Última leitura.
Esta edição de Heavy Metal não tem relação com a Heavy Metal franco-belga; é a
britânica, da editora 2000 AD, que publica as histórias de Juiz Dredd. No caso,
esta é uma edição “noir”, em preto e branco, com a volta do mix, com vários personagens e histórias
temáticas.
Vamos à primeira,
que apresenta o personagem Harry Absalon. Na verdade, Absalon é um detetive de
um departamento que investiga o submundo da magia em Londres. O personagem é
praticamente uma versão envelhecida de John Constantine, mas que conta com o
apoio de uma equipe para ajudá-lo. A história é construída pelo ponto de vista
da oficial Jemma Hopkins, que é a caloura da equipe e praticamente representa o
leitor que está conhecendo as histórias de Absalon. Na primeira missão com o
detetive, ela tem de perseguir um demônio degenerado de sangue azul. E Absalon
tem contas a ajustas com esses demônios. História bem bacana que lembra as da
Vertigo. Roteiro de Gordon Rennie e arte de Tiernen Trevallion.
A segunda
história é uma curta de Sláine, provavelmente o segundo personagem dos
quadrinhos britânicos mais famoso, só perdendo para o Juiz Dredd. No enredo,
Sláine deve livrar o rabo de Ukko, seu anão de estimação, quando um estrangeiro
chega na cidade atrás dele. Roteiro de Pat Mills e arte de Chris Weston.
A terceira
história é Passado imperfeito: altermundo,
na qual dois alquimistas picaretas, Edward Kelly e John Dee, são presos e
chantageados pela Coroa britânica para que criem ouro, pois os nobres pensam que
a dupla tem a pedra filosofal. Ledo engano. No entanto, os alquimistas conseguem abrir
um portal para um mundo sci-fi, e os
tolos nobres tentam fazer uma excursão por lá. História também bem bacana, que
lembra as antigas escritas pelo Alan Mooe. Roteiro de Steve Moore e arte de Cam
Smith.
A quarta
história é um dos Contos de Terror de Tharg, sobre dois irmãos que têm uma mãe
moribunda. Entretanto, o mais novo e problemático deles tem um plano para
salvar a vida da mãe. Também lembra as antigas escritas por Alan Moore. Roteiro
de Alec Warley e arte de Tom Foster.
A última e
quinta história é de Necrophim. Os personagens são os anjos caídos de Lúcifer,
cujo principal é Uriel, que possui uma lealdade canina ao Estrela da Manhã. No
entanto, Lúcifer cada vez se torna mais degenerado, e o Apocalipse bíblico pode
nunca acontecer, a não ser que Uriel usurpe o poder. Óbvio que o que não falta
no Inferno são intrigas e traições. Quando Uriel é enviado para uma missão
suicida para enfrentar Jotunhein, o regente de Ragnarok, o anjo caído começa a
perceber que está seguindo o mestre errado. Roteiro de Tony Lee e arte de Lee
Carter.
No geral, essa
foi uma boa edição. As histórias em quadrinhos britânicas em geral são mais bem
escritas e mais regulares que os quadrinhos americanos. Não é à toa que muitos
escritores de quadrinhos britânicos revolucionaram os comics americanos, como é o caso de Alan Moore, Neil Gaiman e Grant
Morrison, só para ficar nos três mais famosos. Sem duvida, vale a aquisição e a
leitura, apesar do preço salgado da Mythos, de 24,90. No entanto, o acabamento
e a qualidade gráfica da revista devem ser citados, é verdade. Nota 8 de 10.
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