Pois bem, a Marvel soltou há poucas horas o primeiro trailer da série da Mulher-Hulk, que já há algum tempo vinha dando certo medo e gerando expectativas. No meu caso, já posso dizer que meus receios pela série estão lá no alto, visto que uma das produtoras e escritoras é Dana Schwartz, uma feminista radical que já fez vários tweets estúpidos, como o que defende que os livros de escritores homens brancos deveriam ser abolidos das bibliotecas, o que tretou com South Park ou o que ela ofendeu os nerds. Ou seja, só de saber que a série da Mulher-Hulk está sob o controle criativo de alguém que fala tanta merda já dá medo.
Engraçado
é que a Mulher-Hulk por si só já é um modelo de “empoderamento” nos quadrinhos.
Pode-se dizer que ela é o arquétipo da mulher independente dos anos 80. Quem
percebeu isso foi John Byrne. Nas mãos do artista, ela deixou de ser a “selvagem
Mulher-Hulk” para se tornar a “sensacional Mulher-Hulk”. Criada em 1980, por
Stan Lee e John Buscema, ela originalmente era uma versão feminina do Hulk, mas
John Byrne percebeu que não dava para levar a personagem a sério e, em sua HQ
mensal da Mulher-Hulk, ele abraçou a galhofa. A Mulher-Hulk inclusive quebrava
a quarta parede e discutia com o próprio Byrne, bem antes de Deadpool fazer
isso.
Outra coisa curiosa a respeito da Mulher-Hulk é que, reza a lenda, ela só foi criada por Stan Lee para preservar os copyrights. Havia um boato que a Universal, que já produzia a série do Hulk dos anos 70, também queria fazer uma série com uma versão feminina do Golias Esmeralda, mas Stan Lee, que de bobo não tinha nada, se antecipou e criou a personagem.
Mas e quanto ao trailer? Quais minhas impressões? Bom, como não poderia deixar de ser, e já tinha sido anunciado, a série da Mulher-Hulk será mais uma comédia da Marvel, mas até aí sussa, porque a personagem é muito melhor trabalhada com humor. O problema é quando a Marvel pega personagens que deveriam ser sérios nos quadrinhos e os esculacha, caso do Thor e outros.
No entanto, devo dizer que, ao menos pelo que parece, Tatiana Maslany está bem à vontade no papel de Jennifer Waters/Mulher Hulk, apresentando muito do humor e da ironia que são característicos à personagem. A CGI é que ficou bem estranha. Creio que a Marvel anda economizando nos efeitos digitais porque está meio tosco.
Pelo que já haviam divulgado do plot, Mulher-Hulk será uma série de advogados com super-heróis, e veremos Jennifer Walters em sua vida dupla, como advogada e “super-heroína”. Jennifer inclusive tem um cargo em uma divisão que cuida dos aspectos legais dos superseres do MCU. Até vemos Tim Roth, sem dúvida levando um belo de um cachê, de volta ao papel de Emil Blonsky, o Abominável.
Não se sabe ainda como Jennifer conseguirá seus poderes na série, se será por meio de uma transfusão de sangue com radiação gama de seu primo, Bruce Banner, ou se será uma origem completamente diferente, mas obviamente a série não poderia ter a ausência do priminho da personagem. Infelizmente, trata-se da versão imbecil do Hulk Professor de Ultimato, interpretada por Mark Ruffalo. Como toda heroína precisa de uma vilã, a arqui-inimiga da Mulher-Hulk, Titânia, também dará as caras. Pelo menos, veremos o embate de mulheres poderosas.
Enfim, queria dizer que estou com boas expectativas quanto à série da Mulher-Hulk, mas na verdade estou é muito desanimado. Não dá para ter esperanças que um projeto em que Dana Schwartz ponha as mãos possa prestar. Provavelmente, deve ser uma série só para esculhambar o “homem branco e hetero”, coisa que a Marvel tem se esmerado em fazer em seus últimos filmes e séries. No entanto, a série conta com Jessica Gao como uma das escritoras, e ela é uma das roteiristas de Rick & Morty. Então, talvez alguma coisa se salve, nem tudo tenha de ir pela privada.
E também frisando que a Marvel precisa melhorar essa CGI, porque está bizarra. Já estão comparando a Mulher-Hulk com a Fiona do Shrek, e a CGI da Fiona é muito melhor, diga-se de passagem. Motivos para descrença com relação à série da Mulher-Hulk não faltam. Medo. Mulher-Hulk estreia 17 de agosto no Disney Plus.
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