Roteiros: Antonhy
Del Col
Desenhos &
Arte-final:
Jahndy Lindsay
Cores: Ian Herring
Capa: Declan
Shavey &
Jordie Bellaire
Tradução e
revisão: Fabio_BR
Diagramação e
Finalização:Ozymandias_Realista
Edição Final: Raito
Equipes:
Ozymandias_Realista, Cozinha do Inferno & SóQuadrinhos
“Meu deus. Eu
não consigo lembrar. O nome da minha própria filha.”
Uma onda de calor (aos moldes, a primeira vista, da
inicial na obra prima “O Cavaleiro das Trevas”) está torturando o Harlem. É um
dia corriqueiro para Luke Cage, que “bate uma bola” com a garotada da
vizinhança e passeia com a sua filha, até ser procurado por um senhor que teme
ser assassinado por um desconhecido – e provável – serial killer, cujo modus
operandi é assinar notas de 100 dólares com a mensagem “roubou dinheiro e
fechou fábricas, hora de pagar!”. Envolvido nesse caso, Cage tenta ir juntando
as peças sobre esse possível ex-operário com um método cruel e “impessoal” de
assassinato, enquanto deve lidar com um recém descoberto tumor cerebral,
lembrando de maneira sutil o arco “Hábitos Perigosos”, de Hellblazer.
A trama de Antonhy
Del Col não é revolucionária, em dados momentos soa como retalhos de boas
obras, coloridos com outros tons, mas consegue estabelecer com o pouco tempo
que dispõe (e incerteza de publicação contínua) toda uma atmosfera mais crível
que o autor anterior, além de prender a atenção com um caso no mínimo
diferente, mais “pé no chão”, regra que só é “quebrada” com a inserção rápida
de um adversário (ou sub-chefe, se preferir) mais para o lado do fantástico nas
páginas finais. Abraçando todo o clima amarelado quente do seriado da Netflix, e conciliando com detalhes
cronológicos do universo 616, em dezenas de páginas entendemos a humanidade de
Cage que o difere da maioria dos personagens “invulneráveis e superfortes”.
Os desenhos de Jahndy
Lindsay podem incomodar a muitos, por seu traço inacabado, por vezes até
errado em proporções e ausência de simetria no hachuramento, mas ainda mantém a
competência de manter a leitura – dessa vez, fabricada para ser digital – eficiente.
Ambos se valem da “formula dos 9 quadros” (trazida a moda novamente por Tom
King, na mensal do Batman - Renascimento) para agregarem o máximo de informação
em pouco tempo, além de ser uma estética que inconscientemente nos faz associar
a qualidade, por ter sido um dos pontos mais lembrados de Watchmen.
Como primeira edição, cumpre o dever – com certo
aperto – de convidar o leitor para a próxima com um bom gancho. Resta saber se
as ameaças serão mais trabalhadas, ou tudo não vai passar de mais um dia
quente, e sem ação pro herói blindado do povo.
Nota: 6.1
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