"ANIM&MÓRIA" RELEMBRA: "SUPER HOMEM DO ESPAÇO" (YUSEI KAMEN/1966)

MATÉRIA POSTADA ORIGINALMENTE NO BLOG PARCEIRO: MEMORIA MAGAZINE

Vez por outra me deparo com pessoas lamentando a falta da Rede Manchete em virtude dela ter lançado os animes aqui no Brasil. Embora não haja como negar a importância da Manchete na renovação do interesse do público nos animes, dizer que ela 'lançou' os animes no Brasil é um tremendo exagero! 

Os animes já estão no Brasil possivelmente desde 1964. os canais de TV ainda 'engatinhavam' e não tinham programas para cobrir inteiramente sua programação e os animes foram uma opção barata (na época) para 'tapar os buracos'. O que não se esperava é que se tornassem um sucesso total! Assim cada canal correu para adquirir uma das séries para exibir nos horários infantis...

Com isto, embora fossem poucos canais, tínhamos diversos animes sendo exibidos simultaneamente, a ponto de termos de fazer a opção de qual assistir (o que não era fácil). Hoje relembraremos um deles, que inclusive vendeu muitos brinquedos baseados em suas naves e personagens: SUPER HOMEM DO ESPAÇO, ou "Yusei Kamen" em japonês.

Muitos animes do passado traziam criticas sutis às ações dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial, e "Super Homem do Espaço" é um deles. Durante esta guerra, japoneses que viviam nos EUA, ou aqueles que eram filhos de japoneses com americanos, foram levados a campos de concentração. Assim, como verão, o anime traz uma referência direta a isto logo em seu episódio inicial...

Em um futuro não muito distante (que por acaso é em nosso século XXI), a Terra é um planeta tecnologicamente avançado. Que evoluiu a ponto de ter apenas uma grande nação (!!). Já somos capazes de viagens interplanetárias, o que significa já termos contato com outras civilizações também avançadas, como por exemplo o planeta Pineron.

Os pinerons são uma raça bem semelhante a terráquea, por esta razão começaram a se misturar e a formar novas famílias que viviam aqui em nosso adorável planeta. Havia como identificar quem eram os não terráqueos por algumas características físicas: os pinerons tinham orelhas mais pontudas (vulcanos?) e uma marca em forma de estrela de quatro pontas em suas têmporas...

Tudo corria muito bem, até que começaram a surgir algumas acusações, de um lado e do outro, de que estariam planejando uma guerra. Na tentativa de apaziguar os pinerons o Dr Robert Johansen foi encarregado de levar uma ogiva nuclear para o planeta Pineron. 

O Dr. Robert era casado com Maria, uma pinerona, e tinha um filho com ela Peter. Com o desejo de restaurar a paz entre os planetas, o Dr Robert aceitou a missão e levou consigo seu robo Atlanta. Porém, assim que entrou no espaço aéreo de Pineron, a nave apresenta um alerta: a bomba vai explodir! O Dr Robert decide tentar levar a nave o mais longe possível para salvar a cidade logo abaixo...

O robo Atlanta insiste que ele salte que ele próprio se livraria da bomba. Mas Robert nega e lhe ordena que se salve, cuide de sua família e entregue uma maleta para o filho Peter. Atlanta sai da nave e Robert a desvia para outro lugar. Mas, como a coisa toda foi planejada para começar uma guerra, a nave explode causando grande destruição! 

O líder de Pineron, Oriense,  é uma homem cruel e raivoso e entende a explosão como um ataque da Terra e parte imediatamente para uma contra ofensiva. Para ajudá-lo ele conta com a ajuda do maquiavélico Dr. Imoshi, que providencia armas para atacar todas as estações espaciais da Terra. 

A Terra por sua vez, se volta contra os cidadãos de Pineron que vivem no planeta, entre eles Maria, esposa de Robert. Ela é acusada de ser espiã e levada para um campo de concentração em local ignorado. Peter, apesar de mestiço não é levado pelos soldados, que simplesmente o deixam sozinho. Ele é acolhido pelo Dr. Socraton, um cientista a trabalho do governo, e sua neta Linda. 

Atlanta consegue chegar até Peter e lhe entrega a maleta confiada a ele pelo Dr Robert. Atlanta esta bastante avariado e tem tempo apenas de contar o que houve com Robert e entregar a maleta, desligando-se definitivamente. O conteúdo da maleta permite que Peter se transforme em Super Homem do Espaço e passe a ajudar a Terra contra as maquinações de Oriense e Dr Imoshi.

Peter também lutava contra os governantes corruptos da própria Terra, que eram os culpados pela guerra e tiravam lucros dela. Desta forma além de impedir os planos dos pinerons, também libertava os prisioneiros pinerons dos campos de concentração em busca de sua mãe...

Para proteger sua identidade, Peter usava uma mascara que tapava sua marca de nascença e suas orelhas pontudas, o que fazia com que ambos os lados não soubessem de que planeta ele era. Na parte final da série de 39 episódios, gravados em preto e branco, Peter consegue recuperar os registros de memória de Atlanta e descobre que o Dr Imoshi estava por trás de tudo!

Ele havia mandado um espião sabotador para que a nave explodisse sobre a cidade principal de Pineron e a Terra fosse destruída. Ele planejava tomar o poder e conquistar o universo! Super Homem do Espaço mostra a gravação a Oriense que se revolta com Iroshi. Iroshi atira em Oriense, que mortalmente ferido aperta o botão de auto destruição de sua nave espacial, levando Iroshi com ele...

O Super Homem então retorna a Terra e revela sua  identidade a todos. O presidente da nação da Terra, fica admirado por ter um pineron ajudando a Terra este tempo todo e decide retomar as negociações de paz com o planeta, agora com novo líder. Peter até então pensava que a mãe havia morrido na nave de Oriense, mas ela não estava lá e sim em uma prisão subterrânea do Dr Imoshi! 

Os dois se reencontram e fim!!!

Esta série chegou ao Brasil quatro anos depois de ter terminado no Japão. Assim em 1971 ela estreava no extinto canal Tupi, onde foi exibida diariamente as 13:00hs durante um ano. Em 1973 foi para a Record, onde também ficou por volta de um ano, no horário das 14:30hs. Em 1976 retornou à Tv Tupi, onde permaneceu até 1977, quando desapareceu da TV brasileira...

Abaixo o episódio 1, legendado: 

O blog MEMORIA MAGAZINE tem como objetivo viajar no tempo e trazer do passado produções esquecidas ou nem conhecidas, mas que foram importantes e serviram de base para tudo que assistimos hoje. 

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