The Old Guard (ou a mulher durona de Greg Rucka bomba na Netflix) - Review


Tinha planos de escrever outro artigo da série dos vilões para o blog, dessa vez tendo foco Arlequina e Hera Venenosa, mas eis que resolvi assistir ao novo filme da Netflix, The Old Guard, e, ao descobrir que era baseado em uma HQ de Greg Rucka, optei por escrever uma resenha a respeito. O artigo sobre Arlequina e Hera Venenosa fica para o próximo post, então.
O enredo do filme é a respeito de uma equipe de soldados imortais liderada por Andy, ou Andrômaca, a Cita (a mulher do Heitor), interpretada por Charlize Theron, que está no modo durona piloto automático, exatamente como nos papeis da Furiosa em Mad Max: Estrada da Fúria, Atômica, Velozes e Furiosos e até mesmo Hancock. Claro que, na minha opinião, ela pode atuar no piloto automático o quanto quiser, pois é uma mulher de beleza deslumbrante. Desde Advogado do Diabo que ela é minha musa.
Os outros membros da equipe são Booker, vivido por Matthias Schoenaerts, Joe (Marwan Kenzari) e Nicky (Luca Marinelli). Como é uma série da “Lacraflix”, e Greg Rucka mesmo é um cara “progressista”, digamos assim, Joe e Nicky são um casal gay, só não fica claro quem é o ativo e quem é o passivo, mas esse é o tipo de coisa que não tem muita relevância para a história. A equipe de Andy realiza missões, e, ao que parece, é por razões altruístas, apesar de nem eles entenderem muito bem o porquê. Em uma missão no Marrocos, eles são enganados e expostos pelo personagem de Chiwetel Ejiofor (o Barão Mordo em Doutor Estranho), um ex-agente da CIA que quer vender o segredo da imortalidade dos membros da equipe para uma empresa farmacêutica inescrupulosa.  Porém, nesse meio tempo, uma nova imortal, interpretada por Kiki Layne, surge, e Andy deve decidir de vai atrás do traidor ou tenta recrutar a “caloura”.




Basicamente, o filme é uma espécie de Highlander com gênero de espionagem e guerra tática. O próprio Greg Rucka é responsável pelo roteiro, o que é uma vantagem, pois a trama é realmente bem escrita. Há ainda dois imortais surpresa na história, mas não vale a pena eu mencionar porque não quero soltar spoilers. É um dos poucos filmes recentes que consegue mesclar ação e drama de uma forma até convincente, mas, no meu entender, ficou faltando algum elemento para dar liga, mas nada que prejudique o resultado final. Ah, e tem cena com gancho para a sequência. A Netflix quer criar uma nova franquia.




No entanto, tenho de fazer uma observação. A personagem de Charlize Theron, Andy, é mais uma das mulheres duronas e emancipadas escritas por Greg Rucka, pois ele é um dos maiores “feministos” do meio dos quadrinhos. Ele é tão feministo que censurou a capa da Mulher-Maravilha desenhada por Frank Cho, dizendo que sexualizava demais a personagem.



A despeito disso, não posso negar que Rucka realmente sabe como desenvolver personagens mulheres. E mais: muitas dessas personagens entram nessa definição de mulheres duronas, macho, do grelo duro, como diria o ex-“presidento” Lula. Não que você vá encontrar uma mulher da beleza de Charlize na convenção do PT, muito pelo contrário.




Dá para fazer um paralelo da Andy com outras mulheres greludas escritas por Rucka, como a protagonista de Jogos de Poder, Tara Chace, Renee Montoya, em Gotham City contra o Crime, Sasha Bordeaux, nas histórias de Batman e Xeque-Mate, e, em certa medida, a própria Mulher-Maravilha, que tem uma fase muito boa nas mãos do autor. Vale citar Carrie Stetko, protagonista de Whiteout, que é a melhor e mais humana personagem feminina criada por Rucka.






Enfim, se vocês se interessarem em assistir a The Old Guard, não deixa de ser uma boa pedida, desconsiderando-se toda a lacração. Charlize Theron realmente carrega o filme nas costas e encarna bem uma das mulheres greludas de Rucka, além de também referenciar seus próprios papeis anteriores de duronas, algo que sem dúvida ela parece bem à vontade para fazer. Dou uma nota 7 de 10 para o filme, no fim das contas.




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