[Texto
da tag “Escritor Convidado”, escrito por Jotabê, publicado originalmente no
blog: https://blogsoncrusoe.blogspot.com/]
Cada
vez mais tenho ficado surpreso com as barbaridades que vejo ou de que ouço
falar. Para ser sincero, fico horrorizado, irritado ou incomodado, pois já não
me surpreendo mais com quase nada. Uma das coisas que mais me descabelam são as
notícias e imagens manipuladas que circulam pela internet. E me pego pensando
sobre o que leva alguém a perder tempo manipulando notícias verdadeiras e fotos
reais só para postá-las.nas redes sociais.
Posso
até me enganar nesses "boatos", mas, na minha ingênua vivência, com
certeza, ñ idolatro ladrões e corruptos!
Esta
frase irada foi o ponto de partida deste post.
Foi escrita por uma “amiga de Facebook” em resposta a um desmentido que fiz
sobre uma “notícia” - autêntica fake news
- que ela tinha compartilhado. Parece não ter gostado de ser confrontada com a
realidade. E esse comportamento tem sido frequente nas redes sociais. Apenas
para registro, segue o post da
discórdia:
Curiosamente,
o desmentido aparecia logo abaixo, sob o título “Artigos relacionados”. Não sei
se ela viu ou não quis ver, mas isso apenas confirma minha teoria do “triângulo
isósceles”, apresentada em post neste blog
(https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2014/07/triangulo-isosceles.html).
O
que sei é que há nas redes sociais uma indústria ou comércio de “produtos”
destinados a disseminar o ódio contra essa ou aquela visão, esse ou aquele
sujeito. O problema é que os “produtos” elaborados não estão sujeitos ao
controle da vigilância sanitária. Por isso, muitas vezes utilizam materiais de
péssima qualidade ou de procedência duvidosa, impróprios ao consumo e,
principalmente, manipulados de forma grosseira.
Não
quero me meter a “gato mestre” para tentar explicar essa disfunção, pois tenho
absoluta certeza que psicólogos, sociólogos e outros “ólogos” já devem ter
estudado e dissertado sobre essa fábrica de mentiras. Pesquisando um pouco
sobre esse assunto. descobri que o russo Stalin era bom nisso - muitos anos antes
do surgimento das redes sociais -, pois mandava apagar de registros
fotográficos seus desafetos políticos, provavelmente depois de tê-los “apagado”
fisicamente.
Um
desses foi Leon Trotski, assassinado no México e retirado de uma foto onde
aparece ao lado de Lenin durante um comício.
Encontrei
mais alguns exemplos, mas não tenho a mínima ideia de quem eram os infelizes
condenados a sumir da História.
Aparentemente,
o Stalin era um psicopata. Pelo menos alguém assim o avaliou. E talvez seja essa
a chave para entendimento das manipulações que aparecem nas redes sociais.
Talvez as “fábricas” de produtos adulterados sejam comandadas por psicopatas e
sociopatas, o nível mais extremo dos mentirosos compulsivos. Fui buscar mais
informações sobre isso e descobri muita coisa legal sobre a mentira e os
mentirosos. Descobri, por exemplo, que há vários tipos de mentirosos. E há um
tipo que permite um jogo de palavras perfeito para identificar os defensores
intransigentes do atual presidente: "mitômanos". Impossível não achar
graça na coincidência.
Os
defensores radicais do "Mito" tem-se esmerado em manipular imagens e
notícias para atacar o PT ou para endeusar o Bolsonaro. Tenho um parente que é
irritantemente ridículo em sua pregação diária. Ele não cria nada, mas
compartilha e comenta qualquer coisa a favor do Bolsonaro ou contra o PT, sem
se preocupar se as informações são ou não verdadeiras. Por conta desse
comportamento passional, já dei nele umas duas “sapatadas”. Uma delas foi
quando compartilhou uma foto da época da ditadura em que aparece alguém caindo
na rua, aparentemente ao tentar correr
da polícia. No post compartilhado a cabeça do manifestante anônimo foi
substituída pela do Lula. Fui conferir, descobri a má fé e paguei uma pau para
ele (pois é, eu sou o mala do Facebook).
Como
era de se esperar, o pessoal de esquerda não fica atrás, pois sempre tenta
denegrir a imagem do presidente (aliás, nem precisava, pois o "mito"
é especialista em dar tiro no próprio pé). E tome piadinhas, ironias, emojis,
etc. O problema é quando alguém mais "entusiasmado" compra um dos
produtos “paraguaios”.
Recentemente,
um amigo real postou uma imagem criticando a utilização de um puta aparato de
segurança para que algum figurão do governo fosse almoçar ou coisa assim.
Quando bati o olho na imagem, duvidei na hora e fui pesquisar. Era só mais uma
fake news, produzida a partir de uma foto tirada durante um treinamento para a
posse do Bolsonaro.
Imagino
que meu amigo ficou muito constrangido, pois a imagem sumiu de sua linha do
tempo. Mas não se emendou, pois vive postando "reportagens" feitas a
partir de frases isoladas e fora de contexto, capazes de inverter o sentido dos
pronunciamentos e declarações originais. Quando percebo isso, dou nele umas
"chineladas corretivas". E isso é preocupante.
Achei
este comentário na internet (mas esqueci de anotar o nome do autor): “Quando a
mentira passa a fazer parte rotineira do jogo social - uma técnica de ataque e
defesa na competição entre as pessoas por mais riqueza, prestigio ou poder, e
ainda na guerrilha entre governados e governantes -, é claro sinal de que o país
onde isso acontece não vai bem das pernas”.
Um
dia um dos meus filhos disse que “a internet te colocou em contato com pessoas
que antes estavam a uma distância segura”. Não creio que seja ele o autor, mas
que é uma ótima frase, sem dúvida é, pois reflete ou sinaliza o ambiente tóxico
das redes sociais, sempre propensas a reproduzir os ensinamentos do nazista
Goebbels: “A mentira repetida diversas vezes se torna uma verdade”.
Aparentemente, nunca se comprovou ser ele o autor dessa frase - pelo menos, não
com essas palavras. "Mas tanto já se repetiu a frase que ninguém dirá ser
mentira".
Se
Orson Welles fosse fazer hoje um documentário sobre o Brasil, ele nunca
colocaria o título "É tudo Verdade" (It's All True). Diante de tantas
mentiras, meias verdades e manipulações, já mandava logo um "É tudo
mentira", coerente com a frase do síndico Tim Maia: “Não fumo, não bebo e
não cheiro, mas às vezes minto um pouquinho.” Acredito que os dois adorariam as
redes sociais.
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