Hokuto no Ken volume 4 - Review



Escrito por: Olavo Carvalho




Última leitura. E continuam as aventuras de Kenshiro, o herói porradeiro, na terra desolada à la Mad Max. O protagonista está no encalço de Jagi, seu irmão adotivo e um dos quatro herdeiros do estilo Hokuto Shinken. Jagi é tão malvadão que até amarra uma criancinha em uma pedra com o dobro de seu tamanho. Para variar, ver criancinhas mortas é algo que deixa Kenshiro injuriado, e ele faz uma promessa ao irmão do moleque que irá matar Jagi.
Esse volume também foi o volume dos flashbacks. Mostra o duelo de Kenshiro e Jagi, e o mestre do estilo Hokuto escolhe Kenshiro como herdeiro do estilo. Jagi fica indignado e resolve pedir satisfações a Kenshiro. O protagonista então enche a cara de Jagi de porrada, e a cabeça dele dilata por causa dos golpes. Desfigurado, ele jura vingança contra Kenshiro.
Como se não fosse pouco flashback, ainda há o de Jagi se gabando de que manipulou Shin para dar um cacete em Kenshiro e sequestrar sua noiva Yuria. Em vista disso, óbvio que ele fica mais puto ainda e parte para cima de seu “irmão”. O problema de Jagi é que ele é outro vilão que morreu na praia. Um dos problemas do protagonista é que ele é forte demais e liquida seus inimigos sem muito esforço. É uma mistura de Batman e Wolverine no quesito de “ser foda”, apesar do visual do Stallone, outro fodão dos anos 80.
Sinceramente, Kenshiro é um protagonista que não tem grandes desafios; o único vilão que deu um pouco mais de trabalho para ele ate agora foi Shin, e só no flashback do primeiro volume. Depois, ele apanha que nem uma vadia criada. Jagi é a mesma coisa; parece um vilão foda, mas passa vergonha. A luta entre ele e Kenshiro é boa, mas dá para ver que Kenshiro é bem superior. Jagi até emprega o estilo Nanto Shinken, mas nem isso equilibra a luta. Antes de morrer despedaçado, ele diz para Kenshiro que seus outros dois “irmãos” estão vivos.
O segundo arco desse volume começa com Kenshiro indo atrás de seu irmão Toki. Esse Toki é tipo o Jesus Cristo do mangá, que prefere usar o estilo Hokuto para curar as pessoas. Kenshiro escuta de um valentão que Toki se tornou mal e agora usa as pessoas como experiência para testar os pontos de pressão. E de fato esse Toki de agora é o maior filho do puta sádico. Kenshiro desafia o capanga bucha de seu “irmão” em uma queda de braço sobre uma serra e aparece lá para tirar satisfação. Vendo que Toki enganou os pais de um menino doente e o matou (outra criancinha morta! Esse mangá é de infanticídio), Kenshiro fica indignado e parte para cima do vilão. Mas ele ainda não consegue usar o Hokuto, pois tem sentimentos por seu irmão.
Para variar, ainda acontece outro flashback, de Toki voltando para a comunidade que construiu e encontrando seu povo massacrado por uma gangue de bárbaros. Enfurecido, ele liquida todos. Mas entra em desespero e fica malvadão. Fim do flashback.
Para dar mais raiva de Toki, o pai do moleque que ele matou fica injuriado e parte para cima do vilão, apenas para ter uma morte horrível. Kenshiro se enfurece de vez, aparentemente ele vira a jogo e começa a vencer Toki, mas o vilão usa o corpo da mãe do moleque como escudo, e a luta mais uma vez pende para ele.
Então, Rei, o good fellow de Kenshiro aparece, e acontece a resolução ex machina da história. Rei diz que na realidade Toki não é Toki; é um falso Toki. Na verdade, é um tal de Amiba, que substituiu Toki. Esse é o efeito placebo que Kenshiro precisava para liquidar Amiba, aka Toki, que perde a luta vergonhosamente e é despedaçado.
Começa então o último arco desse volume que é Kenshiro e Rei indo atrás do verdadeiro Toki, que está preso na cidade-prisão de Cassandra, sob o julgo de um governador sádico. Desse ponto em diante, parece que o mangá sai da estética Mad Max e entra na estética Conan, pois os vilões parecem todos bárbaros de capacete de chifre. Se Kenshiro conseguirá liberar Toki, isso ficará para o próximo volume.
Enfim, o roteiro de Buronson é divertido e seus personagens são carismáticos. O enredo ainda é simples, mas está ficando um pouco mais complexo. O desenho de Tetsuo Hara é excelente, bem detalhista e expressivo, mas meio datado para o leitor moderno de mangás. E continua uma grande mistura de gêneros, desde mundo pós-apocalíptico tipo Mad Max até westerns e também épico de histórias de bárbaros. Vamos esperar que nos próximos volumes Kenshiro enfrente inimigos mais fortes, porque os que vêm aparecendo até agora não têm dado nem para o cheiro. Nota 8 de 10.


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