<Texto da Tag “Escritor Convidado”, escrito por:
Xandão De Oliveira Frauches>
Prólogo
Estaria
um dia de tarde quente na estrada que leva a Central City. Passando pela rua,
estaria o carro da família Allen, voltando de sua viagem de férias. Enquanto
Henry Allen dirige o carro, com sua atenção voltada para a estrada, sua esposa
Nora estaria respondendo umas mensagens no celular. No banco do carona estaria
o filho do casal, Barry, uma revista em quadrinhos do Flash. Só de ver a
primeira imagem fazia Barry sorrir de admiração. Ele era um grande fã do Flash
e do que ele representava como um herói. O garoto chegava até seguir o exemplo
do herói e tentava ajudar seus colegas que eram provocados por valentões na
escola. Embora ele acabasse apanhando pelos valentões, Barry sentia orgulho por
ter tentado ajudar, sabendo que seu herói também não desistiria de fazer a
coisa certa.
De
repente, a leitura de Barry é interrompida por um tremor no carro. Henry
percebe que algo deu errado no motor e para no meio da estrada para olhar.
Enquanto seus pais tentam arrumar o motor, Barry se sentiria incomodado por não
poder ajudar, não tendo conhecimento de motores e carros como seus pais.
Enquanto, olha para as nuvens, sem saber o que fazer, Barry escuta um som que
aos poucos vai aumentando. Ao olhar para trás, ele vê um carro passando pela
estrada. Sua mãe tenta chamar a atenção, porém não tem sucesso. Essa é a
oportunidade que Barry esperava, ele levanta a mão e acena para o carro,
gritando :
-
Pare, por favor!
O
carro passa por ele, como se Barry não existisse, fazendo o garoto correr atrás
do carro, gritando mais alto, tentando fazer o carro parar :
-
PARE AÍ! VOCÊ TEM QUE PARAR PRA AJUDAR PESSOAS! PARE A...
Barry
sente algo agarrando a gola de sua camisa. Ele olha para trás e vê sua mãe, que
teria o alcançado antes que ele se afasta-se demais.
-
Não tão rápido Barry!
-
Mas mãe, eu tava tentando ajudar! O cara tinha que ter parado! Eu só tava...
- Tá
tudo bem, filho! Foi erro dele! Não pode mudar a opinião de outras pessoas. É
perda de tempo.
-
Mas...
Antes
que Barry complete a frase, sua mãe segura em suas mãos, com um sorriso
simpático no rosto confortando o filho
-
Escute Barry... quando eu era pequena, minha mãe, sua vó, me ensinou uma oração
: "Que eu aceite as coisas que não posso mudar, que eu tenha coragem de
mudar o que posso e que eu tenha sabedoria para saber a diferença".
Barry
pausaria por um momento, com as palavras de sua mãe entrando em sua mente. O
garoto tentaria racionar o que ela tinha falado, encontrando certas dúvidas, se
perguntando quais mudanças sua mãe se refere. O que ele pode mudar e o que não
pode? E como ele poderá saber a diferença entre essas coisas? Isso deixaria o
garoto confuso.
- Eu
não entendi.
Sua
mãe sorri e dá um beijo em sua testa.
-
Não se preocupara. Entenderá com o tempo. Agora o importante é a gente
telefonar para uma oficina.
-
Por que ligar para uma oficina quando se tem uma a alguns metros de distância?
A
voz suave que interrompeu os dois viria de Henry, chamando a atenção de sua
esposa e filho e apontando em direção a uma oficina perto deles. A família
levaria o carro até lá e, após algumas horas, o veiculo seria consertado e a
família voltaria para estrada até chegarem em casa.
Meses
vão passando até chegar numa segunda feira, que seria dia claro de outono.
Barry Allen acordaria cedo, tomaria seu café da manhã, iria para a escola. No
recreio, ele dedicaria seu tempo para montar um projeto pessoal, um cartão de
aniversário para sua mãe, dando seu melhor para que ele fique bem feito
visualmente. No fim da aula, Barry sai da escola, correndo para casa, ansioso
para mostrar sua surpresa para sua mãe. Ao contorna a esquina, Barry para e seu
sorriso se desfaz ao ver carros de policia parados em frente a sua casa.
Preocupado, Barry se aproxima para ver o que está acontecendo.
Ao
tentar passar pela multidão, Barry começa a escutar uma voz familiar. Ao tentar
enxerga o que estaria acontecendo através das pessoas, Barry vê um homem sendo
levado pela policia. Embora sua vista esteja bloqueada pelas pessoas em sua
frente, Barry reconhece o prisioneiro:
-
Pai?
Barry
tenta passar pela população em seu caminho, mas quando cruza a linha amarela é
segurado por policiais, que o impedem de chegar ao Sr Allen.
-
PAI!
Sr
Allen ouve o grito de seu filho e se vira para ele, com uma expressão de medo e
desespero em seu rosto, sendo segurado pelos guardas:
-
Barry! Eu não fiz isso! Acredite em mim! Por favor! Acredite em mim!
Os
guardas arrastam Henry para o carro de policia, tirando ele do local. Barry
tenta alcançar o carro, gritando por seu pai, mas é bloqueado por um policial:
-
Pai! Pai! PAI!
-
Seu pai não pode estar com você no momento garoto! Por favor tente se acal...
O
confuso Barry se vira para o guarda:
-
QUERO SABER ONDE ESTÃO LEVANDO MEU PAI!
-
Por favor se ...
- O
QUE ACONTECEU AQUI? POR QUE PRENDERAM ELE! MEU PAI NÃO FEZ NADA DE ERRADO...
ELE...
O
policial coloca as mãos no ombro de Barry, tentando acalmar o garoto. Sua
expressão demonstra uma certa seriedade, porém uma preocupação com o que ele
teria a dizer ao garoto.
-
Escute, seu pai não pode ajudá-lo no momento. Por favor, apenas venha comigo e
eu posso ver o que posso fazer por você e seu pai. Eu prometo que tudo ficará
bem.
Barry
tenta segurar as emoções que passam estaria sentindo, porém, um pensamento vem
a cabeça
- E
a minha mãe? O que aconteceu com ela?
O
policial olha chocado, e tenta explicar a situação para Barry, demonstrando
hesitação nas palavras, como se quisesse evitar de dizer algo importante pro
garoto:
Confuso
e impaciente, Barry escapa dos braços do guarda e corre para a entrada de sua
casa. Ao passar pela porta, Barry entra chamando por sua mãe, mas para no meio
do caminho. Ele mal se mexe, com seu rosto expressando uma sensação de surpreso
e tristeza, com seus olhos mal piscando encarando o corpo de Nora, caído no
chão, todo ensangüentado e cheio de marcas de facadas e seus olhos abertos, não
expressando sinal de vida.
Barry
mal consegue acreditar no que vê. Seu corpo treme, sua cabeça balança e o
garoto solta um grito de desespero, sendo segurado pelo guarda.
-
Não olhe!
Barry
cessar seu grito e começa a chorar, com o policial ainda o segurando.
- Eu
lamento por sua mãe! Muito mesmo!
Barry
olha para o policial, com lágrimas em seus olhos, e o policial coloca sua mão
sobre o ombro do garoto
-
Vem comigo!
Barry
acompanha o policial, olhando para trás, vendo sua mãe uma ultima vez antes dos
policiais cobrirem o corpo dela, removendo o cadáver do local. Ao voltar sua
atenção para o policial, Barry entra no carro, sem saber o que aconteceu e o
que acontecerá com pai, mal sabendo que essa tragédia iria marcar um novo rumo
em sua vida.
Continua...
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