo e força de
vontade. Isso contribui para tornar o mistério ainda mais intrigante, com a trama fazendo com que nós, leitores, também questionamos o que está acontecendo ou se os personagens
estão dizendo a verdade ou não.
Além disso, o final da história tem não só um dos melhores twists em HQs como também um exemplo do Barry Allen usando sua inteligência e conhecimento científico para descobrir a verdade por trás desse dilema. Ele pode ser o Homem Mais Rápido do Mundo, mas sabe usar a cabeça nos momentos de necessidade.
Por esses motivos que
considero A Odisseia do Flash a
melhor história do Barry Allen de todas.
Então é isso! Quais são
suas histórias favoritas do Flash? Sintam-se à vontade para colocar suas
opiniões nos comentários abaixo.
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