Esta HQ é baseada no jogo do Homem-Aranha, Marvel’s Spider-Man, o qual nunca joguei. Não sou muito de games. A história, escrita por Dennis Hallum, achei apenas mediana, mas creio que segue no geral o enredo do jogo. Porém, não gostei de algumas coisas. Uma delas foi transformar Mary Jane em uma repórter estilo Lois Lane, algo que ela nunca foi e que destoa de sua personalidade. Mary Jane sempre foi a atriz/modelo voluptuosa e com atitude.
No enredo, após derrotar o Rei do Crime, o Aranha abre espaço para o Sr. Negativo acertar as contas com Norman Osborn, que é prefeito de Nova York nessa realidade. Martin Li, o Sr. Negativo, pretende vingar-se de Osborn, em razão de que ele foi o responsável por torturá-lo e o fazer ganhar seus poderes em um experimento.
Otto Octavius tornou-se um careca de meia idade, igual ao tiozinho da padaria, mas sua motivação para odiar Norman Osborn é convincente, bem como a explicação de sua mente alterada, fruto do chip dos Tentáculos. Osborn como prefeito de Nova York foi uma ideia interessante, bem como o uso do Sr. Negativo como vilão. Ao final, o Dr. Octopus forma uma versão do Sexteto Sinistro exclusiva para esta história, que até que causou uma impressão de ameaça.
O que me desagradou foi a decisão de matar a
tia May; acho que não era necessário que a véia morresse apenas para dar uma
carga dramática na história. Tia May é tipo o Alfred do Aranha. Nesta versão,
ela ficou até um pouco mais rejuvenescida, sem cabelos brancos. Ainda há a
participação de Miles Morales, que, desde o fim da linha Ultimate, anda meio
perdido da Marvel. Porém, serve para ter uma versão negra do Aranha em temos de
diversidade e também para que o leitor adolescente (se é que adolescentes ainda
leem quadrinhos) tenha identificação, visto que hoje em dia Peter Parker tem
mais apelo com os jovens adultos. Aliás, ele é jovem adulto desde os anos 60,
quando deixa o Colégio Midtown e vai para a Universidade Empire State. Desde
aquela época, Peter nunca chegou aos 30 anos.
No geral,
há uma impressão de passagem de bastão de Peter para Miles na HQ, até mesmo
porque temos a origem e ascensão de Miles como Aranha, ao ganhar seus poderes e
ter seu pai assassinado. É uma história de origem de Miles como o herói aracnídeo.
Não sou exatamente um grande fã de Miles como o Aranha, mas ele tem uma
trajetória bem desenvolvida na HQ.
Devo dizer que o uniforme do Aranha nessa versão ficou bonito, acertaram no design. Creio que o design do Aranha e de outros personagens ficou diferente porque a Sony tem aquele problema de direitos autorais do personagem com a Marvel/Disney. E o jogo foi desenvolvido pela Sony. Aliás, os últimos filmes do Aranha foram todos feitos basicamente para virar joguinhos. Os desenhos de Michele Bandini e Elisabetta D'Amico são ok, competentes, mas não chegam a encher os olhos. Nota 6 de 10.
0 Comentários