Capitulo 7 Tempo esgotado
Mesmo com o peso
das rochas sendo sentido em suas costas, Barry ainda tentava se soltar entre os
escombros. Depois de se arrastar de um lado para o outro, sem encontrar uma saída
sequer, Barry teria uma ideia. Após respirar para acalmar seu corpo, ele
fecharia seus olhos e começaria a vibrar em super velocidade. A cada movimento
ele ia sentindo o peso dos escombros sumirem. Sua velocidade teria feito ele
vibrar suas moléculas através das rochas sólidas. Desse modo, Barry conseguiria
sair da pilha de pedras, finalmente se soltando.
Sem esperar um
segundo, Barry se levanta e corre pela cidade, tentando pensar em como poderá
resgatar Jay. Ele está muito desesperado, se culpando por ter falhado em salvar
seu ídolo. Mal consegue imaginar o que ele deve estar passando nas mãos de
Grodd, suspeitando que o vilão deve tê-lo sequestrado para ajudar na
finalização do portal do tempo.
Depois de passar
minutos rondando a cidade sem sucesso, Barry voltaria para o seu laboratório,
onde procuraria os arquivos dos crimes cometidos pela Galeria. Ele daria uma
lida em todos eles, buscando uma pista do paradeiro dos vilões. Uma grande
raiva toma conta de Barry quando lê até a ultima página dos arquivos, não
encontrando nenhuma informação valiosa. Nenhuma pista sequer. Frustrado, Barry
joga os arquivos no chão. Ele não tem ideia do que fazer. Se algo acontecer com
Jay... Se Grodd conseguir atingir o objetivo, Barry vai carregar a culpa por
tudo.
Nessa hora ele
escuta umas batidas na porta. Ao se virar para atender, Barry vê Íris entrando
no laboratório.
- Oi, tudo bem? -
diria Íris, que repararia que há algo estranho no Barry - Você parece cansado.
- Tá... tudo ótimo
Íris - disse Barry, passando a mão no seu cabelo e ajeitando suas roupas,
tentando esconder sua preocupação - Não esperava você aqui.
- A gente ia jantar
hoje, não tá lembrado?
- Não vai dar Íris.
No momento tô ocupado.
.- Mais um caso? -
disse Íris, que estaria olhando pegando os arquivos no chão - Qual? No que você
está...
Rapidamente, Barry
tira as folhas da mão de Íris e guarda no armário.
- Isso é
confidencial.
- Tá legal. O que
está acontecendo com você?
Barry soltou um
breve suspiro e tentou pensar em alguma explicação
- É que... eu tô no
meio de um grande caso. Um que eu não posso falhar. Desculpa mas não vai dar
pra jantarmos hoje?
- Talvez eu possa
ajudar. Qual o caso
- Não é só um caso
Íris... são todos eles. Todos esses crimes na cidade. Eu tenho que arrumar uma
forma de resolver tudo isso. Impedir que eles aconteçam.
- Não dá pra
resolver todos os problemas da cidade completamente Barry. Ninguém pode
controlar o futuro. Pare de se culpar por tudo de ruim que acontece no caminho
e...
- Queria ser capaz
disso
- Você não é assim
Barry. O que...
Barry voltou sua atenção
para Íris, que andou em direção ao quadro de investigações. Ela tiraria uma das
fotos.
- Isso tem haver
com a morte de sua mãe? - perguntou Íris mostrando a foto que tirou do quadro.
- O que... o que você sabe sobre minha mãe?
- Li sobre ela nos registros policiais, mas não são suas próprias
palavras. Quer conversa sobre aconteceu?
- Pra quê Íris? - respondeu Barry frustrado - pra você escrever um
artigo sobre isso?
Triste com a rejeição de Barry, Íris e se dirigiu a saída.
- Tchau, Barry.
Barry nem respondeu e Íris já ia saindo, quando ela parou na porta e se
virou para ele
- Eu realmente achei que poderíamos ter um futuro juntos. Eu acho que me
enganei.
Antes que ela deixe o laboratório, ela escuta um som que impede sua
saida.
- ÍRIS, ESPERA...- era Barry, que se voltou sua atenção Íris. - Apenas
fique.
Íris se aproximou de Barry, que deu umas leves respiradas, estando
bastante nervoso com oque ia falar. - Desculpe... eu não sou muito bom nisso,
eu... Quando minha mãe foi morta eu jurei que limpar o nome do meu pai. Foi uma
promessa que eu nunca consegui. Desde então tenho tentando ajudar os outros,
sempre temendo qual será a próxima pessoa que irei decepcionar com falsas
esperanças... Sou idiota ingênuo
- Cala boca - protestou Íris - Você legal...gentil e... sempre tenta dar
seu melhor para ajuda as pessoas. Eu vi isso varias vezes. Sei que o futuro
pode ser assustador e é normal ficar apavorado com oque pode dar errado. Também
fico com medo. Mas para se ter um futuro é preciso confrontar aquilo que está
te atrasando. Confie nos outros.
Lentamente Íris segurou a mão de Barry. - Se abra comigo.
Barry sentiu resistência em atender o pedido da Íris, mas ele não podia
mais guarda aquilo. Ele precisava de ajuda e não deixaria o medo atrapalhar
dessa vez.
- Eu... tô trabalhando no caso da Galeria de vilões. Eles sequestraram
um conhecido meu. Quero ajuda-lo porém não sei por onde começar.
- Eu acho que posso ter a resposta - disse Íris que começou a vasculhar
sua bolsa, pegando uma foto de um homem moreno, com olhos azuis e uma barba
cerrada. - Reconhece o rosto?
Barry olhou atentamente a foto, tendo uma dificuldade de identificar o
sujeito, porém ao observar direito, ele imaginou uns óculos na imagem,
reconhecendo o individuo.
- É o Capitão Frio.
- Leonard Snart para ser mais exato. Um ladrão de joias. Parece que ele
deixou sua gangue quando alguém fez uma "oferta de emprego" melhor.
- Como conseguiu essa foto?
- Eu tenho minhas fontes. Ia te falar sobre essa foto no jantar de hoje.
De acordo com uma delas, parece que Snart tem marcado uns encontros com uns
colegas no velho centro de pesquisa nos arredores da cidade.
- Isso poderia ser a localização
do esconderijo deles.
- É uma possibilidade, se bem que não tenho provas. Ia falar sobre isso
no nosso jantar pra ver se você poderia...- antes que Íris termine a frase, ela
percebe que está sozinha no laboratório - Barry?
Saindo da departamento de policia em super velocidade, Barry coloca seu
anel e pressiona um botão, liberando do pequeno objeto o seu uniforme. Em um
segundo ele veste seu uniforme, e segue para o centro de pesquisa. Sem perder
um minuto, Barry entra pela porta da frente, não vendo ninguém na recepção,
concluindo que a pista de Íris estava certa.
Ele se dirigiu ao grande hall onde ele para a ver uma roda gigante e
dentro dela estava Jay, sendo forçado a correr como se fosse um hamster.
- Jay!
Ao ouvir seu nome Jay vira seu rosto e
vê Barry se aproximando para ajuda-lo. Notando o movimento dos lábios do
seu ídolo, Barry percebe que ele está tentando dizer alguma coisa, porém a roda
é feita de um material a prova de som.
- Minha nossa - diria Barry observando a roda, procurando uma forma de
liberta o Jay - Grodd tornou você num gera...
-... Um gerador de Força da Aceleração - diria uma voz vinda do fundo da
sala. Ao se virar Barry vê Gorila Grodd em frente a um grande arco de metal
ligando a inúmeros painéis, deduzindo ser o portal do tempo que o gorila esteve
trabalhando.
- Impressionante não acha? - diria Grodd - Por meses a unica coisa que
tem me impedido de completar meu portal era a ausência de energia da Força de
Aceleração. Bastou me reencontrar com um velho inimigo que eu acharia a chave
para obter a peça final para completar algo que apenas um gênio como eu seria
capaz de fazer.
- Algo que irá destruir todos nós, incluindo você.
- É um risco, mas que vale tomar - diria Grodd - Você não faria o mesmo?
Embora não tenha respondido, Barry
ficaria intrigado com a pergunta de Grodd.
- Sim. Posso não ser capaz de controla-lo porém pude sentir seus pensamentos.
Suas memórias. Suas tragédias. Você também sofreu algo no passado. Algo que
desejaria que nunca tivesse acontecido.
Ainda se recusando a responder, Barry sabia que Grodd não estava errado
sobre ele. Desde que descobriu sobre a Força da Aceleração e viagens no tempo,
uma das primeiras coisas que veio em mente seria a possibilidade de poder salvar
sua mãe e restaurar a vida que ele teve com sua família.
- Estamos todos buscando criar um passado melhor para nós.- continuou
Grodd - Esse portal é minha chance para isso. Pode também uma chance para você.
Por um breve momento, Barry refletiu sobre a oferta de Grodd, pensando
em ter a chance de salvar sua mãe, de se reunir com ela e seu pai. Porém decidiu não se deixa levar pela tentação.
- Uma oferta interessante, mas eu discordo totalmente.
- Que pena - responderia Grodd, ainda confiante. De trás de cada coluna
da sala sairia os membros da Galeria, mais uma vez cercando o herói. Sem pensar
um segundo, Onda Térmica dispararia suas chamas no Flash, que rapidamente
desvia do ataque e começa a correr, com os outros vilões também tentando acertá-lo.
O Capitão Frio chegou até disparar no chão fazendo uma pista de gelo para o
Barry. Por sorte, o jovem rapaz conseguiu recuperar o equilíbrio e, como um patinador, ele se aproveitou da
falta de atrito para alcançar seu oponente, derrubando ele com uma rasteira.
Então ele cercou os outros criminosos, correndo em círculos ao redor
deles, vibrando enquanto corria, criando uma miragem para confundi-los. Ao
perceber uma abertura entre os vilões, Barry agiu e acertou o Mestre dos
Espelhos com um soco, seguindo depois com outro golpe no Onda Térmica,
empurrando ele para o lado, para depois acerta o Mago do Tempo com soco. Ao
tentar contra atacar com seu lança chamas, Onda Térmica dispara contra Flash,
que rapidamente se abaixa, fazendo o raio atingir a roda, derretendo suas
paredes.
Antes que Barry pudesse correr de novo, o Mago Tempo usou sua varinha
para conjurar o ciclone. Incapaz de se mover, Barry sentiu seus pés sendo
erguidos pelo vendaval, ficando flutuando em pleno ar, estando vulnerável ao
ataque dos criminosos. De repente, a varinha do Mago desaparece de sua mão.
Quando ele olha para trás, ele é nocauteado por Jay Garrick, não estando mais preso
a roda. Logo Barry sente o ciclone desaparecendo e cai de pé no chão.
- Por que demorou tanto? - disse Jay, ajudando Barry a se levantar
- Estava preso no trânsito - diria Barry, feliz por ter ajudado seu
herói.
- Bem, nesse caso...- antes que Jay complete a frase, os dois velocista desviam do raio de gelo do Capitão Frio, que
se reune com o Onda Térmica e o Mestre dos Espelhos, ambos disparando nos dois
flashes, que também desviam dos raios.
-3 vilões armados e somos apenas dois. Que desvantagem. - disse Jay.
- Verdade... pra eles -respondeu Barry, que começou a correr em direção
aos vilões, seguido de Jay. Ambos andando em zigue zague, confundindo a mira
dos vilões.
Enquanto Barry distrai o Onda Térmica, Jay se lembra de um velho truque
e usa seu elmo como um bumerangue, desarmando o incendiário, que por sua vez é
nocauteado por Barry. Quando desvia dos raios de luz do Mestre dos Espelhos,
Barry sente um frio nas pernas, indicando que ele foi atingido pelo Capitão
Frio. Com sua perna esquerda congelada, Barry cai de costas no chão, vendo
Snart se aproximando.
- Parece que você andou em gelo seco - disse Snart, apontando sua arma,
preste a disparar em Barry.
Antes que o tiro seja dado, Jay aparece na frente de Barry, tendo em
suas mãos uma mangueira de incêndio. Ele lança um jato de agua , repelindo o
raio de gelo de Snart, congelando seu corpo
Conforme Barry vibra seu corpo para descongelar sua perna, Jay confronta
Mestre dos Espelhos, que joga pequenos espelhos de bolsa no chão.
- Para que fazer isso? Me fazer ter 7 anos de azar? - disse Jay.
- Não, mas vai mexer muito com sua mente. - disse o Mestre dos espelhos,
com um sorriso confiante, como se tivesse encurralado o velho flash numa
armadilha.
Jay tentaria atacar o inimigo, apenas para seu punho passar por ele,
como se tivesse atacado um fantasma. Ao olhar de volta para ele, Jay se espanta
ao ver milhares de Mestre dos Espelhos, suspeitando isso ser uma ilusão
produzida pelos espelhos no chão.
- Tente me achar, se puder. - desafiou o criminoso.
Tentando pensar numa estratégia, Jay olhou para Barry, já se levantando.
O cientista sorriria para Jay, que embora estranhando no inicio, entenderia a
reação e responderia com um sorriso também. Em uma fração de segundo, Jay e
Barry começam a atacar as copias do Mestre dos Espelhos, uma por uma, tudo em
super velocidade. Quando se encontram, eles começam a correr lado a lado em
linha reta, acertando as ultimas copias do Mestre dos Espelhos, até que Barry
finalmente acerta o verdadeiro com um soco. Em seguida, Jay também dá um soco
no vilão ilusionista, bem no queixo,
jogando ele no chão.
Vendo um espelho a sua frente, o Mestre dos Espelhos tenta fugir através
do objeto. Jay tenta alcança-lo, porém Barry o impede. Ele rapidamente deixa o
local e retorna, trazendo consigo outro espelho. Quando o Mestre dos Espelhos
entra no espelho, Barry coloca o objeto que trouxe na frente do outro, fazendo
o Mestre dos Espelho voltar e entrar no outro espelho. Barry então coloca mais
dois espelhos, formando um circulo onde o Mestre dos Espelhos não consegue
escapar. Não importa o espelho que escolha, ele acaba voltando para o mesmo
local.
- O que - disse o Mestre dos Espelhos frustrado, antes de atravessar
mais um espelho.
- Esse é o "efeito Droste" - explicou Barry - É um loop infinito reflexivo. Nem mesmo
você consegue escapar.
- Muito impressionante - expressou Jay.
Após verem todos os membros da Galeria derrotados, os velocistas
procuram por Grodd, vendo ele montado em moto flutuante, que nem as que o Barry
viu em Gorila City. Ao virar seu rosto, Grodd vê seus capangas no chão com os
dois velocistas reunidos. Fica claro por sua expressão de desaprovação que ele
não ficou satisfeito com o fracasso da Galeria em eliminar os Flash.
- Acabou, Grodd. - declarou Jay, tendo certeza que venceram o gorila
criminoso
- Verdade - concordou Grodd, oque causou estranheza em Jay e Barry - e
infelizmente vocês chegaram tarde.
Ao pressionar um botão, os painéis da máquina ligaram e o grande arco de
metal começou a liberar faíscas. Ao colidirem, os raios explodiram formando um
circulo de luz. Grodd conseguiu abrir portal do tempo. Mesmo Jay tendo
conseguido se liberta da roda, ela tinha passado energia o bastante para o
portal funcionar.
Sem pensar por um segundo, Barry e Jay correriam em direção a Grodd,
porém ao cruzarem a sala, eles começam a se sentir lentos, pesados. Barry
imediatamente reconheceu a sensação e ao olhar para os lados, percebeu
dispositivos que liberavam energia inércia que nem a armadura do Tartaruga.
Esses dispositivos formaram uma barreira que está paralisando os velocistas.
- Não esperavam que eu dependeria apenas de humanos inferiores. - disse
Grodd, montado na sua moto flutuante,
posicionando ela em direção ao portal.
Mesmo com a energia reduzindo a velocidade deles, Jay e Barry não
paravam, tentando ao máximo correrem para alcançar o gorila. Enquanto Jay se
esforçava, Barry teria uma ideia : tentando vibrar ao máximo seu corpo ele
começaria a produzir uma aura de energia numa frequência parecida com a da
energia inercia, fazendo ambas forças se repelirem. Vendo a ação de seu
sucessor, Jay seguiria seu exemplo e também tentaria vibrar.
- Minhas desculpas pela partida, Flash, mas nos veremos em breve - disse
Grodd antes de partir em sua moto em direção ao portal.
Justo nessa hora, Barry começa a sentir seu corpo ficar leve, podendo se
movimentar de novo. Ele tenta correr para alcançar Grodd, que já estaria
passando pelo arco, desaparecendo em sua luz. Na hora que Barry está chegando no
portal, a luz desaparece, e tudo que ele tem em sua frente é uma parede.
Confuso, Barry se vira para Jay, que já teria saído da barreira. Até mesmo ele
não esconde em seu rosto o abalo que sente.
- Chegamos tarde! - disse Jay arrasado.
Barry voltou sua atenção para o portal, pensando no fato dele ter quase
conseguido e temendo imaginar oque Grodd estaria fazendo no passado. Só de
pensar no fato que ele falhou fazia seu sangue ferver. Seus punhos tremiam
conforme Barry respirava, tentando controlar sua raiva e frustração. Após se
acalmar, ele volta sua atenção para Jay.
- E agora?
Antes que a pergunta seja respondida, ouve-se um som de trovão vindo do
lado de fora. Ambos velocistas estranham esse fenômeno, visto que o céu estava
claro, sem previsão nenhuma de tempestade. De repente as lâmpadas do centro
começam a piscar, até que se apagam. Os dois saem do prédio, e vão até o
estacionamento, notando toda cidade perdendo energia, sendo coberta pela
escuridão profunda do céu nublado, cheio de nuvens escuras como carvão. De
repente, cai um relâmpago nos arredores da cidade, seguido por outro que cai na
parte oeste, e outros vão caindo também. Observando a tempestade, os dois
flashes sentem um vendaval e percebem que as nuvens estão sendo sugadas por um
mesmo ponto. Conforme o vento sopra, as nuvens o seguem começando a girar, cada
vez mais rápido, parecendo um redemoinho. Os dois então o céu se transformar num
grande buraco negro.
- É uma singularidade quântica - disse Barry horrorizado.
Em sua mente, lhe ocorreu um pensamento fazendo perceber oque estava
acontecendo. "aquele macaco idiota" ele pensou. Como Grodd
alterou o passado ele criou uma sequência de paradoxos temporais na linha
temporal, como rachaduras numa vidraça. Se isso continuar, causará uma reação
em cadeia que poderá destruir toda a realidade.
Desesperado, Barry se voltou para Jay.
- O que faremos?
- Só existe uma forma de parar essa singularidade - disse Jay - Nós
precisamos...
Antes que pudesse responder, Jay sentiu uma dor insuportável no peito.
Mal conseguindo ficar em pé, ele caiu nos braços de Barry, que, segurando
firme, levou o corpo levemente de Jay ao chão .
- Jay! Oque aconteceu? Jay - gritou Barry assustado.
Ao tocar na mão dele, Barry sentiu um frio, como se estivesse segurando
um cadaver. Ao olhar para mão de Jay, ele viu que ela estava pálida, Conforme
olhava para Jay, Barry se espantou ao ver que a pele dele e roupas todas
estavam perdendo suas cores, ficando pálidas, como se a vida dele estivesse
sendo sugada. As coisas ficaram ainda mais estranhas quando Barry começou a
sentir a mão de Jay desaparecer, vendo que ela estava realmente sumindo.
- Aguente firme! Aguenta! - gritou Barry para seu ídolo, cujas pernas
também estavam desaparecendo.
- Não posso... é tarde - disse Jay, sentido-se cada vez mais fraco.
- Eu posso ajudar. Me diz o que fazer. Apenas me diga.
- Você... precisa... voltar ....
Após essas ultimas palavras, Jay desaparece, com ultimo vestígio dele,
seu elmo prateado caindo no chão e se transformando em poeira que é sugada pelo
vendaval da singularidade. Barry cai de joelhos no chão, curvando sua cabeça
com tristeza e desespero. Suas lágrimas caem de rosto no chão onde seu ídolo
desapareceu. Após tudo que ele passou para encontrar Jay e resgata-lo, ele
apenas o perdeu novamente, talvez para sempre.
Quando olha para suas mãos, Barry percebe que elas também estão ficando
pálidas. Ele também está preste a ser apagado. Se recusando a sofrer o mesmo
destino de Jay, ele correr para longe do buraco negro. Mas para onde ele
poderia correr? Barry se perguntaria, sabendo que não há lugar nenhum onde
possa se proteger. Toda realidade que ele conhece está condenada.
Conforme ele corre pela cidade, cujos prédios também vão desaparecendo,
Barry se pergunta se esse será seu fim, como um perdedor sozinho, sem seu herói
para ajuda-lo, sendo apagado junto com sua cidade e todo o universo.
- NÃO - diria Barry, se recusando a desistir. Se tem algo que seus anos
lendo hqs o ensinaram foi a nunca desistir e que até mesmo nas horas mais
sombrias existe esperança. Ele só precisa encontra-la. Refletindo sobre oque
Jay falou "você precisa voltar", Barry pensaria sobre oque Jay estava
falando. Não lugar nenhum para que ele possa voltar. Não tem para onde ele
possa ir.
Nesse momento, Barry tem uma grande realização : Jay não se referia a um
lugar, mas um tempo. Ele estava dizendo para o Barry voltar no tempo. Mas como
Jay nunca o ensinou tanto sobre viajar no tempo, Barry não tinha ideia de como
fazer isso, mesmo com seu conhecimento científico. Notando que seus corpo está
desaparecendo aos poucos, Barry tenta ignorar as circunstâncias que se encontra
e continua correndo, saindo de Central City. Ele fecha seus olhos e tenta se
lembrar do ele aprendeu desde que virou o Flash. Ele pensa na noite do seu
acidente, na energia que sentiu... A força da Aceleração... a força que flui
por seu corpo... que lhe permite quebra dobrar leis da física com super
velocidade.
Quando os sons dos relâmpagos começam a sumir, Barry sente como se
estivesse correndo sobre nada. Não havia chão ou atrito onde ele estava passando.
Ao abrir seus olhos, ele não via mais sua cidade, nem mesmo uma paisagem sequer
conhecida. Tudo a sua volta eram incontáveis raios de luz, de inúmeras cores
diferentes. Ele acessou a Força da
Aceleração.
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