Cutie Honey é um mangá muito famoso de Go Nagai, publicado em 1973. Acreditava que era mais voltado para meninas, mas, ao contrário, é um mangá shoujo, para meninos. Não só por causa da violência, mas sobretudo pela parte sexual. Claro que não é impeditivo que mulheres gostem e leiam; porém, o conteúdo sexual deve afastar as leitoras. Cutie Honey é uma garota que foi transformada em cirborgue por seu pai, um cientista, que inseriu em seu corpo o Dispositivo de Fixação Elemental. Por causa disso, seu pai é assassinado pela organização criminosa Garra da Pantera.
Essa organização é constituída por mulheres cirborgues; os homens são só capangas. Elas lembram um pouco as vilãs da Mulher-Maravilha, mas no caso há uma hierarquia entre elas. A líder é a Panther Zora, e a segunda em comando é a Sister Jill. Nem todas as integrantes da Garra da Pantera são bonitas, algumas são bem feias. Porém, Sister Jill é sim bastante bonita. Todas têm seu totem de animal. O destaque vai para a Tarântula Panther, que tem o poder de soltar teia. Mas ela solta teia da maneira correta, pelo ânus. São teias anais. Go
Cutie Honey tem seu sidekick, o jovem
jornalista Seiji Hayami, e também é ajudado pela família de Hayami, o pai e o
irmão caçula. No entanto, os dois são grandes tarados e colocam Honey em várias
situações constrangedoras. Uma delas é quando ela se disfarça de estátua para
fugir da Garra da Pantera, mas em seguida aparecem o pai de Hayami e o
irmãozinho, e ambos passam a lambê-la e a apalpá-la.
Cutie é matriculada em uma escola nas
montanhas, para que não seja descoberta pela Garra da Pantera. Porém, essa
escola é exclusivamente para meninas, e todo mundo lá é lésbica. Honey passa a
ser assediada pelas colegas e professoras. Entretanto, a maioria lá é
constituída por feias. A única menina bonita da escola é Natsuko, que se torna
a colega de quarto de Honey e a namoradinha dela. Há umas professoras bem
sádicas. Uma é a supervisora, a "Adolfa", que gosta de botar as
meninas na chibata. Além disso, Honey também enfrenta a gangue de feiosas da
escola, inclusive a líder, que parece mais um homem. Honey a derrota refletindo
sua imagem em um espelho. Hoje em dia, isso seria considerado transfobia. Tudo
bem que a personagem na verdade não é trans, mas vai tentar explicar isso para
a "galera do amor".
O editor
que encomendou o mangá para Go Nagai pediu para que ele enfatizasse o erotismo,
e Cutie Honey fica nua em várias sequências, antes de se transformar. Ou seja,
esse mangá aluga um triplex na cabeça dos problematizadores do Twitter. Se só
de ver a voadora ginecológica da Psylocke dos X-Men, o povo já reclamava,
imagina então Cutie Honey.
Outra característica do mangá é sua forte
influência do tokusatsu. Cutie Honey é uma espécie de versão feminina de
Kamen Rider. A Garra da Pantera seria correspondente à Shocker, a organização maligna
que o herói combate. Cutie Honey inclusive tem versão em anime e tokusatsu.
No entanto, amenizaram muito da violência e do conteúdo sexual.
Não obstante, por suas características
controversas e trasheira, Cutie Honey é sim uma obra singular de Go Nagai que
merece ser apreciada. Pode desagradar os mimizentos e hipersensíveis, mas é uma
obra dos anos 70. Além disso, no Japão, não ligam tanto para o politicamente
correto como no Ocidente. E Go Nagai é
tipo o Garth Ennis japa. Com ele, “o bagulho é doido”. A edição da New Pop está de parabéns, com capa dura, encadernação bem-feita e papel de boa gramatura. O preço é que está facada, R$ 94,90, mas está de acordo com a qualidade gráfica. Nota 9 de 10.
0 Comentários