E fundamento o que digo através de uma rápida comparação entre o número de furtos famélicos (furto de comida para consumo imediato, com o objetivo de saciar a fome, praticado por pessoa sem condições financeiras para adquirir o alimento) registrados entre 2017 e 2021 - dados do site Rede Brasil Atual - e o número de furtos de celulares ocorridos apenas no ano de 2022 - dados do site Exame: 287 furtos famélicos (em 4 anos) x 2.738 celulares por dia (só em 2022).
Em um país no qual, atualmente, cerca de um terço da população vive em certo grau de insegurança alimentar ocorreram apenas 300 casos de furtos famélicos em 4 anos, e 999.370 furtos de celulares em apenas uma volta da Terra em torno do Sol. Isso sem contar furtos de veículos, residências, estabelecimentos comerciais etc. A fome provoca a criminalidade? O filho da puta, agora, come bateria de lítio? É o coelhinho da Duracell, essa desgraça? O vagabundo vende o celular roubado para comprar o leitinho das crianças? O caralho! O meu caralho mole e torto!
Hoje em dia, furto de celulares é tratado como um mero delito, uma contravenção sem importância, enquanto que ao furto famélico conserva-se o mesmo status de, por exemplo, um assalto a banco.
287 roubos de comida em 4 anos, quase um milhão de aparelhos celulares furtados em apenas um ano. Cadê a pobreza e a fome servindo de atenuante ao crime, de álibi, ou mesmo de justificativa? Onde está a miséria a impulsionar e a servir de bode expiatório para a violência?
Leis. Leis frouxas são o nosso grande incentivo ao crime, a impunidade. Leis feitas por bandidos e para servir a bandidos.
Urge, portanto, punições mais duras, penas mais pesadas para furtos, roubos, latrocínios etc.
Por sorte (ainda que seja um paliativo), o intrépido Bolsonaro, não obstante ter sido roubado nas urnas, conseguiu formar ampla maioria na Câmara e no Senado. O que, aliás, é mais um dos grandes "mistérios" da nossa democracia : como o sujeito perde a eleição para presidente e ao mesmo tempo elege as maiores bancadas de parlamentares? Assim, dos 357 deputados federais que votaram o PL 3780/2023, que aumenta as penas para crimes de furto, roubo, receptação de produtos roubados, latrocínio, entre outros, 269 deputados votaram a favor do aumento das penas, 87 votaram contra e um se absteve.
E ganha uma mariola e um cigarro Yolanda quem adivinhar de que legendas são esses contrários ao aumento da punição, de que partidos são esses defensores dos direitos "dusmanus".
Essa não teve nem graça. Nem tem como errar. Os partidos da esquerdalha, PT, PSOL e PC do B, não só votaram unanimamente contra o aumento das penas, respectivamente com 48, 11 e 6 votos, como também tentaram, antes, impedir a votação. Estão, é claro, legislando em favor de seus eleitorados.
Abaixo os deputados da esquerdalha que votaram contra o aumento das penas.
Para a esquerdalha - questão de afinidade -, bandido não é bandido. É uma vítima de uma sociedade opressora branca, masculina, heterossexual, capitalista e patronal. O cacete!!!
Não que fossem necessárias outras; na verdade, não que fosse necessária mais nenhuma, afinal, o probo Joaquim Barbosa, em 2012, todas elas já nos forneceu, mas essa votação vem se somar a um rol de provas de que os partidos de esquerda nada mais são que quadrilhas em pele de legendas políticas.
E você, eleitor do Sapo Barbudo, votou no Poderoso Chefão delas.
Diversas foram as ocasiões em que Lula, em entrevistas, minimizou a gravidade dos crimes de furto e roubo. Em dezembro de 2017, em entrevista à rádio Continental AM, Lula declarou ao entrevistador : "Um jovem que está trabalhando, que recebe um salário e pode comprar um celular bonito como este teu, ele não tem por que assaltar uma pessoa para roubar um celular".
Logo, segundo a lógica lulista, um jovem desempregado tem todos os motivos para e até o direito de assaltar, e não a obrigação de ir atrás de um emprego que lhe permita comprar o seu próprio aparelho.
Ainda em 2017, em fala a uma rádio universitária pernambucana, Lula creditou os homicídios à pobreza, aos pobres : "É uma coisa que está intimamente ligada. Ou seja, o cidadão teve acesso a um bem material, a uma casinha, a um emprego, e de repente o cara perde tudo. Então, vira uma indústria de roubar celular. Para que ele rouba celular? Para vender, para ganhar um dinheirinho".
Um flagrante insulto à grande massa de trabalhadores pobres, que não recorrem ao crime para as suas "sobrevivências".
E você, eleitor dos Nove-Dedos, pôs no comando de sua nação um sujeito que abona e avaliza o crime. De novo, questão de afinidade, é claro.
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