ESCALPO #01 - #50


Quase nunca quando se é "jovem" se tem a oportunidade de se ler um clássico quando ele está saindo, e só anos e anos depois. Se tratando de quadrinhos, não aguardo algum crítico ou fã chegar para mim e dizer que algo é clássico para eu chegar lá e acatar, ele pode sempre me dizer, claro, só que só poderei corroborar (dentro de minhas preferências, vale frisar) se aquilo é o "classic". Existem, claro, as obras "que dividem águas" dentro na 9º arte, vez ou outra sempre tem alguém falando sobre "como marcou a época", e parei para ler várias delas como Watchmen, V de Vingança, Miracleman, Preacher, Monstro do Pântano, Sandman, Hellblazer... Entretanto, todas tinham em comum o fato de serem antes de eu nascer, ficando a indevida ideia dos materiais ímpares serem só coisas do passado.

Felizmente esse não foi o meu caso com Escalpo.

Eu estava ávido, lendo tudo o que eu encontrava da Vertigo, após ter ganho de presente as 12 extintas edições (e que edições!) da Abril, e lamentava por nunca mais poder ter algo daquele nível para colecionar, quando de súbito, meses depois, a Panini entra com força no material adulto da DC, colocando uma mensal diversa, com um ótimo número de páginas, e um preço mais que justo. Verdade seja dita, eu na minha limitação, só queria ler mais Hellblazer.


Na nostálgica (pelo menos para mim) edição #01, eu estava empolgado com tudo o que tinha lido, mesmo não sendo tão conhecedor daquele selo como a maioria que criticou muito em comunidades do Orkut da época de forma esnobe, mas ao ler no fim do mix a primeira do Escalpo, dava pra sentir que tava no meio de algo diferente, mesmo não imaginando que tinha descoberto, contemporaneamente, meu primeiro "hit".


Ao contrário do que o início do conto prepara, Dash é posto de lado para se mostrar todo um universo que agora o cerca, fazendo da série um conto que quase tem um protagonista diferente a cada edição, mas contribuindo efetivamente para um todo narrativo, fazendo um jogo com o leitor para que ele ao menos entenda a perspectiva de quase todos envolvidos, entre os principais o "poderoso chefão Corvo Vermelho", sua filha autodestruída, seu rival federal que usa Dash como um peão para pegar o mafioso, asseclas e mesmo adversários políticos, alguns poucos até honestos, por mais difícil que pareça.



Conforme os números vão avançando, a degradação social em vários níveis pode até mesmo ser causa de desconforto na leitura, soando para alguns impacientes algo semelhante a um acúmulo nilista acerca de um grupo étnico esquecido "pelo mundo e por Deus", entretanto Aaron e Guera (um artista brilhante que nunca mais vi em ação, que vale como futuros posts) lhe conduzem a uma jornada sobre ancestralidade, propósito e camadas de ambições humanas que em algum ponto resvalam nas nossas por serem tão universais, e até mesmo... Dolorosas de se pensar.




A HQ foi escaneada / diagramada a princípio por dezenas edições pelo "Dark Side Club", "Invisíveis - HQ" e de algumas poucas edições para cá, pelo estreante (assim como eu) blog Epistarse HQs. Propus uma parceria para finalizarmos algumas séries que foram deixadas abertas por grupos, e aqui estamos na edição #50, faltando apenas dez scans para CONCLUIR DE VEZ ESSA SÉRIE. Vamos lutar para chegar nesse objetivo, mesmo aqui não sendo um blog exclusivamente de scans esse blog é de quê mesmo? estou confiante na extensão dele por mais essa vertente. Nos vemos por ai, senhores, e com um mega post decente com o término dessa "aventura".






Créditos da edição #50:

Escritor: Jason Aaron

Desenhista: R.M. Guera, Jordi Bernet, Donald Hudson, Brendan McCarthy, Igor Kordey, Tim Truman, Jill Thompson, Dean Haspiel, Steve Dillon
Arte-finalista: R.M. Guera
Colorista: Giulia Brusco, Jock, Jill Thompson
Capa: Jock
Tradução: Ozymandias_Realista 
Diagramação: Ozymandias_Realista / Epistarse HQs
Revisão: Ozymandias_Realista
Finalização: Epistarse HQs

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