Thomas Hobbes foi um dos maiores expoentes filósofos
da historia, um dos primeiros contratualistas,
escreveu o livro “O Leviatã”. Hobbes acreditava que o ser humano era mal e egoísta
por natureza, e que sempre estaria em busca do próprio interesse e isto foi o ponto
determinante para a criação de um “contrato social”, onde todos consentiam em
ceder suas liberdades para conviverem em um estado de relativa paz e segurança.
A partir disto a
população de dada comunidade escolheria seus líderes, fossem eles reis,
presidentes ou um parlamento. O objetivo final é o mesmo: evitar que todos nos
matemos por causa de nossas liberdades totais somadas a natureza egoísta que
para Hobbes é inerente ao ser humano. E o que seria o “Leviatã”? Mais do que a representação
do Estado, o Leviatã é a representação de cada individuo, como se fosse um
espelho refletindo diretamente em cada um de nós todos os dias.
No filme Robocop
(1987), podemos com clareza observar o estado de natureza hobbessiano em
diversos personagens, principalmente nos vilões (os corporativistas da OCD), que
de maneira notavel defendem seus interesses a todo custo. E trazendo para uma questão
mais politica temos o contexto da privatização da policia pela Empresa OCD. Sim,
algo que para nossa realidade parece absurdo, privatizar a polícia? Que bem haveria
nisso? Podemos nos perguntar e com razão, mas no contexto do filme e no
paralelo com Hobbes, a privatização da policia só se deu por um Motivo: o
grande Leviatã estava doente.
A falta de força e fé
em governantes guiados por princípios e ideais fortes, deixou Leviatã, que é o
todo cotidiano, adoentado. Abrindo espaço desta forma para os Oportunistas da
OCD, seja na ficção ou na realidade, oportunistas só querem um chance de agir e
cabe aqui citar o que Hobbes escreveu (se tornando a frase mais famosa do
livro): “O homem
é o lobo do homem.”
O Leviatã doente
prejudica a quem?
Obviamente que ao povo no geral, como foi no caso do policial Murphy, que foi morto de forma
brutal, porém honrosa, e acabou se tornando -sem seu consentimento- uma maquina à serviço de
interesses que não eram os seus próprios e muitos consideram isto altamente
normal no decorrer da trama do filme.
Isto é resultado da banalização
das atrocidades causadas pela ciência, causadas pelo fato de que mesmo que
aquele homem tivesse suas memórias e ações controlados por outros e daí? “Pelo
menos ele estava vivo graças ao avanço da ciência”.
Em Abril desse ano,
vi em jornais a possibilidade próxima do governo poder rastrear seu celular para saber
se você está respeitando a quarentena ou não, sem seu consentimento prévio, e vi
pessoas comemorando dizendo “está certo, é o avanço tecnológico melhorando a
vida e a saúde”.
Murphy havia se
tornado o Robocop, “ crianças
viram de perto coisas que seus pais liam nos quadrinhos”, e no filme você
acompanha a história de um homem que ganhou as capas dos jornais, mas perdia sua alma...
No fim, o principio
De Hobbes se prova real, a liberdade é algo inerente ao ser humano tanto quanto
a “natureza egoísta”, Murphy reluta contra suas programações impostas pela OCD
e começa a se libertar e chega ao ponto de descobrir sobre o caso de sua morte,
pois não há nada melhor neste mundo do que estar livre. Pode-se afirmar que um
dos pontos fortes para que Murphy lute contra a programação da OCD reside em seus
princípios, nossos princípios podem nos fazer únicos, cada principio que você
possa nutrir dentro se si pode te diferenciar do resto do mundo, como uma
digital diferencia cada ser humano, valores
sempre vão superar tecnologias e avanço nem sempre é progresso.
Se posso pesar algum
ponto, é que o grande Leviatã já está doente há muito tempo, seu vírus se chama:
pós-modernidade. Robocop nos mostra
que liberdade é o suprassumo e que todo individuo é um poder em si só.
Mais textos dele podem ser lidos em seu Instagram: https://www.instagram.com/maskaracientistapolitico/
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