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Nesse estágio do tratado a autora põe em xeque uma questão totalmente desprezada pelas antologias da DC, um assunto da mitologia da Mulher-Maravilha a que ela chama de "paradoxo Donna-Troy". Fala ainda da polêmica envolvendo a revista feminista Ms. Magazine nos anos 1970, estopim para a DC revitalizar a heroína, resultando no seriado com Lynda Carter e na popularidade brasileira com as publicações da editora EBAL; o retcon que deu o poder de voo e o crossover com o Homem-Animal.
✩ O Paradoxo-Donna Troy
Donna-Troy adulta |
✩ Finalmente, o Voo
A matéria de cunho feminista e de escala internacional de Gloria Steinem na revista Ms. Magazine (jul./1972) trazia como matéria de capa a Mulher-Maravilha (“Wonder Woman Revisited”), criticando as mudanças promovidas na heroína após 25 edições (como disse, no fim dos anos 1960, Diana Prince perdeu seus dotes divinos e virou uma agente secreta), rotulando a DC Comics de machista e o editorial da Maravilhosa de retrógrado. Com a polêmica e as atenções do mundo em torno da heroína, a DC viu aí a oportunidade de virar o jogo, repontencializar a personagem, dar um up nas vendas; rapidamente restauraram a Mulher-Maravilha em seu traje e poderes clássicos, e a Wonder tradicional voltava a ser publicada, dessa vez editada por uma mulher, Dorothy Woolfalk. Foi esse up artístico-editorial da década de 1970 que deu a habilidade de voo à princesa guerreira, isto é, a Mulher-Maravilha foi potencializada em seu caráter feminista e divinal, passando a voar, inclusive, antes mesmo de Crise nas Infinitas Terras, como acertou GILSON DOMINGOS. Pra justificar essa nova habilidade do voo, o roteirista Jack C. Harris usou de retcon, explicando que só nessa época foi que Diana Prince “descobriu” essa capacidade de voar, aperfeiçoando ela aos poucos a partir da autoplanagem e do deslocamento suspenso em correntes de ar (que eu já mencionei), num exercício parecido ao do Superboy do seriado Smallville, como presumiu a amiga IONA AKIYE SHIMIZU. Todavia, o recurso do voo não se fixou como regra editorial, e por isso volta e meia os artistas ora o utilizavam, ora o ignoravam, tornando algo irregular. Foi nessa época que a fama da amazona clássica alcançou o estrelato no seriado com Lynda Carter, e, no Brasil, nas editoras Orbis e EBAL, embora a última já publicasse a versão agente secreta dos findos anos 60, com – pasmem! – 4 anos de atraso. Várias capas originais estadunidenses de Wonder Woman vol.#1, 230-276 (que a EBAL reproduzia fiel por aqui) passaram a mostrar a Mulher-Maravilha voando por si mesma, sem o auxílio do jato invisível. A EBAL, ao atualizar-se, acompanhou e publicou no Brasil, com fidelidade, toda essa revitalização da Mulher-Maravilha de 1977-1983, até a ed. Abril adquirir os direitos de publicação.
✩ Um Crossover “Animal!”: Mulher-Maravilha & Homem-Animal
O amigo GILSON DOMINGOS citou um encontro na pré-Crise entre Wonder Woman e Animalman onde a Maravilhosa aparece voando; e ele está quase correto! “Quase” porque, apesar de nessa época (1980) ela já voar conforme o retcon de Jack C. Harris, nessa edição, o roteirista Gerry Conway, por motivo desconhecido, não faz a personagem voar e lança mão do deslocamento suspenso. Esse encontro foi publicado aqui em duas edições pela EBAL em 1981 no título mensal de Mulher-Maravilha #39-40, republicado pela Abril em 1984 no título Heróis em Ação #34-35 (que nos EUA correspondiam a Wonder Woman #267-268, de 1980). Ali foi revelada uma nova habilidade integrante dessa revitalização da themyscirana: a telepatia animalesca dada pela deusa Ártemis, que, com ela, Diana podia dispor de qualquer animal pela mente, uma habilidade semelhante à do Homem-Animal que fez o jogo certeiro entre telepatias animais. De minhas leituras, que eu saiba, Buddy Baker e Diana Prince se encontraram só essa vez. Em 1990 (no pós-Crise), a linha DC 2000 (ed. Abril) reunia histórias desses dois personagens na mesma revista, contudo, sem crossover entre eles. Naquela década, Diana, pela reformulação após "Crise", naturalmente já voava.
✩ Um Crossover “Animal!”: Mulher-Maravilha & Homem-Animal
O amigo GILSON DOMINGOS citou um encontro na pré-Crise entre Wonder Woman e Animalman onde a Maravilhosa aparece voando; e ele está quase correto! “Quase” porque, apesar de nessa época (1980) ela já voar conforme o retcon de Jack C. Harris, nessa edição, o roteirista Gerry Conway, por motivo desconhecido, não faz a personagem voar e lança mão do deslocamento suspenso. Esse encontro foi publicado aqui em duas edições pela EBAL em 1981 no título mensal de Mulher-Maravilha #39-40, republicado pela Abril em 1984 no título Heróis em Ação #34-35 (que nos EUA correspondiam a Wonder Woman #267-268, de 1980). Ali foi revelada uma nova habilidade integrante dessa revitalização da themyscirana: a telepatia animalesca dada pela deusa Ártemis, que, com ela, Diana podia dispor de qualquer animal pela mente, uma habilidade semelhante à do Homem-Animal que fez o jogo certeiro entre telepatias animais. De minhas leituras, que eu saiba, Buddy Baker e Diana Prince se encontraram só essa vez. Em 1990 (no pós-Crise), a linha DC 2000 (ed. Abril) reunia histórias desses dois personagens na mesma revista, contudo, sem crossover entre eles. Naquela década, Diana, pela reformulação após "Crise", naturalmente já voava.
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