10 HQs amadas que eu odeio

Eu estou quase de férias, então há a possibilidade de vir um post ou outro mais elaborado pela minha pessoa. Aqui segue uma lista de HQs que são cultuadas, mas mesmo assim minha impressão sobre elas varia entre desapontamento e ódio. Narrarei minha relação com elas em alguns detalhes pela lista. A ordem para as colocações foi pensada tentando fazer um equilíbrio entre o quanto a história é consagrada e o quanto eu não gostei. Let's go!

(Ouça Rammstein enquanto lê este post: https://open.spotify.com/album/1LoyJQVHPLHE3fCCS8Juek)

10-Crise de Identidade

Esta ficou em último justamente porque sei que há uma divisão fortíssima entre quem ama e quem odeia essa série, eu fico no segundo time. Pra mim é um exemplo de falta de criatividade. O que esse cara fez foi ser apelativo, usou todas as técnicas possíveis para fazer cenas que chocam e angustiam, sem pensar em nada que fosse inteligente ou divertido para entreter o leitor. A primeira referência disso que me vem na cabeça é o filme Batman V Superman, pra você já ter uma ideia. E pensar que é vendido em encadernados caros...

9-Coringa

Eu comprei esse na época que saiu. A capa asquerosa na propaganda dá a impressão que será um trabalho milenar em homenagem ao vilão, mas acaba sendo uma versão dele bem pessoal do autor. Isso seria ótimo, já que eu adoro o Azzarello, mas o que atrapalhou foi o desenvolvimento muito rápido, parece que a história termina antes do que deveria, acho que se tivesse ficado em fecundação mais um anos poderia ter saído uma coisa mais legal. Comprei na época que saiu e na mesma época vendi ;)

8-A Última Caçada de Kraven

Ouço falar dessa desde criança, mas só li quando adulto. Como explicar? Não tem muita explicação complicada não, eu simplesmente não curti. Eu não gosto do Ratus, um dos principais personagens da história, eu vejo aquele bicho me dá vontade de encher ele de bica no chão. O Kraven comendo um monte de aranha viva logo no início é um treco que acho toscão. O impacto dramático não me pegou também, talvez porque desde criança eu já sabia qual era o desfecho. Não colocaria em um top 10 pessoal do personagem.

7-Morte na Família

É praticamente o mesmo caso da anterior: eu ouvia falar desde criança mas levei uns bons anos para ler, então o hype se acumulou. O impacto dramático não me pegou também já que sempre soube o desfecho. Não consigo me sentir mal pelo Robin porque ele é chato e a mãe dele mó sacana. Só me interessa o desenvolvimento posterior à morte dele, com o Coringa conseguindo aquele negócio político e tal, essa parte me surpreendeu, assim como a participação do Superman. Mas de resto, acho super dispensável, não recomendaria a aquisição pra ninguém.

6-Diabo da Guarda

Eu tava achando bem interessante o desenvolvimento da história, até que tudo muda completamente! Olha que eu gosto muito do vilão que é revelado no final, mas acabei considerando uma história desequilibrada, chega até a parecer que o Kevin Smith perdeu o roteiro e esqueceu o que ia vir depois porque tava chapadão, aí inventou o resto do nada. Se ela não fosse tão famosa, sinceramente, acho que eu só pensaria "li, mas não acho tudo isso". Mas como tem todo o papo em cima dela, ter trazido o Demolidor de volta, feito que mais diretores de cinema como Whedon e Hudlin viessem trabalhar com HQs, tudo só torna o contraste maior e me faz gostar menos ainda de "Diabo da Guarda". Até me chateia ver isso sendo republicado dezenas de vezes, enquanto outros trabalhos bem melhores com o personagem custam bem mais pra reaparecer, ou nem reaparecem...

5-Ladra de Martelos

Lembro de uma entrevista com o Neil Gaiman sobre seu livro Mitologia Nórdica, onde a entrevistadora perguntava se ele não havia feito algumas modificações nos mitos originais, porque havia um aonde um gigante de gelo queria casar com uma personagem bonita, ela se recusava e ficava em casa. O Gaiman diz que não, a história já era assim, então a entrevistadora afirma que a personagem já era uma feminista antes mesmo de existir o feminismo (leia-se: milhares de anos antes). Essa forçação de barra sintetiza esse arco. Eu já tinha visto pelo menos três versões femininas do Thor, mas essa foi a única que veio com personagens secundários impressionados por estar vendo uma heroína feminina como se fosse a primeira vez. Em um mundo onde desde os anos 60 vivem a Tempestade, a Fênix Negra, a Feiticeira Escarlate, a Lilandra, a Mulher-Hulk e N outras... Você vê a falta de noção que ficou o negócio. Pra piorar meu ranço, as aventuras anteriores eram excelentes, de repente todo o estilo violento e radical foi pro buraco, não pela adoção de uma protagonista feminina, mas por ter jogado tudo que a revista (pra mim) tinha de melhor na descarga.

E claro, você podia contar com as críticas sempre coerentes das feministas, como o Thor FAZENDO POSE COM A BUNDA...

...na capa (por Odin!). Afinal, mulheres não gostam de fazer pose com o bumbum e os seios quando tiram fotos para redes sociais da Internet, isso é invenção de desenhistas machistas.

Quem não tem aquele amigo que quer mostrar o bumbum na hora da foto...?

4-Transmetropolitan

Grande clássico cult da Vertigo, aquelas coisas que você sempre vê compiladas em livrarias e pensa que um dia vai querer ler tudo, porque deve valer muito a pena. Nesse caso minha expectativa tava ainda maior, porque eu tava com uns que tinha alugado da biblioteca pra colocar na minha mochila e um cara que nem falo muito viu, dizendo pra mim que ele tinha todos, era uma das melhores coisas que já tinha lido. Isso me animou, é incomum alguém falar assim quando você tá com um gibi (inclusive porque quase ninguém lê gibi...). Resultado? Decepção total. O autor fala de coisas cult como mídia, religião, política, mas o que ele faz é ficar colocando um monte de palavrões e coisas nojentas no meio desses assuntos, como piroca, catarro, mijo, merda... Fiquei desacreditado de como era estúpido. Não sei se era só aquele volume que eu tinha pego que era assim, mas duvido, visto que tinha várias histórias dentro. Por mais que eu ame HQs alternativas da Vertigo, justamente com esse teor meio criminoso, politicamente incorreto, Transmetropolitan não é o único que traz esse estilo, mas decepciona só trazendo coisas estúpidas.

3-Batman do Scott Snyder

Esse aqui reconheço que é preconceito, mas também, tenho minhas explicações (como todo preconceituoso). Por que preconceito? Bem, eu só li A Corte das Corujas, que curti bastante, mas depois a série do Coringa achei tão ruim... mas tão ruim... Era ruim em tantos aspectos tratando dos meus dois personagens favoritos, alterando conceitos que são pilares... Veja bem, aqui o Coringa tinha um nível de poder e influência que explicavam que ele tinha ESCOLHIDO que o Jason Todd fosse o novo Robin, ele quis e influenciou os eventos para isso. Na sequência veio "Ano Zero", eu "o quê?! O mané que fez aquele monte de besteira achando que tava revolucionando vem agora querer recontar uma origem que pessoas mil vezes melhores que ele já fizeram mil vezes?!". Foi quando passei a nem conferir mais, comecei a fazer outras coisas da vida... Hehe, até aí na minha adolescência, eu devorava histórias de Gotham City no café da manhã.

E pior que o maldito continua escrevendo até hoje! Ficou uma eternidade fazendo merda, agora ainda tá fazendo esse Batman Metal, Batman num futuro apocalíptico com a cabeça do Coringa... Meu irmão! Vai %#$#¨#%%%#&%

2-Black Hole

Esse me deixou tão puto... Ouvi falar no canal do Youtube Pipoca&Nanquim , ao qual eu dava muita moral na época. Nunca esqueço o título do vídeo "HQ ousada para leitores exigentes". Eu logo pensei... "Ei! Essa HQ é para mim!". O conceito é interessante, com mutações que são transmitidas como ISTs entre adolescentes, aí eles ficam parecendo que saíram de Chernobyl. Comprei em uma promoção fodona. O problema? É MUITO CHATO! Pensa em uma leitura onde suas emoções variam entre uma homeostase e tédio absoluto!!! Os desenhos são bons, mas hoje em dia todo mundo copia o estilo dele direto, no underground você acha um monte de cara parecido, então a história não se salva de jeito nenhum. Desperdício total do meu dinheiro! Quadrinho ousado pra leitores exigentes... PFFFFFFFFFF!

1-Os Invisíveis

Mais uma série que é considerada leitura obrigatória, mas como diz o Ozy que escreve aqui, eu "me demiti" na terceira edição e talvez nunca tente de novo. As primeiras tinham nada demais, mas também não eram ruins. Aí em pouco tempo, um mendigo, talvez seja esse da imagem acima, começava a falar e não parava nunca. E ele só falava merda, nada com nada. Meu, passaram páginas, páginas desse mendigo falando besteira. Teve uma hora que com bastante lucidez eu pensei "chega, não vou desperdiçar mais um segundo de vida lendo as merdas desse mendigo", dito e feito. Vejo muito falarem bem, em vários lugares da Internet, mas só lembrar da minha experiência e já tenho nenhuma vontade de tentar de novo.