Quase
nunca quando se é "jovem" se tem a oportunidade de se ler um clássico
quando ele está saindo, e só anos e anos depois. Se tratando de quadrinhos, não
aguardo algum crítico ou fã chegar para mim e dizer que algo é clássico para eu
chegar lá e acatar, ele pode sempre me dizer, claro, só que só poderei
corroborar (dentro de minhas preferências, vale frisar) se aquilo é o "classic". Existem, claro, as obras
"que dividem águas" dentro na 9º arte, vez ou outra sempre tem alguém
falando sobre "como marcou a época", e parei para ler várias delas
como Watchmen, V de Vingança, Miracleman,
Preacher, Monstro do Pântano, Sandman, Hellblazer... Entretanto, todas tinham em comum o fato de serem
antes de eu nascer, ficando a indevida ideia dos materiais ímpares serem só
coisas do passado.
Felizmente
esse não foi o meu caso com Escalpo.
Eu
estava ávido, lendo tudo o que eu encontrava da Vertigo, após ter ganho de presente
as 12 extintas edições (e que edições!) da Abril, e lamentava por nunca mais
poder ter algo daquele nível para colecionar, quando de súbito, meses depois, a
Panini entra com força no material adulto da DC, colocando uma mensal diversa,
com um ótimo número de páginas, e um preço mais que justo. Verdade seja dita,
eu na minha limitação, só queria ler mais Hellblazer.
Na
nostálgica (pelo menos para mim) edição #01, eu estava empolgado com tudo o que
tinha lido, mesmo não sendo tão conhecedor daquele selo como a maioria que
criticou muito em comunidades do Orkut da época de forma esnobe, mas ao ler no
fim do mix a primeira do Escalpo, dava pra sentir que tava no meio de algo
diferente, mesmo não imaginando que tinha descoberto, contemporaneamente, meu primeiro
"hit".
Ao
contrário do que o início do conto prepara, Dash é posto de lado para se
mostrar todo um universo que agora o cerca, fazendo da série um conto que quase
tem um protagonista diferente a cada edição, mas contribuindo efetivamente para
um todo narrativo, fazendo um jogo com o leitor para que ele ao menos entenda a
perspectiva de quase todos envolvidos, entre os principais o "poderoso
chefão Corvo Vermelho", sua filha autodestruída, seu rival federal que usa
Dash como um peão para pegar o mafioso, asseclas e mesmo adversários políticos,
alguns poucos até honestos, por mais difícil que pareça.
Conforme
os números vão avançando, a degradação social em vários níveis pode até mesmo
ser causa de desconforto na leitura, soando para alguns impacientes algo
semelhante a um acúmulo nilista acerca de um grupo étnico esquecido "pelo
mundo e por Deus", entretanto Aaron e Guera (um artista brilhante que
nunca mais vi em ação, que vale como futuros posts) lhe conduzem a uma jornada
sobre ancestralidade, propósito e camadas de ambições humanas que em algum
ponto resvalam nas nossas por serem tão universais, e até mesmo... Dolorosas de
se pensar.
A
HQ foi escaneada / diagramada a princípio por dezenas edições pelo "Dark
Side Club", "Invisíveis - HQ" e de algumas poucas edições para
cá, pelo estreante (assim como eu) blog Epistarse HQs. Propus uma parceria para
finalizarmos algumas séries que foram deixadas abertas por grupos, e aqui
estamos na edição #50, faltando apenas dez scans para CONCLUIR DE VEZ ESSA SÉRIE.
Vamos lutar para chegar nesse objetivo, mesmo aqui não sendo um blog
exclusivamente de scans esse blog é de quê mesmo? estou confiante na extensão
dele por mais essa vertente. Nos vemos por ai, senhores, e com um mega post
decente com o término dessa "aventura".
Créditos da edição #50:
Escritor: Jason Aaron
Desenhista: R.M. Guera, Jordi Bernet, Donald Hudson, Brendan McCarthy, Igor Kordey, Tim Truman, Jill Thompson, Dean Haspiel, Steve Dillon
Arte-finalista: R.M. Guera
Colorista: Giulia Brusco, Jock, Jill Thompson
Capa: Jock
Tradução: Ozymandias_Realista
Diagramação: Ozymandias_Realista / Epistarse HQs
Revisão: Ozymandias_Realista
Finalização: Epistarse HQs
2 Comentários
Boa tarde, essa série termina na edição 50?
ResponderExcluirParabéns pelo conteúdo
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