E não é que esse Porco-Aranha: Grandes Poderes, Nenhuma Responsabilidade é uma grata surpresa? Apesar de ser leitor de HQs há mais de trinta anos, nunca tinha lido nada do Porco-Aranha. Na época da Abril, suas histórias eram ignoradas no Brasil, e olha que ele é um personagem antigo, cujas histórias remontam aos anos 80. O Porco-Aranha começou a ficar mais popular após sua participação na animação Homem-Aranha no Aranhaverso.
Este
encadernado contém duas aventuras. A primeira é Grandes Poderes, Nenhuma
Responsabilidade. Nessa história, Peter Porker, o Porco-Aranha, é agraciado
pelo prefeito de Nova Nhoque, McCabra, com a chave da cidade, como herói
honorário. Porém, ele realmente leva a tal chave embora, sem devolver. O
problema é que a chave da cidade realmente abre qualquer fechadura da cidade e,
em mãos erradas, pode ser um desastre. Infelizmente, o Porco-Aranha não tem
ideia de onde deixou a chave, e o plot da história é o “herói” vasculhando
Nova Nhoque inteira, atrás do diacho da chave.
Digo que o Porco-Aranha é um “herói” bem entre aspas, porque ele é um grande babaca, odiado pelos outros heróis de Nova Nhoque. Há a versão dos Vingadores desse universo, os Vingazoores, e eles detestam o Porco-Aranha; o único que o trata melhor é o Capitão Amerigato. O universo do Porco-Aranha é constituído por animais antropomorfizados. Peter Porker originalmente era uma aranha que foi mordida pela tia May Porker, quando ela foi irradiada, e depois se transformou em um porco. Ele tem um relacionamento interespécies com Mary Jane Bovatson, uma versão boi da MJ (porque não poderia ser uma vaca?). O Porco-Aranha ainda pede ajuda para Peixe-Gata Negra e Crocson Estranho, atrás do paradeiro de chave, mas sua busca o levará direto para um confronto com um de seus grandes inimigos.
A segunda história é Porcalhada em Hollywood. No enredo, durante um luta com o Sr. Negatigre, Porco-Aranha descobre que sua namorada, Mary Jane Bovatson, foi contratada como atriz para ser a mocinha do filme do Porco-Aranha. Porém, ele logo percebe que estão com o intento de denegrir sua imagem no filme. E nosso herói vai para Hollywood para descobrir o que tem de errado nessa história. É claro que ele vai fazer um monte de besteiras e, também, se confrontar com tradicionais vilões.
Honestamente,
gostei muito dessa HQ. Ela é infantil, sim, mas também pode agradar às “crianças
grandes” que é o leitor médio de super-heróis. O roteiro de Steve Foxe é simples, mas atinge seu público-alvo, e a arte de Shadia Amin é cartunesca e bem agradável. Quando eu terminei de lê-la,
estava com um sorriso no rosto. Infelizmente, vivemos em uma época tão patética
para os quadrinhos que, quando lemos uma HQ que nos entretém, que é o mínimo
que uma HQ tem de fazer, temos de agradecer a Deus. Tem muita HQ atual que,
quando termino de ler, logo penso “que bosta” e tenho vontade de queimá-la ou
jogá-la na parede. Na verdade, as histórias do Porco-Aranha estão melhores que
as histórias atuais do Aranha. Pelo menos, ele ainda namora Mary Jane Bovatson e não é
corno, ao contrário do Aranha tradicional, nessa fase mais recente. O único ponto
negativo da HQ é o preço: 79,90. A despeito de ser gibi para criança, o preço é
para adultos. Nota 8 de 10.
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