[Texto da tag “Escritor
Convidado”, escrito pelo GM Rafael Leitão, o texto é
um dos vários que chegam dele semanalmente no e-mail, que podem ser assinados gratuitamente
em seu site: https://rafaelleitao.com/]
Não
tem jeito. O povo gosta mesmo é de falar sobre aberturas. Por mais que eu diga
que essa não é a parte mais importante do xadrez, o que os alunos mais querem
são vídeos e explicações sobre as melhores variantes para montar um repertório.
Tá bom.
Hoje vou dar minha opinião sincera sobre algumas defesas. Sei que uns não vão
gostar, mas é a vida. Em um futuro email eu vou falar sobre as variantes para
as brancas.
Se você está de pretas e seu
adversário joga 1.e4:
Escandinava
= porcaria
Alekhine
= duvidosa
Pirc
= jogue se você souber muito bem o que estiver fazendo
Francesa
= gosto é gosto, para o meu estilo não serve
Caro-Kann
= tédio
Pode
falar o que quiser, mas contra 1.e4 é e5 ou Siciliana. O resto é o resto. Pode
até fazer parte do seu repertório, mas nunca será da mesma qualidade. Nada
contra quem jogue, podemos ser amigos também (especialmente se você só jogar de
vez em quando).
Se
você está de pretas e seu adversário joga 1.d4:
Todos os gambitos que você estiver
pensando (Benko, Budapest, Albin etc) = porcaria
Eslava =
sólida demais
Semi-eslava =
boa
Ortodoxa = clássico
dos clássicos
Nimzo-Índia, Índia da Dama,
Bogo-Índia = defesa para gente grande
Índia do Rei =
ótima se você jogar como o Fischer ou o Kasparov
Grunfeld =
a defesa mais odiada pelos jogadores de brancas
Pronto.
Talvez essas opiniões recheadas de preconceitos sirvam para você montar um bom
repertório e não ficar mais tão preocupado com aberturas.
Agora só falta você
virar assinante da Academia. Você não vai encontrar
vídeos com repertório sugerido na Escandinava, mas vai encontrar dezenas de
aulas sobre as variantes boas.