Quando eu comecei a produzir minhas HQs, minha meta era chegar a uma editora. Queria ter o prazer de entrar numa banca e ver minha revista lá, exposta, sendo vendida - outros tempos.
Claro, isso foi há mais de vinte anos.
Hoje, penso diferente, até porque, com a internet, você encontra milhares de outras pessoas que pensam como você.
Eu poderia resumir meu pensamento numa HQ que meu considerado, Denis Pacher, produziu para a Areia Hostil – que acho sensacional. Veja abaixo.
O tempo passou e então, meu ponto de vista mudou.
Claro que hoje eu quero produzir quadrinhos, publicá-los e ser remunerado por isso. Mas não tenho mais aquela “pressa” de me tornar alguma coisa. Até porque eu continuo fazendo aquilo que mais amo: escrever HQs.
Posso dizer, com todas as letras, que venho, há 19 anos produzindo meus roteiros, minhas revistas e edições online. Às vezes com desenhistas de ponta, às vezes com iniciantes, pra mim não faz diferença, o que conta é a paixão envolvida.
Já fui trucidado por alguns comentários pejorativos, principalmente por pessoas que também “escrevem” ou desenham quadrinhos. Mas na maioria das vezes, fui bastante elogiado.
De um tempo pra cá, a fonte secou.
Mas como não é o elogio que me faz continuar, segui em frente numa boa.
Porém, eis que as coisas mudaram um pouquinho.
Uma pessoa me pediu para adicioná-la no Facebook. Quando o fiz, ela já mandou um recado, dizendo ser fã de meu trabalho, que lia justamente a Areia Hostil e, a última coisa minha que ele leu foi o Val # 1, de 2007.
Mandei um link do meu Issuu para ele se atualizar com minhas histórias e vida que segue.
No dia seguinte, outra pessoa. Um desenhista – excelente, por sinal – mandou um recado, dizendo o quanto curtiu as histórias que escrevo e a qualquer hora, a gente poderia trocar uma ideia sobre quadrinhos, e até mesmo uma parceria, quem sabe?
No terceiro dia, fui indicado pela lenda-viva, Edvânio Pontes, a substitui-lo em alguns roteiros de super-heróis.
Cara, isso é muito bom! Ser elogiado, ser indicado, ser lembrado, me faz querer continuar com mais força ainda do que eu já iria... é o reconhecimento de um trabalho, que nem é assim tão absoluto, já que a vida adulta, a família, as questões pessoais, a parte financeira, enfim, muita coisa “atrapalha” o seu verdadeiro motivo de estar aqui.
Agradeço a todos que acreditam em mim, torcem por mim e vêem algo em minhas histórias – mesmo que seja negativo.
Agradeço a você, que está lendo isso agora.
E saiba que continuarei aqui, a lutar e entregar materiais cada vez melhores, pode ter certeza.
Abraço!
P.S. você pergunta: “mas, por quê ‘Me sentindo como Val Kilmer?”
Eu respondo: “me sentindo como um astro!”
Aí você manda: “mas o Val Kilmer não é um astro.”
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