Karate Kid: A Hora da Verdade (1984), o clássico filme ingenuo da década de 80 que misteriosamente conquistou uma legião de fãs e já na época foi um sucesso absurdo de bilheteria. Sim, com um orçamento de US$ 40 milhões chegou a faturar US$ 359 milhões. Interessantemente, foi um típico filme juvenil dos anos 80, parte de uma leva de produções cinematográficas que marcaram uma geração, como “Curtindo a Vida Adoidado” e “De Volta para o Futuro”. Mas, o fato é que se olharmos com mais atenção, percebemos que o longa ultrapassa a mera “aventura de artes marciais”. Dirigido por John G. Avildsen (vencedor do Oscar por “Rocky – Um Lutador”) “Karatê Kid” foi contra a maré de muitas outras produções da época, auge da era Reagan, que mostravam os "super" americanos ditando os passos do restante da humanidade. No caso de “Karatê Kid”, o protagonista americano precisa ser ensinado por um oriental (Miyagi). E, por incrível que pareça, isso foi algo ousado pra época.
E, apesar do roteiro apresentar o velho romance entre a garota rica (Ali) e um jovem pobre (Daniel), a relação principal da trama, que sensibilizou gerações, era aquela entre Daniel e seu mestre. Uma amizade sincera e profunda entre seres humanos com idades completamente diferentes. Uma impactante relação de amor fraternal. Tudo isso somado à uma certa dose de ingenuidade, ação, trilha sonora memorável e um bom timing de comédia e pra fechar com chave de ouro a velha mensagem “o herói sempre vence no final" assegurou o sucesso de público e até a simpatia da crítica. Êxito surpreendente para um filme que tinha um elenco desconhecido internacionalmente.
Existe bastante controvérsia acerca da qualidade dos demais filmes da franquia, incluindo aí o IV em que Macchio é substituído por Hilary Swank e até o remake produzido por Will Smith, por meio de sua empresa Overbook Entertainment, em parceria com o produtor Jerry Weintraub (franquia “Onze Homens e um Segredo”) que tentou manter a essência do original, porém transportando a trama para a China, com seu filho Jaden Smith no papel de Dre (que seria Daniel) e Jackie Chan na pele do mestre. Entretanto, há elementos marcantes, mesmo nessas realizações consideradas erráticas, como, por exemplo, a música Glory of Love, de Peter Cetera, tema de Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua (1986), indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Canção Original, tornada praticamente o hino da cinessérie. Entre altos e baixos, momentos mais ou menos inspirados, verdade seja dita, as aventuras do rapaz que aprende o inesquecível golpe da garça marcaram uma geração de cinéfilos que torceram pelo triunfo do bem sobre o mal, seja no tatame ou no cotidiano.
Pois bem, 34 anos depois do inicio desta verdadeira Saga surge Cobra Kai, uma websérie, baseada no primeiro filme. A série foi criada por Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg, e Josh Heald para serviço pago da plataforma de vídeos do Google, Youtube Red e é estrelada por Ralph Macchio e William Zabka, que reprisam seus papéis. A série de televisão acontece trinta e quatro anos depois do embate entre Daniel Larusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka), a rivalidade desses dois ressurge quando Lawrence decide retomar sua vida por meio da reativação do dojo Cobra Kai. Enquanto ele busca redenção, o agora bem-sucedido Daniel, por sua vez, tenta superar os desafios de sua vida sem a ajuda do seu mentor, o Sr. Miyagi. William Zabka e Ralph Macchio também produzem a série.
O curioso desta nova aventura é a inversão de valores proposta na trama. Agora encontrarmos o menino rico do colégio no fundo do poço, mostrando o quanto suas escolhas o prejudicaram. Preso ao passado e suas glórias de outrora, Johnny se mostra aqui um personagem bem mais complexo do que jamais fora. Já Daniel LaRusso por outro lado, apesar de bem sucedido e à primeira vista dentro de um “comercial de margarina” com a vida perfeita ao lado da família, se vê as voltas com situações envolvendo seus filhos. O caçula é mimado ao ponto do insuportável, criado longe de qualquer conceito de simplicidade e humildade, a contragosto do progenitor. Enquanto sua filha mais velha Samantha, papel da carismática Mary Mouser, parece caminhar no lado errado dos trilhos, em termos de amizades e relacionamentos amorosos. A menina está a ponto de atravessar a tênue linha que a colocaria em colisão com seu pai, se voltássemos no tempo trinta anos.
Com 10 episódios variando de 20 a 30 minutos de duração (o último chega perto dos 40), humor e drama nas medidas certas, Cobra Kai se mostra uma das melhores empreitadas televisivas do ano.
E, apesar do roteiro apresentar o velho romance entre a garota rica (Ali) e um jovem pobre (Daniel), a relação principal da trama, que sensibilizou gerações, era aquela entre Daniel e seu mestre. Uma amizade sincera e profunda entre seres humanos com idades completamente diferentes. Uma impactante relação de amor fraternal. Tudo isso somado à uma certa dose de ingenuidade, ação, trilha sonora memorável e um bom timing de comédia e pra fechar com chave de ouro a velha mensagem “o herói sempre vence no final" assegurou o sucesso de público e até a simpatia da crítica. Êxito surpreendente para um filme que tinha um elenco desconhecido internacionalmente.
Existe bastante controvérsia acerca da qualidade dos demais filmes da franquia, incluindo aí o IV em que Macchio é substituído por Hilary Swank e até o remake produzido por Will Smith, por meio de sua empresa Overbook Entertainment, em parceria com o produtor Jerry Weintraub (franquia “Onze Homens e um Segredo”) que tentou manter a essência do original, porém transportando a trama para a China, com seu filho Jaden Smith no papel de Dre (que seria Daniel) e Jackie Chan na pele do mestre. Entretanto, há elementos marcantes, mesmo nessas realizações consideradas erráticas, como, por exemplo, a música Glory of Love, de Peter Cetera, tema de Karate Kid II: A Hora da Verdade Continua (1986), indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Canção Original, tornada praticamente o hino da cinessérie. Entre altos e baixos, momentos mais ou menos inspirados, verdade seja dita, as aventuras do rapaz que aprende o inesquecível golpe da garça marcaram uma geração de cinéfilos que torceram pelo triunfo do bem sobre o mal, seja no tatame ou no cotidiano.
Pois bem, 34 anos depois do inicio desta verdadeira Saga surge Cobra Kai, uma websérie, baseada no primeiro filme. A série foi criada por Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg, e Josh Heald para serviço pago da plataforma de vídeos do Google, Youtube Red e é estrelada por Ralph Macchio e William Zabka, que reprisam seus papéis. A série de televisão acontece trinta e quatro anos depois do embate entre Daniel Larusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka), a rivalidade desses dois ressurge quando Lawrence decide retomar sua vida por meio da reativação do dojo Cobra Kai. Enquanto ele busca redenção, o agora bem-sucedido Daniel, por sua vez, tenta superar os desafios de sua vida sem a ajuda do seu mentor, o Sr. Miyagi. William Zabka e Ralph Macchio também produzem a série.
O curioso desta nova aventura é a inversão de valores proposta na trama. Agora encontrarmos o menino rico do colégio no fundo do poço, mostrando o quanto suas escolhas o prejudicaram. Preso ao passado e suas glórias de outrora, Johnny se mostra aqui um personagem bem mais complexo do que jamais fora. Já Daniel LaRusso por outro lado, apesar de bem sucedido e à primeira vista dentro de um “comercial de margarina” com a vida perfeita ao lado da família, se vê as voltas com situações envolvendo seus filhos. O caçula é mimado ao ponto do insuportável, criado longe de qualquer conceito de simplicidade e humildade, a contragosto do progenitor. Enquanto sua filha mais velha Samantha, papel da carismática Mary Mouser, parece caminhar no lado errado dos trilhos, em termos de amizades e relacionamentos amorosos. A menina está a ponto de atravessar a tênue linha que a colocaria em colisão com seu pai, se voltássemos no tempo trinta anos.
Com 10 episódios variando de 20 a 30 minutos de duração (o último chega perto dos 40), humor e drama nas medidas certas, Cobra Kai se mostra uma das melhores empreitadas televisivas do ano.
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