[Texto da tag “Escritor
Convidado*”, escrito por Blogue do Neófito, publicado
originalmente em: httpshttps://bloguedoneofito.blogspot.com/2017/04/the-walking-dead-ate-agora-e-sua-licao.html]
Concluí hoje
a sétima temporada de The Walking Dead*. É uma série estendida mais
do que deveria. Poderiam ter enxugado o roteiro e concluído tudo isso ao menos
duas temporadas a menor. Agora é aguardar pela oitava e última parte dessa
criação dos quadrinhos levada à TV que nos deu uma grande lição: não importa de
que maneira haverá o colapso da civilização; após a hecatombe nuclear, natural,
biológica ou seja qual for, o inimigo será sempre o outro.
TWD não caminhou no lugar comum de que todos nascemos bons e a
sociedade nos corrompe. Somos contaminados com o pecado original; e apenas com
disciplina, vida em sociedade, ordenamento moral e seu controle natural - e,
claro, muita meditação e força de vontade - tentamos nos tornar melhor. Os
sobreviventes do apocalipse zumbi se virariam bem depois do choque
inicial. Os caminhantes são lentos e dá pra se manter seguro atrás de muros,
plantando, colhendo e criando alguns animais. Os problemas sempre foram os
vivos, desde a fuga da fazenda no início, passando pelo presídio atacado por um
ex detento e pelo Governador até chegar aos pequenos povoamentos constantemente
explorados e atacados por Negan.
Ler as HQs
de Robert Kirkman e a adaptação para a TV por Frank Darabont me
trazem à mente dois romances essenciais (ao menos para minha formação) sobre a
natureza humana originalmente cruel. O primeiro deles é O Senhor das
Moscas de William Golding, onde crianças deixadas à própria sorte
num ambiente inóspito se tornam selvagens em pouco tempo. O segundo é A
Dança da Morte de Stephen King. Aliás, vejo elementos em comum entre
este último livro e a adaptação de Darabont. Só lembrando que este cara adaptou
muitas obras de Stephen King para o cinema, incluindo Um Sonho de
Liberdade e À Espera de Um Milagre.
A sétima
temporada termina com o gancho para a grande batalha entre as tropas de Negan e
os demais sobreviventes e foi dedicada à memória de Bernie Wrightson,
cocriador do Monstro do Pântano. Precisei baixar, por conta, tanto
esta quanto a sexta, pois a Netflix estacionou bastante tempo na quinta, o que
é uma pena. Ainda acho difícil compreender porque, mesmo com tanta tecnologia à
nossa disposição para acessar conteúdo protegido por direitos autorais,
empresas de entretenimento mantém-se amarradas a contratos obsoletos para
disponibilizar seriados de maneira mais rápida na Netflix.
Enfim, é
isso. No aguardo da conclusão. Abraços errantes e até a próxima.
*Nota
do Ozy: Como sabemos (?), TWD
ainda teve uma sobrevida um pouco acima do que esperou Neófito, mas achei
relevante suas considerações sobre o universo de Kirkman.
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