Última leitura. E continuam as aventuras de Kenshiro, o herdeiro do estilo Hokuto Shinken, na terra devastada. Dando sequência ao volume anterior, Ken invade a prisão-fortaleza de Cassandra, atrás de seu irmão adotivo Toki, que seria o Jesus Cristo desse mundo de Hokuto. Logo, Kenshiro deve enfrentar o carcereiro do lugar, o tal do malvadão Uighur, que não dá nem para o cheiro e é logo despachado para a cova. Interessante é a mistura de gêneros no mangá, desde a óbvia influência de filmes pós-apocalípticos tipo Mad Max, passando por filmes de kung fu e westerns, mas esse arco de Cassandra parece ter saído de um livro de Robert E. Howard. O vilão Uighur não ficaria estranho em uma história de Conan.
Mas o que já era
bizarro, fica ainda mais quando aparecem os guardas pessoais do tal tirano
Ken-Oh, que se assemelham a uns indianos parrudos e gordos. De Conan, o enredo
passa a filme de Bollywood. É por isso que realmente não dá para levar Hokuto
no Ken a sério. Para impedir que os guardas de Ken-Oh alcancem Toki, os dois
porteiros da prisão de Cassandra se sacrificam, o que enfurece Kenshiro, que
liquida os guardas sem dó.
Enfim, Ken reencontra
seu irmão Toki, mas não há muito tempo para comemorações. Ken revela que sabe a
verdadeira identidade de Ken-Oh; ele se trata nada mais nada menos de seu outro
irmão, Raoh. Ao contrário de Toki, que quer dar uma de Jesus Cristo, Raoh quer
ser o conquistador do mundo pós-apocalíptico.
Abrem-se mais flashbacks, que revelam Raoh como um
homem obstinado em ser o governante do mundo, decapitando um tigre em um teste
de passagem para ser herdeiro do estilo Hokuto. Não só isso, Raoh também era
apaixonado por Yuria, a mulher de Ken. Parece que, na terra natal deles, Yuria
era a única mulher. Por isso, todo mundo queria comê-la.
Ken, Rei e Mamiya vão
ao encalço de Raoh, e são avisados por Bat, o sidekick de Kenshiro, de que as
tropas de vilão invadiram o povoado e levaram todo mundo, inclusive Lin, a
outra sidekick de Kenshiro, e Airi, a irmã de Rei. Quem chega primeiro às
tropas de Raoh é Rei, que liquida todos com seu estilo Nanto Suicho Ken. Rei
fica muito feliz por ter encontrado Lin e Airi vivas e mata o resto dos
soldados.
Quando enfim enfrenta
Raoh, Rei apanha igual a uma vadia criada. Então, é a hora de Kenshiro lutar
contra seu irmão. O bom dessa edição é que vemos Kenshiro realmente tendo trabalho
para lutar com alguém. Até então, ele liquidava todos os inimigos na maior tranquilidade. Raoh é excessivamente forte, e Ken não consegue nem
derrotar o vilão, nem tirá-lo de cavalo Rei Negro, que é imenso, aliás.
No geral, Hokuto no Ken
é um mangá divertido e uma das obras indicadas para quem gosta desse gênero. O
enredo de Buronson flui bem, apesar de parecer novela mexicana, com diálogos
inspirados. E não faltam pieguismo e cafonice. A arte de Tetsuo Hara, a
despeito de estar um tanto datada, é excelente, muito detalhista e com
conhecimento anatômico, principalmente ao mostrar os bandidos que Kenshiro mata
explodindo de dentro para fora. E o personagem na capa não aparece neste
volume. Vai debutar mais adiante no mangá. Nota 8 de 10.
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