Texto da tag "Escritor Convidado", escrito por: Vagner Francisco
Publicado originalmente AQUI.
Guns N Roses é coisa do passado, então, a
trilha sonora não conta.
Sim, Welcome to the Jungle abrindo o filme é
muito bom! Ou Sweet Child O'Mine; ou mesmo o solo de November Rain na batalha
final.
Óbvio que faltou Don't Cry, que talvez contenha o melhor vocal do Axl em sua carreira; e também Pacience.
No entanto, faltou tanta coisa ao longa que
seria bastante esquisito reclamar das canções ausentes.
Por exemplo, um roteiro. Taika Waititi garante
que escreveu um, só que ninguém viu.
Nem o elenco, nem o produtor, Kevin Feige, nem
ninguém.
Ele disse que conseguiu convencer Natalie
Portman a voltar ao papel de Jane Foster quando prometeu a ela não repetir a
fórmula "namorada do heroi". Mas não foi exatamente esse papel que
ela aceitou em 2011?
Disse também que Portman desistiu de encarnar
a cientista pela mesmice, o que não é verdade: a estrela só aceitou voltar para
Thor 2 com a presença da diretora, Patty Jenkins - que, por sua vez, fez
exigências específicas para aceitar o trabalho e a Marvel aceitou. Apenas para
demiti-la depois, deixando Natalie furiosa.
Ou seja, uma coisa nada tem a ver com outra.
Obviamente que estrelar um filme bilionário é
muito bom, e Natalie faz isso em Thor: Amor e Trovão, uma vez que ela se torna
Thor também.
O problema é que o arco, que deveria ser
dramático, parece mais uma comédia romântica, com um final bobo, ao invés de
triste.
Sim, porque parece que o Thor pouco se
importou para o que aconteceu com o amor de sua vida. Ao menos isso fica
explícito no filme.
Além da saga da Thor, entra em cena Gorr, o
carniceiro dos deuses, papel de Christian Bale.
Infelizmente a trama é tão rasa e rápida que
não temos tempo de ver o aprofundar da ameaça que Gorr poderia se tornar.
Talvez o momento mais dramático do filme seja
obra exatamente do vilão e ele toma a decisão mais imbecil da história.
"Tudo bem" você diz "mas e o
Thor?" Bom, o Thor seria a personificação do homem-Marvel atual - assista
à série da Mulher-Hulk e entenda o que eu digo - um boçal sem tamanho, que
sente "atração" pelo martelo Mjolnir, que agora está com Jane, mas
luta para não "trair" o atual, Rompedor de Tormentas. Conseguiu
compreender?
Nem eu.
Mas Taika justifica isso com uma espécie de
"crise de meia-idade" que o filho de Odin está passando.
Segundo o diretor, o protagonista, Chris
Hemsworth, estava chateado com a forma como Thor: Mundo Sombrio - mais um? -
fora feito, pois sentia que estava apenas repetindo o mesmo papel - dahn? - e
buscava por algo diferente. E veio!
Sim, se em Thor 2, ele era um príncipe em
busca de se redimir por erros cometidos; agora viver um trisal com dois
martelos parece bastante promissor!
Sinceramente, às vezes eu tinha a impressão de
estar me repetindo também, enquanto o filme passava; eu me sentia preso num
episódio de Two and a Half-Men, onde o Half-Man era o próprio Thor.
E Korg? Bem, Korg que viria para ser a
contraparte do diretor, já que ele dubla o personagem, tornou-se apenas a voz
da diversidade.
Sim, porque Valkíria que não diz a que veio,
mas mostra-se como homossexual ao cortejar uma dama; Korg, por sua vez, vai
mais longe e se declara.
É um problema? Sim e não.
Porque Korg se apresenta como um refúgio
cômico, então você não espera esse final.
Já Valkíria, que se apresenta como "King
Valkíria" poderia fazer muito mais como uma Rei, mas não faz.
Talvez eu esteja sendo duro demais com o
filme. Talvez eu esteja sendo duro demais com o diretor e elenco.
Afinal, todos buscaram esse resultado. E conseguiram!
Talvez esse seja o futuro da Marvel, com ideologias
acima da substância. Quem sabe?
De qualquer maneira, se até bem pouco tempo
atrás, filmes de super-herois pareciam fórmulas inesgotáveis, agora, a
impressão que dá é que estão perdendo a mão.
Se até bem pouco tempo
atrás, houve um #SavetheDaredevil no
twitter para a Disney resgatar a série do Demolidor da Netflix, agora, a ideia
não aparenta ser tão boa assim. Sabendo, então, que a nova série será um
reboot, os calafrios se tornam maiores.
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