COMO SUPERMAN
DO REEVES INSPIROU HOMEM-ARANHA DO SAM
RAIMI
Atualmente vivemos numa era pra ser fã de cultura pop, principalmente de hqs. Todos super heróis e personagens que nos marcaram estão sendo adaptados e ganhando filmes e séries a cada ano. Contudo essa era de heróis nos filmes nunca teria surgido se não fosse por um filme especifico, um de grande importância para a cultura. Me refiro ao Superman do Christopher Reeves. Dirigido por Richard Donner (que infelizmente nos deixou nessa segunda feira, falecendo aos 91 anos), o filme do homem de aço foi não só um sucesso de Hollywood mas também foi uma inspiração para futuros diretores e artistas que seguiram o exemplo de Donner em adaptar super heróis em outras mídias.
Uma dessas pessoas inspiradas foi Sam Raimi, que veio
a trazer o Homem Aranha para os cinemas, produzindo filmes bastante adorados
pelos fãs, incluindo Homem Aranha, considerado um dos melhores filmes de super
heróis já feitos.
Embora sejam personagens bem diferentes, é possível
notar muitos detalhes na trilogia do Aranha do Raimi que foram claramente
inspirados nos filmes do Superman do Donner. Claro que alguns podem ser apenas
coincidência e ambos diretores tiveram problemas com os estúdios, que
interfeririam nos projetos fazendo suas trilogias não saírem da forma
planejada, mas não há como negar que ambas adaptações apresentam fortes
semelhanças entre si.
O EQUILIBRIO DE TONS
Em ambas trilogias o filmes apresentam um tom
semelhantes em relação as suas histórias. A maioria das cenas se passa de dia,
com os personagens vestindo roupas e trajes bem coloridos e vibrantes. Isso,
mais a trilha sonora, ajuda o filme a
passar uma sensação descontraída e alegre do momentos para o publico, o que tornar humor mais natural e condizente com o filme e
as cenas de ação e momentos de heroísmo muito mais épicas e inspiradoras.
Mas a presença do humor e diversão não significa que o
filme se torna uma completa galhofa. Assim como existem momentos alegres,
existem momentos dramáticos, sombrios e até mesmo tristes como a morte do Tio
Ben e do Jonathan Kent. O fato dos
filmes terem em sua maior parte esse tom otimista ajuda a tornar a transição
para esses momentos muito mais impactante e inesperado, fazendo o clima do
filme algo bem próximo da realidade e o o drama dos personagens. Através desse equilíbrio,
ambas trilogias conseguem atrair um numero maior de fãs, sejam aqueles que
querem um filme sombrio e com pegada mais madura ou aqueles querem algo
divertido e descontraído.
A DUALIDADE DO PROTAGONISTA
Outra característica que ambos filmes tem em comum são
seus protagonistas. Tanto Peter quanto Clark Kent possuem uma identidade
secreta e a usam para ajudar as pessoas sem que seus amigos ou parentes saibam.
Em suas identidades civis eles são caras bem nerds, atrapalhados e que ninguém
dá muita bola enquanto seus alter egos são figuras heroicas que salvam o dia e
protegem os inocentes tendo a atenção do publico.
Até mesmo a adolescência dos protagonista é muito
semelhante. Tanto Peter quanto Clark Kent foram jovens vitimas de bullying e
sendo rejeitado pelas pessoas, a ponto que eles expressavam desejo de usar seus
poderes de forma egoísta e irresponsável, achando ser algo "justo".
Porém eles tiveram um mentor e figura paterna que os orientou nesses momentos e
cuja morte ensinou uma valiosa lição para os protagonista em relação ao uso de
seus poderes.
A JORNADA DO HERÓI
Como eu disse, as trilogias do Superman e do Homem
Aranha passaram por dificuldades devido a interferência dos respectivos estúdios.
No caso do Donner, ele acabou sendo demitido durante a produção do segundo
filme e nem chegou a dirigir o terceiro enquanto Sam Raimi foi obrigado a
acrescentar tramas e vilões desnecessários como Venom no terceiro filme apesar
dele preferir trabalhar com histórias com apenas um antagonista. Embora essas
mudanças tenham prejudicado as franquias e resultaram em filmes bem toscos como
Homem Aranha 3 e Superman 3, analisando bem, dá pra reparar que as jornadas dos
protagonistas são bem parecidas em suas trilogias.
O primeiro filme apresenta a origem desses heróis, as
circunstâncias que fizeram eles adotarem seus alter-egos heroicos e
fantasiados, suas relações com seu elenco de apoio, suas tragédias pessoais e a
forma como elas afetam sua perspectiva em relação ao uso dos seus poderes, sua
rivalidade com vilões, seu romance com suas namoradas e as duras decisões que
eles tomam no final, seja o Peter desistir da chance de um relacionamento com a
Mary Jane ou o Superman desobedecendo seu pai para salvar a Lois Lane.
O segundo mostra ambos heróis encarando as
dificuldades que surgem com o papel de ser um herói e ficando dividido entre
seu dever ou ter uma vida normal com a pessoa que ama, aprendendo que, para
fazer a coisa certa, é necessário abrir mão daquilo que ele quer, incluindo
seus sonhos e desejos.
Finalmente, o terceiro mostra os heróis sendo
corrompidos por alguma força exterior, que revela o lado sombrio deles,
mostrando a capacidade que eles tem de se tornarem tão maus e cruéis quanto os
vilões que eles enfrentam. Para se libertarem dessa influência negativa, os
protagonistas são obrigados a encarar os erros que cometeram e a confrontar
essa escuridão interna (perfeitamente representada no Superman III, quando
Clark derrota o Superman maligno), mostrando como sua humanidade supera seu
lado sombrio.
CONCLUSÃO
Através dessas semelhanças é possível perceber a
importância que o Superman do Donner teve para os filmes do Raimi, que por sua
vez acabou passando essa influência para os filmes de heróis atuais como o
MCU. Claro que nesses últimos anos
surgiram versões muito melhores dos trabalhos de Donner e Raimi, como o
Superman do Bruce Timm e Homem do Aranha do jogo de PS4, porém, tal como os
filmes de heróis, até mesmo essas novas versões pegaram elementos e inspiração
das obras de Donner e Raimi, demonstrando o quão importante foi o legado que
seus filmes deixaram para trás. Tal os protagonistas de suas histórias
inspiraram o melhor em outros, as adaptações se tornaram símbolos de inspiração
para filmes de heróis da nova geração.
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