Pandoras E Prometeus Na Mais Natural De Todas As Atitudes: SER HUMANO!!!



Publicado originalmente em
aos 30/06/2009


Inomináveis Saudações a todos vós, Realistas Leitores! 

Pandora foi aquela que ao abrir uma certa caixa fez com que todos os vícios e males humanos se soltassem, restando nela apenas a EsperançaPrometeu foi aquele que roubou o fogo dos céus e o deu aos homens, sendo castigado por Zeus a eternamente ficar acorrentado ao Cáucaso, onde uma águia eternamente lhe comia o fígado, que se regenerava à noite, como sua pele, para, no dia seguinte, a rotina da tortura eterna continuar. Prometeu foi salvo por Hércules, que derrotou a águia e soltou-o das correntes; e Pandora, tal como Eva, levou a culpa pelos males da Humanidade, sempre a mulher sendo a culpada de toda obra ruim humana em diversas mitologias e religiões... Digamos que o destino de Pandora tenha sido o da reabilitação junto a Prometeu no jogo de formas e formatos do desenvolver das civilizações, doando a cada humano o fogo dos seus erros e dominando a parcela da humana mente que atua através dos básicos poderes instintivos. Instinto, por instinto, interpretando agora a mitológica saga de Pandora, interpretando agora a mitológica saga de Prometeu, foi a base das audaciosas ações dos dois em uma época que não conhecia o que a Igreja Católica veio a instituir como “os sete pecados capitais”. Pandora, feita de barro por Zeus, que podemos ver como A Mãe Da Evolução Humana por ter nos dado a capacidade de termos males que superamos para alcançarmos um alto objetivo existencial; e Prometeu, TitãO Primeiro Herói Da HumanidadeO Defensor Do Gênero HumanoArquétipos que representam as mulheres e os homens desta Humanidade.

Pandoras no café-da-manhã.

Prometeus no café-da-manhã.

Pandoras nos almoços.

Prometeus nos almoços.

Pandoras nos lanches.

Prometeus nos lanches.

Pandoras nos jantares.

Prometeus nos jantares.

Pandoras em todas as humanas refeições.

Prometeus em todas as humanas refeições.

Pandoras buscando refeições além das humanas refeições...

Prometeus buscando refeições além das humanas refeições...

Na Mitologia de O Advogado Do Diabo, somos apresentados a esta nossa idade contemporânea, a Era Da Desgraça Contemporânea, de decadência total de valores e mundos coletivos e particulares, tal qual nós somos: Pandoras e Prometeus. No filme, sentimos o sufocamento de uma existência toldada por valores morais incutidos no consciente e no inconsciente coletivo não apenas pela Igreja Católica, mas por todas as religiões que antinaturalmente agem contra o Ser Humano, privando este da sua liberdade de Ser, liberdade de Sentir, liberdade de Ter, liberdade de Ver, liberdade de Escolher. Durante grande parte do filme até o seu clímax (o brilhante diálogo entre John Milton e Kevin Lomax) joga-se em nossas faces a temática do apequenamento nosso, do abrutalhante apequenamento nosso diante das “medidas sociais”, das “coisas moralmente aceitas”, das “formas de ser normais da humana comunidade”. Joguetes, simples joguetes, de um “Deus Único”, um Deus Anti-NaturalO Corrupto, Corrupto por nos oferecer apenas a metade de todas as valorosas e vigorosas riquezas da Existencialidade, dando-nos as migalhas mais podres e degeneradas desta como esmolas compensatórias pela dedicação de suas ovelhas por Ele. Pandora e Prometeu, mitos ricamente pagãos que se apresentam em nossas almas nativas de tempos pagãos de maiores liberdades existenciais, não se adaptaram ao jugo da crença em apenas um Princípio Criador, um Tirano Eterno sentado em um “trono” a decidir sobre todos os destinos existenciais, já que o denominado “livre-arbítrio”, se examinarmos a ótica cristã, é uma mentira, pois sempre estaremos “nas mãos de Deus”, como dizem os fanáticos religiosos mais atrofiados intelectivamente. No entanto, a Pandora e o Prometeu que nós somos se rebela diante de toda essa desgraça esplêndida e busca alimentar-se livre dos ditames religiosos-moralistas, em todos os sentidos possíveis. E é aqui que o mito do Diabo se torna Real.

O Diabo é essa Força Interna nossa que Al Pacino representou magistralmente no filme. Para O Diabo, não existe ”Deus Único”, nem Deuses Elevados, apenas os Deuses Humanos, os Deuses Humanos que nós somos! Para O Diabo não existe o pecado da avareza, isto aqui é parte da humana natureza! Para O Diabo não existe o pecado da gula, isto aqui é parte da humana natureza! Para O Diabo não existe o pecado do orgulho, isto aqui é parte da humana natureza! Para O Diabo não existe o pecado da ira, isto aqui é parte da humana natureza! Para O Diabo não existe o pecado da luxúria, isto aqui é parte da humana natureza! Para O Diabo não existe o pecado da preguiça, isto aqui é parte da humana natureza! Para O Diabo não existe o pecado da vaidade, isto aqui é parte da humana natureza! A vaidade! Vaidade! A Vaidade! “É o meu pecado preferido...”, diz O Diabo ao final do filme, mas devemos interpretar o termo “pecado” desta maneira, devemos assim interpretar a fala do Diabo como se isto Ele estivesse a nos dizer:


“Ultrapassem A Si Mesmos Envaidecendo-Se De Todas As Suas Glórias Passadas, Presentes E Futuras. Não Pensem Em Perder Ou Se Ajoelhar Diante De Um Deus Morto Que Nada De Útil Vos Dá, Encarem A Si Mesmos Nos Espelhos De Vossas Almas, Vejam A Si Mesmos Como Os Deuses De Suas Alvoradas, Pensem Nas Vitórias Todas De Suas Humanas Empreitadas. Amem A Imagem De Vossos Espelhos D'Alma E Divulguem Ao Máximo, Por Todos Os Cantos De Vosso Mundo A Imagem De Vossa Interna Glória! Vaidade É O Nome Correto Para A Verdade Beleza E É Também Uma Verdadeira Liberdade De Sempre Ser O Que Se É Livrando-Se Da Podre Humildade Que Apenas Apequena O Ser! Não Se Humilhem, Envaideçam-Se Ao Máximo! Não Abaixem As Vossas Cabeças, Mantenham-Nas Erguidas Ao Máximo, Ao Alto, Apenas Ao Alto! Assassinem Ao Deus Único Dos Fracos, Sejam Fortes Amando As Vossas Verdadeiras Belezas, Amando As Vossas Verdadeiras Liberdades! Vaidade, A Maior Das Vaidades, A Verdade É A Vaidade!”


O Diabo é o Grande Herói do filme, um personagem com o qual todos nós nos identificamos de alguma maneira, já que sentimos uma necessidade tremenda de sermos como Ele. ShaitanSatanLúcifer... "Eu tenho tantos nomes...", Ele diz... Ele tem tantos nomes... Ou seriam nomes para Seres completamente distintos? Seres completamente distintos dentro de nós, humanos seres que queremos mais, mais, mais, MAIS, MAIS, MAIS, MAIS, do que as probabilidades existenciais arcaicas de nossa sociedade e civilização atuais nos dão? Questão inominavelmente respondida conforme as nossas mais íntimas reflexões, atos de lentas descobertas como as descobertas de Kevin Lomax, um Prometeu Contemporâneo tão parecido conosco e com cada um que caminha ao nosso lado, intrinsecamente ou não. Kevin Lomax, que Keanu Reeves eternizou como um dos exemplos máximos na História Do Cinema como um Ser Humano Completo, completo no sentido de atirar-se qual Ícaro aos mais elevados horizontes através de seus sonhos e ambições grandiosos, é um espelho no qual nos refletimos intensamente. Enquanto ele caminha para o sucesso, enquanto ele desperta em si o Diabo Interno, O Tentador que promove sua ascensão a patamares existenciais mais nobres, sua esposa, Mary Ann (uma Charlize Theron magnífica!) vai perdendo a razão cada vez mais, o seu amor por ela vai sendo deixando em segundo plano cada vez mais... Mary Ann, suscetível aos movimentos espirituais que cercam-na e ao marido, alucinada, é uma Pandora Contemporânea que desencontrou-se com o seu Espelho D'Alma, bem diferente de Christabella Adriolli (a suculenta Connie Nielsen, desejável mulher que inspira as mais naturais formas de luxúria concebíveis...), Pandora Contemporânea que em si concentra as virtudes de AfroditeAstarteLilith e todas as Figuras Arquetípicas Maiores Da Humanidade. Christabella e Kevin, como O Diabo, o pai deles, fisicamente falando, quis, representam o que de melhor há no Gênero Humano livre das mazelas de uma sociedade e de uma civilização mundiais corrompidas pelos moralismos atrofiantes anti-naturais: são Seres Humanos Fora Do Bem E Do Mal. Não existe, exatamente, no filme, a meu ver, a jogadinha simplista da “Guerra Eterna Entre O Bem E O Mal”; o que existe é a trajetória, a marcha, a interna guerra principal de todo Ser Humano AutênticoO Encontro De Si Mesmo Em Si Mesmo E No Mais Além De Si Mesmo Em Si Mesmo. A bala na cabeça de Kevin indica que ele não suportou encontrar a ele mesmo nele mesmo, algo que não revela fraqueza, mas espanto, desconfiança, medo e repulsa, típicas daqueles que são criados em meios fortemente religiosos e arcaicos no trato para com as mais naturais tendências humanas. Mas, o ato do suicídio de Kevin foi um ato de vaidade, já que o tiro significou um dar-se importância demasiada a si mesmo, dando, então, a vitória ao Diabo; e, perguntam-se todos que assistiram ao filme, porque O Diabo se desesperou quando Kevin suicidou-se? A mim, parece que foi uma brincadeira do diretor do filme, pois um olhar mais atento ao final do mesmo dá-nos todas as dicas que Ele, O Diabo, no fim, através do Poder Da Humana Vaidade, este Poder que é o mais natural e maior que podemos erguer em nossas almas e corpos e mentes e espíritos, vencerá sempre DENTRO DE NÓS MESMOS.

No Tarot, o Arcano Do Diabo, o de número 15, é o Guardião Do Umbral antes de nossa Passagem para O Paraíso. Traduzindo, Ele É Aquele Que Abre As Portas Da Humana Consciência Em Nossa Travessia E Descoberta Do Abismo Que Somos Até O Definitivo Encontro Com A Verdadeira Personalidade Que Adormece Em Nosso Interior Mundo. Atravessando O Umbral de nossos Abismos, alcançamos A Libertação e, então, tudo que para os demais é “pecado” torna-se forma de AprendizadoEstudo e Prática em nós mesmos. E é esta a mensagem oculta de O Advogado Do Diabo, que não é apenas um filme a abordar o Direito ensinado nas faculdades e universidades, mas, e acima daquele, aborda O Direito Inalienável De Ser Naturalmente Um Ser Humano. Somos Pandoras, somos Prometeus, somos Kevins Lomaxs, somos Mary Anns Lomaxs, somos Christabellas Adriollis, somos O Diabo. Mitos que tornamos Reais, mitos que enaltecem as nossas vaidades, pois, não sejamos hipócritas, nós-todos-humanos-que-somos temos a vaidade como a principal e maior característica nossa... Vaidosa tu és, mulher... Vaidoso tu és, homens... 

Já se olharam nos espelhos de vossos banheiros hoje?

Já se olharam nos Espelhos de vossas Almas Eternas algum dia?

Se olharão nos Espelhos de vossas Almas Eternas em um dia futuro?

Saudações Inomináveis a todos vós, Realistas Leitores!


* Escrito sob o poder de minha inominável vaidade e ao som de Sopor Aeternus & The Ensemble Of Shadows aos 14/02/2009.



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