LUKE CAGE #01 – 2018



Roteiros: Antonhy Del Col
Desenhos & Arte-final: 
Jahndy Lindsay
Cores: Ian Herring
Capa: Declan Shavey & 
Jordie Bellaire
Tradução e revisão: Fabio_BR
Diagramação e 
Finalização:Ozymandias_Realista
Edição Final: Raito
Equipes: Ozymandias_Realista, Cozinha do Inferno & SóQuadrinhos


“Meu deus. Eu não consigo lembrar. O nome da minha própria filha.”

Uma onda de calor (aos moldes, a primeira vista, da inicial na obra prima “O Cavaleiro das Trevas”) está torturando o Harlem. É um dia corriqueiro para Luke Cage, que “bate uma bola” com a garotada da vizinhança e passeia com a sua filha, até ser procurado por um senhor que teme ser assassinado por um desconhecido – e provável – serial killer, cujo modus operandi é assinar notas de 100 dólares com a mensagem “roubou dinheiro e fechou fábricas, hora de pagar!”. Envolvido nesse caso, Cage tenta ir juntando as peças sobre esse possível ex-operário com um método cruel e “impessoal” de assassinato, enquanto deve lidar com um recém descoberto tumor cerebral, lembrando de maneira sutil o arco “Hábitos Perigosos”, de Hellblazer.

A trama de Antonhy Del Col não é revolucionária, em dados momentos soa como retalhos de boas obras, coloridos com outros tons, mas consegue estabelecer com o pouco tempo que dispõe (e incerteza de publicação contínua) toda uma atmosfera mais crível que o autor anterior, além de prender a atenção com um caso no mínimo diferente, mais “pé no chão”, regra que só é “quebrada” com a inserção rápida de um adversário (ou sub-chefe, se preferir) mais para o lado do fantástico nas páginas finais. Abraçando todo o clima amarelado quente do seriado da Netflix, e conciliando com detalhes cronológicos do universo 616, em dezenas de páginas entendemos a humanidade de Cage que o difere da maioria dos personagens “invulneráveis e superfortes”.
Os desenhos de Jahndy Lindsay podem incomodar a muitos, por seu traço inacabado, por vezes até errado em proporções e ausência de simetria no hachuramento, mas ainda mantém a competência de manter a leitura – dessa vez, fabricada para ser digital – eficiente. Ambos se valem da “formula dos 9 quadros” (trazida a moda novamente por Tom King, na mensal do Batman - Renascimento) para agregarem o máximo de informação em pouco tempo, além de ser uma estética que inconscientemente nos faz associar a qualidade, por ter sido um dos pontos mais lembrados de Watchmen.

Como primeira edição, cumpre o dever – com certo aperto – de convidar o leitor para a próxima com um bom gancho. Resta saber se as ameaças serão mais trabalhadas, ou tudo não vai passar de mais um dia quente, e sem ação pro herói blindado do povo.

Nota: 6.1


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