TEST DRIVE: "FUBAR" - NOVA SERIE COM ARNOLD SCHWARZZENEGGER - BOA, RUIM OU "...OK"????

 Anunciada em agosto de 2020, finalmente chegou este ano a prometida primeira série com Arnold Schwarzzenegger, que seria uma 'comédia de ação': "FUBAR". Nossa matéria fala sobre o seriado e dá o veredito. Claro que assistir ou não "no final: voce decide!"...Vamos lá!?!?

Como é comum em muitos filmes e séries nos EUA, a série vem precedida de uma pequena história de 'bastidor'. Segundo Arnold, em muitas de suas entrevistas alguns fãs lhe questionavam porque ele não fez outros filmes no estilo "True Lies".

Para aqueles que por acaso estiveram fora do planeta desde 1984, "True Lies" foi uma comédia de ação dirigida por James Cameron e estrelada por Arnold  Schwarzzenegger. Apesar de bem sucedida nas bilheterias, não teve continuações e embora Arnold tenha feito outras 'comédias', nenhuma foi no mesmo estilo (espionagem). Como curiosidade: "True Lies" era uma refilmagem de um filme francês e teve uma série baseada no filme de Arnold, lançada e já cancelada este ano...

Bem, mas o que significa este titulo: "FUBAR"? 'Fubar' era uma gíria usada pelo exercito americano durante a Segunda Guerra Mundial(e que ainda perdura) que significa: "Fucked Up Beyond All Recognition". Uma tradução literal seria "fudido além do requerido" ou "além do esperado". É uma expressão pejorativa e se referia a erros táticos cometidos durante a guerra...

Como por exemplo: destruir algo totalmente deixando inutilizado; atingir o alvo errado; causar uma destruição inesperada. Com o tempo caiu na linguagem popular e passou a indicar situações irreparáveis; impossíveis de resolver; situações completamente inesperadas. Na série não se explica o motivo de sua utilização, até a ultima cena e a ultima fala (no caso de Arnold é claro!)...

Mas, e como é a série? Bem, nos moldes de "True Lies", Arnold é um agente da CIA que mentiu durante anos para a família sobre seu verdadeiro trabalho, alegando ser um vendedor de equipamentos de informática (viajando por todo o mundo? Enfim...). Por causa disto perdeu a mulher que pediu o divórcio (ele era muito ausente). Pegamos a história na última missão de Luke Brunner (Arnold), para vermos quão eficiente ele era como agente...

Os planos de Luke eram se aposentar, comprar um veleiro (que todos chamam de barco em uma piada recorrente) e reconquistar sua esposa, mesmo desaconselhado por todos que o conheciam...Porém, ele é convocado para uma última missão: extrair um agente infiltrado em um grupo comandado por Boro Polonia (Gabriel Luna - o Motoqueiro Fantasma da TV). Perigosíssimo traficante de armas que era como um filho para um dos disfarces de Luke: "Tio Finn"... 

Boro polonia

Quando Luke parte para a Colômbia para resgatar o tal agente, descobre que ele é na verdade...sua filha Emma (Monica Barbaro). E a partir daí a série se desenvolve. Com os conflitos dos dois ao descobrirem que um mentia para o outro (Luke achava que ela trabalhava para uma ONG que ajudava populações pobres ao redor do mundo...disfarce melhor que o dele, a propósito...). 

A estrutura da série não é nenhuma novidade, já vimos em outras séries e filmes por ai. Pai e filha passam brigando; o outro filho se sente rejeitado; a esposa ama o cara mas se sente relegada; donos de uma loja concorrente (real) passam a dar problemas; Luke tem ciúmes do namorado da filha e hostiliza o cara; a filha começa a ter duvidas depois de conhecer outro agente, que Luke claro também não aprova; embora bom agente, Luke é um pateta em relacionamentos, etc...

O que acaba sendo um problema para a série é o próprio Arnold. (aqui sei que vou arranjar alguns inimigos, embora eu seja fã do cara...). Quando Arnold faz um filme, o diretor pode editar as gravações diminuindo suas limitações artísticas. O diretor pode aumentar a ação, a participação de coadjuvantes (em especial os cômicos), pois o tempo do filme é pequeno...

Mas, em uma série a coisa é diferente! Exige-se muito mais de Arnold no quesito interpretação. E o cara não é ator versátil! Para compensar isto os produtores ou o diretor, não sei, cercou Arnold de um bom time de coadjuvantes. Em especial Monica Barbaro (Emma) facilita muito a vida de Arnold em suas interações. Ela compensa a canastrice de Arnold...Mas, não é a única. 

Temos também Milan Carter, que faz Barry, o oficial de operações técnicas da CIA. Claro que ele também é o elemento cômico da série. Embora ele seja um bom agente, ele sofre de 'problemas cardíacos' e de 'problemas gástricos crônicos', que traduzindo significa que ele...é um covarde! Mas, é amigo pessoal de Luke e de sua família...

O time se completa com Fortune Felmster, que faz Roo, agente de apoio da equipe de Luke e que cobre a cota de personagens LGBT da série...E com Travis Van Winkle, como Aldon, também agente de apoio da equipe e o conquistador do grupo. Emma acaba sentindo-se atraída por ele, despertando a fúria do 'paizão' Luke...

Tem um personagem que tem poucas aparições, mas que consegue marcar sua presença, ajudando o desenvolvimento da série. É o Dr. Pfeffer, interpretado por Scott Thompson. Ele é um psicólogo operacional chamado pela diretora para conduzir sessões obrigatórias de terapia com Luke e Emma (que geram cenas engraçadas, bem como uma sessão com Roo e  Aldon...)

E como classificamos a série? Bem, como já dissemos a série não apresenta absolutamente nada de novo. E de fato parece ter inspiração em 'True Lies'. O agente Luke, parece o agente Harry Tasker envelhecido. A estrutura da série é semelhante ao filme. Mas falta 'frescor'. Arnold se esforça e se sai razoavelmente bem, mas Stallone acaba fazendo muito melhor em uma série que nem era para ser comédia: "Tulsa King". 

Devido as limitações de Arnold, o diretor limitou bastante suas ações físicas, jogando carga maior em Monica Barbaro (que manda muito bem!). O roteiro não é exatamente brilhante, mas não faz feio. O vilão de Gabriel Luna, é muito mau, mas também acaba caricato ao tentar fazer graça. 

Diante disto tudo, podemos dizer que a ´serie é: '...OK'. Você assiste sem muito esforço, mas esquece rapidamente...