OS DEFENSORES #01 - #06 – ( 2017 )


“Acho que precisamos trabalhar juntos. Acho até que as pessoas nas ruas devem saber que estamos trabalhando juntos. Se os Vingadores e os outros estão lá no alto... Precisamos estar aqui embaixo.”

Roteiro: Brian Michael Bendis
Desenhos: David Marquez
Editora: Marvel
Grupos de tradução: Cozinha do Inferno / Só Quadrinhos / Ozymandias_Realista
Tradução: Ozymandias_Realista / Victarion Grey Joy
Diagramação: Ozymandias_Realista / Raito
Revisão: Fábio_BR
Finalização: Raito
Tamanho do arquivo: 149 MB

☆☆☆




Defensores e Brian M. Bendis são dois nomes bem falados esse ano. O primeiro, por causa do seriado Netflix / Marvel --mais ou menos -- que muita gente assistiu, e o segundo, bem, quem diz que lê gibis e não conhece o Bendis?! Você pode odiar, gostar, mas no mínimo, se for um leitor com a mínima frequência da Marvel em 2000 para cá, leu algo dele. Mas a escolha do careca nesse título (se é que será continuado) passa longe de ser aleatória, apesar de só Jessica Jones ser sua “criação”, o quarteto de porradeiros que integra a equipe são considerados “babys” do escritor, visto o quanto ele escreveu de forma feliz eles com o passar dos anos, com destaque a sempre comentada fase no Demolidor ilustrada por um absurdamente inspirado Alex Maleev e o ALIAS no selo Max, por Gaidos, que apesar da arte a primeira vista “desestimulantes”, casava como uma luva pra proposta “suja” e “real” da série. Apesar de que eu, um leitor mais “simples”, acompanhei de modo extenso apenas Ultimate Spiderman e New Avengers, e por coincidência ou não, é desses dois que Bendis se recicla pra entregar esse trabalho, que a arte de Marquez carrega quase nas costas.



Não digo que são histórias ruins, é até bem melhor que o seriado (como não ser?!), mas fica a sensação “é só mais um” até demais ao se ler, sem falar dos “embaraços cronológicos” (embora isso seja mais culpa editora) a exemplo dos integrantes não saberem a identidade secreta do “homem sem medo”. Tudo tem uma pegada rápida, estilo um blockbuster do Luc Berson de 90 minutos: Kid Cascavel retorna, e começa a se impor para tomar territórios e vender uma nova droga que entrega “poderes” a curto prazo aos usuários, como forma de “mostrar quem manda” vai logo comprando briga com os protagonistas, os atacando individualmente, sem maiores explicações (como ele atacaria Matt Murdock, se não sabe do segredo dele?). Tudo para tomar o lugar vago de Rei do Crime deixado por Wilson Fisk, esse agora dentro da lei, e provável futuro prefeito de Nova York.


A “construção” do personagem é quase idêntica a do Cabeça de Martelo em um arco chamados “Guerreiros” de Ultimate Spiderman (edições #79 - #85), o Justiceiro é sempre retratado como um “psicopata sem o mínimo de estratégia” que é facilmente derrubado (acho que em todos roteiros que li do cara na vida é isso) e o destaque é dado mesmo em Luke Cage e Jéssica Jones, tal qual quando os dois eram Vingadores. Para minha surpresa, o Demolidor é o menos desenvolvido, e com sua identidade civil aparecendo apenas na #06, acredito que uma indireta ao vexame da série de “é mais Murdock do que Demolidor”. O quadrinho acerta mesmo na ação, e quem rouba toda a cena nesse quesito é o Punho de Ferro. A arte ágil e detalhada de David Marquez faz ele parecer o Ken do Street Fighter quando ele começa a “combar”.  O diferencial da maioria dos títulos de grupos para esse é a pegada mais “pé no chão”, sem a necessidade de vilões com planos de dominação mundial ou qualquer outra megalomania envolvendo multiversos. Além, é claro, de todo um universo de possibilidades com outros vigilantes urbanos, largados por aí, (alguns fazem curtas participações especiais) e uma atmosfera consistente tanto do submundo (liderados a princípio pela Gata Negra e o Cabeça de Martelo) quanto de pessoas “comuns” e o quanto são afetadas pela violência em seus bairros, e o quanto se sentem próximas dessa gente que sai às madrugadas pra tentar fazer a diferença, a narrativa usa um tom parecido com PULSE em determinados momentos, usando o Ben Urich como “o homem comum que tenta entender o mundo das Maravilhas”.



Resumindo: Defensores pode não ser algo que abalou tanto a época como “Novos Vingadores”, e possa não ter nada demais a algum leitor “macaco velho” que “já manja de todas as paradas”, mas é uma ótima porta de entrada ao público “netflixiano” que não vai mais ficar confuso com a formação de 72, e vai poder ir descobrindo a Marvel (mesmo sem estar na sua melhor fase editorial) aos poucos.


Nota: 7.4



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Até o próximo.



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