HÁ 43 ANOS ATRÁS, A PRIMEIRA EDIÇÃO DE WHAT IF...? ERA LANÇADA....


Em fevereiro de 2020,  foram completados 43 anos do lançamento de uma das séries de histórias da Marvel que fizera muito sucesso entre os leitores nos anos 80 e 90, “O Que Aconteceria Se...” (What if...? No original) que tinha por base mostrar eventos clássicos, ou chaves, do Universo Marvel seguindo por uma linha diferente do que aconteceu na continuidade normal a partir de determinado momento da trama cujo desfecho marcante teria um resultado diferente. As primeiras encarnações da publicação sempre começavam com uma introdução de Uatu: O Vigia, narrando o evento como aconteceu realmente e, a partir de determinado momento, o que aconteceria se o momento principal seguisse um rumo totalmente diferente do que conhecemos e as suas consequências em outro universo, mais ou menos como se, no momento do teste da Bomba Gama, Rick Jones empurrasse Bruce Banner para a trincheira e ele virasse o Hulk com a explosão, como ficariam os eventos daquela linha no universo Marvel?

No primeiro número de 1977 temos a história narrando o que aconteceria se o Homem-Aranha se juntasse ao Quarteto Fantástico e eles formassem o Quinteto Fantástico? Para quem conhece as histórias clássicas do Homem-Aranha sabe que ele se ofereceu para fazer parte do Quarteto logo no início de sua carreira heroica, mas Richards e os outros membros foram contra devido a impopularidade do Aranha nos jornais, o fato de que suas identidades são públicas e o Aranha não revelar seu rosto e nome verdadeiro, o que poderia causar a desconfiança das pessoas, e ele vai embora magoado com a recusa da equipe, porém isso ocorreu no universo normal e nesse momento a história cria sua versão na narração do Vigia mostrando quando a Mulher Invisível pede que o Homem-Aranha fique e convence os outros membros a aceita-lo, pois seus poderes seriam uma grande adição para a equipe, feito isso, Richards convoca uma coletiva de imprensa para anunciar que o Quarteto agora é um Quinteto com a entrada do Homem-Aranha, daí vemos as mudanças nas vidas do Quarteto e do Aranha com essa nova fase.


Com uma história empolgante escrita por Irving Watanabe, desenhada pelo excelente Dave Cockrum e com um tema novo e intrigante pelas mãos do editor Roy Thomas, a estreia da nova série foi um sucesso imediato que trouxe temas oscilando entre o drama e o humor, podendo mexer com as mais variadas situações da Marvel, alterando mudanças de caráter dos principais personagens em momentos especiais, como quando propuseram ao Capitão América que se candidatasse à presidência dos Estados Unidos na edição 250, na fase de Roger Stern e John Byrne dos anos 80, naquela história ele recusou, mas aqui ele aceitou tomando um rumo diferente da saga original se tornando o primeiro presidente super-herói do país na edição 26 de abril de 1981, também mostraram situações onde heróis como O Motoqueiro Fantasma, A Mulher-Aranha e Capitão Marvel se tornaram vilões e famosos vilões se tornaram os heróis, como o Doutor Destino, por exemplo, e foram várias as questões exploradas: se o Hulk tivesse o cérebro do Dr. Banner, se o Homem-Aranha tivesse salvado Gwen Stacy da morte, se Rick Jones não tivesse interferido na Guerra Kree-Skrull e os Vingadores tivessem lutado sem ele, se o Doutor Estranho se tornasse discípulo de Dormammu ou se o Barão Mordo tivesse se tornado o novo Mago Supremo, se Conan tivesse aparecido no século 20 e por aí vai.





Investiram em momentos de comédia como em uma história que os artistas da Marvel se tornam o Quarteto Fantástico, imagina o Stan Lee como Reed Richards e Jack Kirby como O Coisa? Pois é, fizeram isso na edição número 11 de outubro de 1978. Em outra edição lançaram várias questões cômicas do tipo: Se o Demolidor fosse surdo ao invés de cego? Ele dá uma surra em um bando de ladrões, todos gritando e ele entendendo tudo errado enquanto arrebenta os caras; Se o Coisa fosse rosa ao invés de laranja? Pobre Benjamim; Se o Motoqueiro Fantasma trabalhasse em um fast-food entregando hambúrgueres flamejantes? Hilário; Luke Cage branco? Nem se fala. A edição 34 da primeira versão chega a ter O Vigia na capa pedindo que o leitor não a compre, não pouparam nem a 4ª Parede! Claro que também criaram momentos mais dramáticos com questões como: Se Jean Grey não tivesse morrido na Lua e se submetesse a uma lobotomia para retirar seus poderes? Se a Fênix Negra tivesse matado os X-Men? Se Os Vingadores tivessem se aliado a Korvac? Se o Wolverine tivesse matado o Hulk em seu primeiro encontro? Se os X-Men tivessem morrido em Krakoa? A lista é imensa e brinca com a nossa imaginação, pois tem situações que nós mesmos pensamos como elas seriam como no caso de o Homem-Aranha não abandonar o mundo dos shows se tornando uma celebridade, se Jane Foster tivesse encontrado o martelo de Thor ao invés de Don Blake e se a Mulher Invisível tivesse aceitado o pedido de casamento de Namor e ficasse com ele em Atlantis? Nossa, chega a dar um nó na mente, seria como ter o dom de viajar no tempo e mudar as coisas para ver como elas ficariam se a vida seguisse um curso diferente (Droga, Barry!). O Vigia foi o narrador das histórias durante as duas primeiras encarnações da revista, depois dos eventos de uma história do Quarteto Fantástico onde ele é punido por matar outro Vigia as histórias passaram a ter outros narradores mais envolvidos com a trama, como em “O Que Aconteceria Se Karen Page tivesse vivido?” na fase 3 da série. Mais tarde, na sexta versão, um hacker apelidado de “O Vigia” narra as primeiras histórias.




Temas como a morte ou não morte de heróis famosos foram abordados em histórias que mostravam o que teria acontecido se o Capitão Marvel não tivesse morrido de câncer, se o Mercenário não tivesse assassinado Elektra e se o Jaqueta Amarela tivesse morrido? Ou se o Tio Ben não tivesse morrido e Peter ainda continuasse como o Homem-Aranha? As edições sempre traziam as sagas fechadas pelas mãos de diversos artistas, tudo era resolvido na mesma história e com os reflexivos pensamentos do Vigia sobre o desfecho da nova versão da história e as consequências para os envolvidos. 

No Brasil as aventuras saíram nas mais variadas revistas de linha, principalmente quando estavam na Editora Abril, como Homem-Aranha, Super Aventuras Marvel e Heróis da TV, geralmente quando o tema era relacionado a algum herói presente no título, a Panini Comics lançou algumas anos atrás na série "Marvel Especial". A infinidade de temas que existem para os autores explorarem é o charme desse título com tantas histórias memoráveis, tantas que até mereciam um relançamento com uma seleção das melhores questões clássicas para os leitores conhecerem, ou reverem, alguns desses momentos que marcaram época nos quadrinhos Marvel.





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