E, nessa semana, no dia 12, infelizmente faleceu outra grande lenda dos quadrinhos, John Romita Sr., com a idade avançada de 93 anos. Romita foi a “cara” da arte da Marvel por muitos anos e chegou a ocupar o cargo de editor de artes da editora por muitos anos. Neste post, farei uma breve rememoração de alguns dos seus trabalhos mais significativos nos quadrinhos.
Nascido no bairro de Brooklyn, em Nova York, em 1930, Romita desde criança demonstrou talento inato para o desenho. Aos 17 anos, formou-se na School of Industrial Art; entre suas influências artísticas, estavam Noel Sickles, Roy Crane, Milton Caniff (criador de Terry e os Piratas) e Carmine Infantino.
Os primeiros trabalhos de Romita como ilustrador
foram em HQs de romance da Marvel, algumas inclusive escritas por Stan Lee.
Como ele não gostava muito de desenhar esse tipo de história, resolveu ir para
a publicidade por um tempo. Porém, Lee logo trouxe Romita para a linha de
super-heróis da editora. E o primeiro título que ele assumiu foi o do
Demolidor. Inclusive, Romita já declarou que seu herói preferido da Marvel
sempre foi o Homem Sem Medo.
Entretanto, Romita também tinha desejos de
assumir a arte do título do Homem-Aranha, e a oportunidade surgiu quando Stan Lee
e Steve Ditko tiveram sua briga definitiva, por diferenças pessoais e
criativas. Lee gostava da forma como Romita desenhava belas mulheres, e isso
foi decisivo para sua contratação como desenhista regular de The Amazing
Spider-Man.
Romita assumiu os desenhos da revista no número
38, em 1966. Esta é considerada uma das histórias mais importantes do Aranha,
pois é nessa HQ que o Duende Verde descobre a identidade de Peter Parker como o
herói e, também, revela a si mesmo como Norman Osborn. Romita também foi o responsável
pela aparência de Mary Jane; a personagem era citada e aparecia com o rosto
coberto antes, mas foi apenas em uma história desenhada por Romita que ela foi
mostrada em toda a sua beleza.
Como desenhista do Aranha, Romita foi
responsável por definir o visual do personagem como ele é hoje. O Aranha de
Steve Ditko era mais magro e passava uma impressão de estranhamento. O Aranha
de Ditko tem um físico mais desenvolvido e seu Peter Parker é praticamente um
galã, sendo disputado por Gwen Stacy e Mary Jane. Deixou de ser o nerd. Quando
Romita assumiu a arte do título do Aranha, a revista, que estava em segundo
lugar no ranking de vendas da Marvel, atrás de Quarteto Fantástico, passou
para a primeira posição. Se o Aranha é basicamente o maior herói da Marvel hoje
em dia, muito do mérito cabe a Romita.
Além disso, ele foi responsável por criar o visual
de alguns dos mais tradicionais vilões do Aranha, como o Rei do Crime, Rino, Shocker,
Cabelo de Prata, Marko “Montanha”, entre muitos outros. Em 1996, Romita Sr. voltou
a colaborar com Stan Lee em sua última história como desenhista do Aranha, Rei
do Crime: Até a Morte, em que o Aracnídeo e o Demolidor se unem para impedir
que o Rei do Crime retome seu império.
Vale destacar as fases que Romita ilustrou o
Capitão América, particularmente a fase do herói com seu sidekick, o
Falcão. Essa fase também foi uma colaboração do artista com Stan Lee. Ademais,
Romita, como editor de artes da Marvel, foi o responsável pelo design de
vários personagens da Marvel, incluindo-se Wolverine e Justiceiro.
Como curiosidade, vale lembrar da história A
Fúria das Feminazis, ops, quero dizer A Fúria das Femizonas, he he. Outra
colaboração entre Stan Lee e Romita, em que existe um futuro distópico no qual
a sociedade entrou em colapso e mulheres guerreiras governam. Os homens são
apenas escravos braçais e sexuais. É, acho que a Marvel não publicaria essa
história na atualidade.
E, claro, Romita Sr. também é conhecido como o
pai de John Romita Jr., praticamente cria da casa, que foi desenhista da Marvel
por décadas, passou por um hiato na DC e agora voltou para a Marvel. Outro dos artistas
mais amados da indústria das HQs.
Em suma, aqui faço uma homenagem a esse grande
artista das HQs que, inquestionavelmente, deixou sua marca na Marvel e foi
responsável por muito do que a editora é hoje, talvez a maior do mundo. R.I.P.
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