Você sabe o que é blablação? Bem, isso é uma técnica que consiste em você não proferir palavras conexas enquanto conta uma história através de situações e expressões corporais. E o que isso tem a ver? Bem, eu estudo teatro e um dos primeiros exercícios que fiz foi essa blablação. E você deve estar pensando: E eu com isso? E você não está errado, até aí dane-se. Mas essa técnica é mais frequentemente usada na literatura, como no mangá Gon come e dorme, que não existe diálogos e no desenho Pingu. Mas de tudo isso, eu nunca achei que veria um filme inteiro onde a história fosse contada através de expressões corporais, como é o caso de Um lugar silencioso.
A trama gira em torno de uma família que sobrevive em um mundo onde monstros dominaram. Tudo estaria perdido, se não fosse pelo fato deles não enxergarem nada, se guiando apenas pelo som. Como essa família tem uma filha deficiente auditiva, eles se comunicam apenas por libras.
Eu achei essa obra muito corajosa por usar poucos diálogos, mas isso deixou o filme meio monótono no começo, e não fui só eu que achei isso, pelo menos não na sessão em que eu estava. Confesso que também tive dificuldade em entender algumas cenas, e talvez alguém mais também passe por isso.
Contudo, a experiência de assistir um filme (quase) mudo, me fez gostar mais desse suspense, porque eu ficava me perguntando quando que seria o próximo Jumpscare, fazendo a tensão aumentar a cada minuto. Além disso, o filme não fica enrolando em coisas desnecessárias, que era um receio que eu tinha, e a falta de diálogos não atrapalha na apresentação dos personagens.
Em suma, Um lugar silencioso vale a pena porque é o filme mais inovador dessa temporada, e apesar de não ser uma obra prima, consegue te prender do início ao fim como um bom suspense deve fazer, se você comprar a ideia.
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