[Texto da tag “Escritor
Convidado*”, escrito por Jotabê, publicado originalmente em: https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2019/06/voce-sabe-o-que-e-aforismo.html]
Pouco mais de um mês depois da criação do Blogson,
publiquei o primeiro post ironizando o PT e a turma do Mensalão ("Você
sabe o que é hashtag?"). Depois disso, critiquei, ironizei, reclamei e
fiz piadas infames com e sobre o Lula e sua turma, o Temer e, agora, com o
Bolsonaro e sua tchurma. Ou seja, não idolatro ninguém nem nenhum
partido, mas sinto-me cada vez mais de centro-direita, moderadão (ou
"morno"). Por isso, repudio visões e atitudes extremadas, pouco me
importando se são de esquerda ou direita. Meu amigo virtual Marreta comentou
que eu seria um "anarquista". Talvez seja, mas não sentido histórico,
apenas para divertir-me e (tentar) divertir os 2,3 leitores deste blog
agonizante. E na época atual os personagens principais são pessoas com bastante
descontrole verbal (para dizer o mínimo), gente muito esquisita. Daí...
Segundo o dicionário Houaiss, aforismo pode ser definido assim:
“Máxima ou sentença que, em poucas palavras,
explicita regra ou princípio de alcance moral”.
Encontrei na internet este texto: “Os aforismos caracterizam-se, sobretudo, pela brevidade e
precisão. São concisos e taxativos, apresentam um discurso quase sempre doutrinador,
conciliando literatura e filosofia. Aproximam-se, conforme definição do
dicionário, dos provérbios populares, pois contêm máximas capazes de traduzir
amplos e complexos conceitos por meio de pequenas sentenças”.
Parece que na França do século XVIII era moda as
pessoas cultas se dedicarem à criação de aforismos, prova de brilho
intelectual, inteligência e de vivacidade de espírito, mas não consigo me
lembrar onde li sobre isso. Infelizmente, mesmo que ande com a cabeça na(s)
nuvem(ns), meu cérebro está cada vez mais distante de um computador, pois em
vez de bancos de memória, o que mais existe hoje são brancos
de memória (essa piadinha foi razoável). “Deve ser da idade”...
Eu gosto muito de (tentar)
construir essas frases e “textículos” só para colocá-los em destaque no Facebook (e depois exportá-los para o
Blogson). Claro está que não passo nem perto da elegância de exemplos como
estes:
“A vida é breve, a
velhice é longa” (desconhecido).
“A tradição é cultuada pelos que não sabem
renová-la”.
(Carlos
Drummond de Andrade)
Ultimamente, graças a nosso atual presidente e sua equipe, surgiu novo estilo de aforismo, que eu chamaria de “daforismo”.
Sem sacanagem, é tanta declaração desnecessária, tanta
bola fora, tanta pisada no tomate, tanto tiro no próprio pé (nada como
uma sucessão de clichês, não é mesmo?), que só podem ser classificadas
como daforismos as
frases e falas divulgadas por esse pessoal.
Exemplo de daforismo:
“O Estado é laico, mas eu sou cristão” (Jair Bolsonaro)
Que se pode dizer sobre isso? “Que ótimo! Então, vá à missa ou - culto - de sábado ou domingo, mas de segunda a sexta seja apenas presidente!”.
Este também é ótimo:
“Não está
na hora de o Supremo ter um ministro evangélico?” (Jair Bolsonaro).
A resposta mais correta seria “O que o cu tem a ver com as calças?”, mas
pode-se também dizer "Não precisa", pois basta ir a alguma igreja
evangélica (coisa que o “católico” Messias adora fazer), pois lá está "assim”
de ministros evangélicos.
Mais exemplos de daforismo:
Mais exemplos de daforismo:
"“Menino veste azul, menina veste rosa” (Damares Alves)
Mesmo não fazendo parte do atual governo, o
astrólogo Olavo de Carvalho exerce grande influência sobre alguns de seus
membros e parentes do presidente. Seria uma espécie de Rasputin verde-amarelo.
Por isso, o que diz merece algum destaque.
Como nessa vez:
Como nessa vez:
"
" (Olavo de
Carvalho)
(me esqueci de dizer que tudo o que o astrólogo diz é vazio, vulgar ou sem importância).
Em compensação, disse também:
"#&%#ди $%@воз@&$!!!" (Olavo de Carvalho)
Resumindo, ele só é bom em uma versão hardcore do daforismo - que eu chamaria de "desaforismo".
Resumindo, ele só é bom em uma versão hardcore do daforismo - que eu chamaria de "desaforismo".
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