Conan, o Bárbaro no 1 - Review


Última leitura. Enfim, o bom bárbaro a casa torna. Conan voltou a ser da Marvel. Na verdade, é e não é. O personagem criado por Robert E. Howard pertence à Conan Properties, que é a empresa que tem os direitos de toda a obra de Howard. No entanto, como Conan foi publicado pela Marvel por quase trinta anos, a identificação do personagem com a editora é imediata, fazendo com que ele praticamente faça parte do DNA da Casa das Ideias. E a Marvel fez o que quis com o Conan, tanto nos velhos tempos como hoje em dia, como é o caso da aberração do quadrinho Vingadores Selvagens, mas isso é assunto para outro post.
Devo dizer que apreciava bastante as histórias do Conan da Dark Horse, pois a editora revitalizou o bárbaro mais amado do mundo, depois de ser abandonado pela Marvel. Inclusive, com uma carga de violência e erotismo que não exista tão explicitamente nos quadrinhos da Marvel, e olha que adoro as HQs antigas de Conan, escritas por Roy Thomas e desenhadas por John Buscema, Ernie Chan e outros.
E a revista inclusive abre com uma página dupla, mostrando vários momentos clássicos do Conan na Marvel, com o clássico texto das Crônicas Nemédias. E a Marvel segue sendo a Marvel; ou seja, segue fazendo suas safadezas. Tanto que consideraram a história de Conan escrita pelo Kurt Busiek, “Nascido no campo de batalha”, com a mãe de Conan o parindo no meio de uma batalha sangrenta, evento que não ocorreu nos quadrinhos da Marvel, que eu me lembre. Em suma, a editora aproveitou o que a Dark Horse fez de bom com o Conan e se apropriou da ideia.
E a história já começa em bom estilo, com Conan decapitando seus inimigos em uma arena em Zamora, a cidade dos ladrões, para o divertimento do povão. Isso é outra coisa que devo elogiar, apesar da fase lacradora, a Marvel não economizou na violência da história, e o cimério faz um banho de sangue com seus inimigos. Esse Conan é o velho bárbaro impiedoso que conhecemos, com seu senso de honra próprio e que não tem pena de quem cruza seu caminho, fazendo os cães provarem de seu aço.
Obviamente, a certa altura da história, tinha de aparecer uma femme fatale para tentar o cimério e seduzi-lo. E é exatamente isso o que acontece, mas quando nosso bárbaro insaciável vai levar a moça para a cama, ela se transforma em uma bruxa velha e o captura.  Óbvio que essa cena remete propositalmente à clássica cena do Conan de Arnold Schwarzenegger transando com a bruxa em Conan, o Bárbaro.
O cimério descobre que a velha é a tal da Feiticeira Rubra e que ela serve a um capiroto chamado Razazel, e ela quer o sangue do cimério para ressuscitar seu mestre. O bárbaro é o candidato ideal, pois seus níveis de macheza são incomensuráveis, e ele tem a tal “magia da morte”, pois já enganou a indesejada várias vezes.
Claro que Conan consegue se soltar e, após lutar com um exército de mortos vivos, ainda decapita a Feiticeira Rubra. Depois de botar fogo, nas catacumbas, o cimério escapa ileso e salva o dia.
Em seguida, a história dá um salto de muitos anos no futuro, já na Aquilônia do Rei Conan, com nosso bárbaro vencendo uma batalha sangrenta e encarniçada, com centenas de corpos por todos os lados. Mas Conan avista duas crianças gêmeas saqueando os cadáveres. Mas o que essas crianças têm a ver com a Feiticeira Rubra? É isso que ele descobrirá, e não será nada agradável.
Enfim, esse primeiro número de Conan, o Bárbaro é realmente um ótimo retorno do personagem à casa das ideias. Não dá para negar. Os roteiros são de Jason Aaron, que é um dos escritores estrelinhas da Marvel, responsável pela elogiada fase recente do Thor. Os desenhos ficam por conta de Mahmud Asrar, que é excelente, um artista de grande talento, deveras, cujo traço se adéqua muito bem ao universo do Cimério de Bronze.
Dessa forma, acredito que essa revista nova do Conan valha a pena a compra e a leitura, a despeito do preço extorsivo de 9,90. Mais uma das mensais de luxo da Panini. Apesar de que a periodicidade de Conan, o Bárbaro será bimestral. Bem-vindo de volta. Nota 8,5 de 10.

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