Última leitura. E
continuam as aventuras de Kenshiro, o porrador, nas terras devastadas do
pós-Apocalipse. Dessa vez, li logo os volumes 2 e 3 desse mangá maravilhoso.
Uma pérola da cafonice, com diálogos canastrões fantásticos e lutas
eletrizantes, com muitos malvadões sendo explodidos e despedaçados com golpes
devastadores. Prosseguindo com a trama do primeiro volume, Kenshiro chega até a
tal Godland, que era a cidade dos milicos que sequestravam mulheres, com o
objetivo de matar todo mundo. Ele já chega dando um cacete nos cadetes e
matando o sargentão instrutor, fazendo seu estômago explodir para fora. Depois,
nosso herói tem de enfrentar o Coronel, que é o “boss” do lugar. A luta tem a
intervenção da sidekick de Kenshiro, Lin.
Após derrotar o bando
de Godland, Kenshiro retorna para a cidade e salva a vida de um moleque. No
bar, ele entra em contato com o vilão do próximo arco, Jakal, que parece ter
saído de um filme do Sergio Leone. O moleque cuja vida foi salva por Kenshiro é
do mesmo povoado que o outro sidekick de nosso protagonista, Bat. Como Kenshiro
tem fraco por crianças, ele concorda em ajudar a achar água lá no povoado.
Chegando lá, Kenshiro
encontra uma velhinha que cuida das crianças, que é a cara da tia May. Depois
que o moleque que Kenshiro tinha salvado a vida é morto por um punk à la Mad Max, o protagonista, além de rachar o coco do punk, usa o poder do punho Hokuto para
fazer a fonte de água eruptir (sim, existe o verbo de erupção, que é eruptir).
Claro que Jakal e os
outros malvadões já estavam de olho na fonte de água do povoado das crianças;
apesar de intervenção de Kenshiro, o vilão acaba matando a “tia May”, o que o deixa puto da vida, fazendo seu voto de vingança de perseguir e matar
todos os filhos da puta do bando do Jakal. Eu sei que esse negócio de matar
velhas e crianças é um recurso barato para a gente sentir raiva dos vilões, mas
funciona que é uma beleza.
Kenshiro vai atrás de
cada membro do bando e os mata com golpes de kung fu tirados do cu. Não duvido
que ele invente os nomes dos golpes na hora, enquanto despacha os malvadões.
Kenshiro enfrenta o braço direito de Jakal, Fox, o próprio Jakal, além de um
gigante que é solto de uma cela de uma antiga penitenciária. Na boa, é preciso
muita suspensão de descrença. Não vou dizer mais nada. Peguem seu suado
dinheiro e comprem esse mangá. Só lendo para vivenciar esse absurdo.
No próximo arco,
Kenshiro encontra de novo seus sidekicks, Bat e Lin, depois de acabar com a raça
de Jakal e cia., e vai parar em um povoado que tem um velhinho com a mesma aparência
do Obi-Wan Kenobi. Então, o Obi-Wan apresenta a líder do povoado Mamiya
(poderia ser Maminha), que é uma sósia de Yuria, a amada de Kenshiro, morta lá
no volume 1 (em flashback...). Aparece então Rei, que é o sucessor do Nanto
Sei-Ken, e que a princípio parece mal-intencionado, mas é também aquele velho
personagem clichê que parece mau, mas na verdade é bom. Rei quer se vingar de
um homem com sete cicatrizes no peito que assassinou seus pais e sequestrou sua
irmã, mas obviamente esse homem não é Kenshiro.
Os malvadões desse
arco são o Clã das Garras, cujo “boss” é o Patriarca. Rei acaba traindo a
gangue, pois simpatiza com Mamiya. Em razão disso, o Patriarca encontra a irmã
de Rei e a sequestra. Kenshiro, Rei e Mamiya vão ao encontro do vilão, e lá
está a irmã de Rei, que se cegou depois de se tornar escrava sexual e não ser
mais virgem nem das orelhas. O Patriarca então põe Kenshiro e Rei para se
enfrentarem; são os dois estilos se enfrentando, o Hokuto e o Nanto, o punho do
Norte contra o do Sul. Não vou falar o que acontece a seguir. Comprem o mangá
e deem dinheiro para a JBC, ou então vão atrás dos scans mesmo. Ou então do
anime, quem tem preguiça de ler, apesar de que, se alguém acompanhou essa
resenha até aqui, provavelmente não é um leitor preguiçoso.
E, finalmente, depois
de vários arcos em que Kenshiro derrota seus inimigos com muita facilidade, só
fazendo cara de cu, temos um vilão um pouco mais forte, que é Jagi, o “irmão”
de Kenshiro que também tem sete cicatrizes no peito e é mestre do Hokuto. Esse
Jagi é bem malvado mesmo, até amarra criança em bloco de concreto. Valha-me, Deus. Realmente, fiquei instigado para ler o próximo volume.
O roteiro desse
mangá, escrito por Buronson, é ok, mas ele tem o mérito de recortar vários
clichês piegas e fazê-los funcionar maravilhosamente. Hokuto no Ken tem a óbvia
influência de Mad Max e dos filmes de kung fu, mas igualmente é inegável a
influência dos westerns. Mas é tudo bem preto no branco. Kenshiro, apesar de
ter esse jeito de não se importar com nada, é bom e defende os mais fracos. Os
vilões são maus porque são maus e pronto. A arte de Tetsuo Hara é “old school”
dos mangás, mas é excelente, bem detalhista. Nem parecem os desenhos de um
mangá semanal. Pior que esse mangá é shonen, para moleque, mas é violento para
cacete, mostrando gente sendo despedaçada a torto e a direito. Tem mais jeito
de seinen do que shonen, mas tem uma estrutura de roteiro mais simples, que
lembra shonen mesmo. Leitura divertidíssima. Nota 8 de 10.
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